quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Os outros


O ser humano vive da relação que tem com os outros. Somos, de um certo modo, uma espécie que vive em comunidade.
Quem acha que poderia viver sozinho no mundo, está totalmente enganado.
Poder viver com outras pessoas e ter uma família que se preocupa com o nosso bem-estar é uma dádiva sem a qual seria difícil viver. Como seria se todos os dias acordássemos de manhã e ninguém estivesse lá para nos dar os bons dias, para nos contar as novidades enquanto esperamos que o leite aqueça, para vir a correr para a rua de robe, com um casaco na mão e a dizer que está frio?
Como seria chegar à escola e não haver ninguém para comentar o penálti da noite anterior, para nos dar um valente murro no braço ou para gozar com o nosso novo corte de cabelo?
Enquanto penso nisto, tenho pena daquelas pessoas que vivem esquecidas na solidão, e sinto-me afortunado por poder viver em comunidade.
É importante para o ser humano sentir que, embora para a grande maioria das pessoas sejamos apenas um grão de areia numa praia extremamente arenosa, somos importantes e não tão insignificantes para outros grãos de areia, nomeadamente para a nossa família.
Muitas vezes nem damos importância a isso mas, por mais amigos que tenhamos, quando algo corre mal e quando estamos quase a bater no fundo, em condições normais, a família, sangue do nosso sangue, vai lá estar para nos amparar a queda. Por isso, concordando plenamente com as palavras de Fernando Savater (Ninguém chega a tornar-se humano se está só: tornamo-nos humanos uns aos outros), devemos dar valor à família e às relações humanas.
Somos o que somos graças a quem nos criou e devemos viver sempre tendo consciência de que a vida só vale a pena se a pudermos partilhar com outras pessoas.
João Bentes, 10.º A

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Consumismo natalício

O consumismo é um dos temas mais falados nos dias que correm e não pára de se acentuar a cada ano que passa. A atracção do produto que é despertada no consumidor deve-se, em grande parte, à publicidade (muitas vezes enganosa), ao embelezamento excessivo, à manipulação social que “obriga” cada um de nós a seguir determinado padrão de vida.

Em época natalícia este episódio é levado ao extremo e, por esta razão, é incompreensível ouvir frases como “estamos a enfrentar uma grave crise económica”. Ora, se cada vez mais famílias vivem endividadas por que razão os centros comerciais nunca estão desertos? Será que a tal “crise” não passa apenas de uma história inventada pelos governantes, para receberem a “prenda natalícia” durante todo o santo ano, os afamados impostos disto e daquilo? Talvez por esta razão seja tão utilizada a expressão “o Natal é quando o Homem quiser”. Ironias à parte, dá que pensar por que razão os portugueses se queixam dos seus baixos rendimentos e, ao mesmo tempo, “esbanjam” à grande e à francesa, consomem mais do que o que deveriam em coisas que em tempos de “crise” são dispensáveis. Longe de mim defender os políticos mas, quem somos nós para julgar o carro novo deste ou daquele político, o dinheiro mal gasto em submarinos ou em TGV quando o país está em crise, se nenhum de nós sabe poupar? Se nenhum de nós, quando tem um dinheirinho extra, o guarda para alguma eventualidade e queimamos os neurónios para encontrar a melhor forma de o gastar.

O Homem consumista desconhece o significado de “pé-de-meia” e, hoje, adquire um carro novo e faz um crédito, amanhã adquire uma casa novinha com avançada tecnologia e faz um crédito, no dia seguinte farta-se da velha mobília e faz um crédito. Finalmente, com todos os créditos coleccionados fazem o dobro destes para tentar pagar os anteriores. Moral da história: todos nós somos uns verdadeiros políticos (maus gestores natos, irresponsáveis, enfim...).

Será que alguém no mundo ocidental sabe o verdadeiro significado do Natal? Se soubessem, certamente, não haveria tanto consumismo nesta época. De que nos serve receber uma prenda caríssima de alguém que nem sabemos se gosta realmente de nós?

Neste Natal, mais do criar acções de solidariedade, devíamos repensar sobre o que é realmente importante, sobre os dignos valores morais da humanidade, que não se compram a pronto nem tão pouco a crédito. Neste Natal antes de exigir tudo e mais alguma coisa ao “barrigudo da Coca-Cola”, olhemos para os cofres familiares, na procura de alguma grama de ouro que nos deixe fazer o que melhor sabemos: consumir. Se não existir nada, meus amigos, mantenham-se quietos que a vida não está fácil.

Sílvia Fraústo, 11.º C

Os outros

Eu considero que ninguém é capaz de viver isolado da humanidade. Os "outros" são aquilo que temos de mais importante na nossa vida, é por eles e para eles que fazemos tudo na vida. Para além de nós, claro, pensamos sempre nos outros.
É essencial a presença de outras pessoas na construção da vida de um ser. Primeiro, para nascer um ser humano, é necessário já existirem outros, mas não vou entrar por aí. Partindo do princípio, são necessárias outras pessoas para criar e ajudar a crescer um recém-nascido. Um bebé é um ser muito frágil e indefeso e é inequivocamente necessária uma mãe ou um pai, ou até mesmo outra pessoa, para que assim ele comece a construir a sua vida e, quem sabe, um dia se torne independente.
Sendo assim, eu considero que na base da construção de um ser humano estão outros seres humanos. É a partir dos "outros" que vamos construindo a nossa vida. São os nossos pais que nos educam, nos transmitem o amor mais puro que há e nos ensinam grande parte de que vamos necessitar na vida.
Por outro lado, a presença dos "outros" é necessária na nossa vida, pois é por eles que lutamos por certos objetivos e, através da força que nos dão, acabamos por conseguir alcançá-los.
Os "outros", como os amigos e as pessoas que gostam de nós, são muito importantes na nossa vida. Quando temos um problema, eles estão lá, quando precisamos de falar, eles estão presentes e, até mesmo quando necessitamos que nos puxem para o caminho certo, eles estão lá.
Em suma, todos nós precisamos de "pessoas" na nossa vida, por serem importantes de uma forma nuclear, como os pais, que ajudam a construir o carácter de um filho e, por outro lado, dos amigos, que são fundamentais para o nosso desenvolvimento e para não nos sentirmos sós.

Ana Nascimento, 11.º A

Os outros

A importância da presença dos "outros" na nossa vida é fundamental. Ninguém consegue ser verdadeiramente feliz se estiver sozinho, longe de tudo.
Muitas pessoas pensam que o importante na vida são os bens materiais: ter um bom carro, uma boa casa... mas esquecem-se do mais importante, daquilo que é indispensável para ter realmente uma boa vida, a convivência coma as pessoas!
Conseguirá alguém, com todos os bens materiais que deseja, ser feliz se estiver sozinho? Se não tiver amigos ou vizinho ou mulher/marido? Não, não consegue, mesmo que queira, pois a convivência faz parte do ser humano, faz parte de nós.
A nossa convivência com as outras pessoas e a nossa dependência em relação a elas começa mal nascemos. Para nascermos precisamos de alguém que nos traga ao mundo e, por sua vez, essa pessoa que nos "traz ao mundo" precisa de alguém para conseguir tal feito.
Se não nos alimentarem e tratarem de nós, se não nos derem atenção e amor (quando somos crianças), o mais provável é morrermos e, a constante necessidade destes sentimentos (atenção, carinho, amor) irão perseguir-nos ao longo de toda a nossa vida. Em adultos podemos já não morrer se não nos derem alimentos, mas qualquer pessoa irá sempre precisar de atenção, de companhia e, quando não tiver isto, poderá não morrer por fora, mas morrerá mentalmente, uma vez que o ser humano necessita de diálogo.
O ser humano foi feito para conviver, sempre assim foi e sempre assim será. Quem tentar contrariar isto, o mais certo é não conseguir. Está provado que alguém totalmente sozinho, sem nenhum ser humano por perto, tem a necessidade de arranjar algo ou alguém imaginário para poder conversar e, com o passar do tempo, torna-se louco.
Nós precisamos de proximidade com os nossos semelhantes e só assim conseguiremos ser seres humanos completos e felizes!
Margarida Silva, 12.º B

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Foi no tempo da oitava classe



"Foi no tempo da oitava classe, na aula de português. Eu já tinha lido esse texto dois anos antes mas daquela vez a história parecia mais..." consistente. Não sei porquê mas não me lembrava da história assim. Não sei se agora estou mais maduro e entendo a história de outra maneira ou se fantasiei a minha recordação sobre o livro.
Eu lembrava-me de uma história cheia de ação, em que a emoção não parava e o meu coração pulava a cada letra que lia.
Agora simplesmente acho o texto muito aborrecido, a ação não existe ou é mínima e parece que já não me dá aquela sensação de risco e aventura. Dá-me apenas a sensação de que o livro é aborrecido e que precisava de ser alterado para ficar mais divertido, de modo a que não fosse só mais um livro daqueles que lemos e a seguir arrumamos e nunca mais lhe tocamos.
Mas porque é que quando o li, há dois anos, parecia tão diferente? Terei eu, com o passar dos anos, perdido a imaginação?
Francisco Pedro, 7.º A

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Real ou aparência


Na minha opinião, cada vez mais o ser humano vive uma vida de aparências.
Antigamente os seres humanos estudavam áreas específicas, como as ciências, a geografia, as artes ou a literatura, e muitos deles distinguiam-se nessas áreas.
Quem não tinha posses ou não pretendia estudar gostava de se destacar no seu trabalho ou em ser um bom ser humano. Hoje em dia as pessoas destacam-se, não pelo que conseguem, mas pela quantidade de dinheiro, casas, carros ou joias que possuem.
Não temos como exemplo só os adolescentes que competem pelo uso das marcas mais caras e das últimas tecnologias, mas os próprios pais desses jovens competem e tendem a inferiorizar os que menos têm.
Se pensarmos na época do Natal, todos podemos concluir que o mundo se tornou consumista de bens desnecessários e esqueceu o verdadeiro significado desta data. Apesar de existirem ainda pessoas que, nesta altura do ano, em vez de andarem atarefadas a consumir o máximo possível para poderem dar as melhores prendas, a maior parte de nós pouco se interessa em ser solidária.
Em suma, considero que devemos procurar o melhor em nós e investir nisso, em vez de investirmos numa vida de luxos, inveja e egoísmo.
Joana Pereira, 12.º A

Preservação da Natureza

Na atualidade é cada vez mais importante preservar a Natureza. Todos os bens mais fundamentais para os humanos provêm da Natureza, como tal devemos ter a preocupação de a cuidar e respeitar. Por exemplo, devemos poupar água, porque ao contrário do que toda a gente pensa, a água não é um recurso inesgotável. É nossa obrigação, também, reduzir a poluição, o que é mais fácil do que parece. Custa muito dar mais dois ou três passos e colocar uma garrafa de plástico no ecoponto amarelo, em vez de a depositar no caixote do lixo comum?
Se não poluirmos menos, todos os ecossistemas dos quais dependemos todos os dias, vão ser gravemente afetados e, consequentemente, nós.
A água vai deixar de correr nos rios, os solos, também afetados pela poluição, deixarão de ser férteis, e como tal, o cultivo será muito difícil. O ar que respiramos vai ficar cheio de impurezas, o que nos causará mais doenças respiratórias. Para além disso, se destruirmos os ecossistemas do nosso planeta, as gerações futuras serão gravemente afetadas e não poderão usufruir dos bens do nosso planeta devido aos erros causados pelas gerações passadas. Será isso justo?
Em suma, é necessário preservar e respeitar a Natureza porque dela dependemos todos os dias e até porque as gerações futuras vão precisar dela tanto como nós.
Marta Zurrapa, 12.º A

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A arte em tempos de crise

É nas dificuldades por que passamos que a maioria dos artistas, sejam eles músicos, compositores, bailarinos, pintores, escultores, atores ou atrizes se baseiam para expressar a sua arte. É nas frustrações do dia a dia que encontram a força necessária para exprimirem a sua opinião e mostrarem o seu estado de espírito. É na sua arte que encontram refúgio para os problemas económicos, políticos e sociais e que esquecem os dilemas diários. Apesar de nem sempre terem sido um meio cem por cento fiável para um estilo de vida, as artes sempre foram e continuarão a ser o que de melhor o nosso país tem.
No que diz respeito à música, muitos artistas encontram nela uma forma de expressar por palavras e sons o que sentem. E, com isto, refiro-me a um grande artista português, Boss AC, que faz das suas músicas um meio para chegar às pessoas e dizer por palavras, duras e cruéis, as verdades que mais ninguém tem coragem de dizer. "Farto de " é uma das composições musicais que mais polémica gerou entre os políticos e o povo português. Frases como: "Farto de promessas da treta, sobem ao poder e metem as promessas na gaveta"; "Farto de os ver saltar quando os bancos naufragam, quanto menos melhor, menos impostos pagam" e "Injustiças, guerra, racismo, fome, desemprego, pobreza... e eu estou farto", retratam aquilo que, nos dias de hoje, está presente em todo o mundo.
Por outro lado, temos os pintores que expressam através da pintura os seus sentimentos mais puros. Recordo-me de numa das aulas ter visto um quadro que retratava uma das grandes guerras: havia desespero presente em cada rosto, angústia pelas vidas perdidas e trauma de quem passou por tal experiência.
O que de melhor temos são as artes e por essa mesma razão devemos apostar naquilo que nos traz felicidade e faz crescer enquanto seres humanos.
Cláudia Marques, 12.º A

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A arte em tempos de crise

"Os momentos de dificuldade são estimulantes para os criadores", uma grande verdade, pois cada vez se vê mais, por exemplo, a criação de músicas, uma arte muito comum, sobre o estado do mundo, ou seja, sobre a crise que se vive em Portugal e no mundo em geral.
A música é realmente uma arte importante na construção do ser humano, pois é muitas vezes através dela que se sensibiliza o próximo, que se faz um apelo, e que se diz aquilo que se pensa. Lembro-me de uns trabalhadores da função pública que fizeram uma música retratando o seu dia a dia, as dificuldades por que passavam. Se serviu para mudar as suas vidas? Talvez não, mas sensibilizou muita gente e mostrou que é difícil, por exemplo, ser "trabalhador do lixo" e que esta profissão deve ser valorizada, pois todos os dias limpam as nossas cidades.
Muitos artistas plásticos mostram, com frequência, a sua revolta face à crise que vivemos, fazendo caricaturas ou pintando quadros, expondo-os e fazendo com que as outras pessoas os olhem e se sensibilizem, melhorando, talvez, o ser humano que são. Há inúmeros exemplos de pintores que expressam a sua indignação, o seu pensamento, a sua sensibilidade através dos quadros, basta ir a um museu, arrisco a dizer.
Em suma, a arte é muito importante na construção do ser humano.
Gonçalo Inácio, 12.º B

A arte em tempos de crise

Nos momentos de dificuldade, há sempre inovações e criações soberbas.
Situações que envolvam arte, podem considerar-se refúgios para algumas pessoas, ou seja, um indivíduo que se encontra com dificuldades, em certos momentos, procura algo para espairecer e parar de pensar nas limitações do dia a dia, como é o caso do cinema, do teatro ou dos concertos de música. São pequenos momentos que contrabalançam as dificuldades sentidas.
Na minha opinião, o ser humano só é completo se for do seu conhecimento a grande variedade de artes existentes no seu país. E, é nestes momentos de dificuldades económicas que alguns artistas e criadores aproveitam para exercer as suas funções, utilizando temas da realidade, como é o caso de um cronista, que aproveita o clima de crise financeira vivido no seu país para escrever as suas crónicas e, ao mesmo tempo, criticar o que lhe parece absurdo. Quem fala em cronistas, fala num pintor ou num músico que criam os seus quadros e as suas canções, respetivamente, baseando-se em temáticas atuais.
Viver momentos de dificuldades económicas é algo difícil para todos, mas a meu ver, resiste melhor à crise aquele que procura soluções e novas ideias dentro do clima vivido.
Carlos Miguens, 12.º B

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CARTA À LUA

Sistema Solar, 29 de julho de 2012

Querida Lua,

Eu sei que estás dependente da minha luz para não trabalhares mais horas, mas estava a pensar em tirar umas férias.
Já estou no ramo da iluminação há muitos anos. Ainda não eras nascida, já andava a iluminar o Sistema Solar.
Quero dar a volta à Via Láctea!
Depois, se quiseres, podes pedir-me lembranças da viagem que vou fazer. Estou a pensar em contratar um colega e grande amigo meu chamado Sil.
Acho que vais gostar dele. É mais ou menos como eu, mas azul com luz amarela e vermelha. É muito simpático e prestável.
Não te esqueças de avisar os humanos, senão eles estranham a mudança!
Se gostares da ideia, posso ensinar-te os costumes e línguas dos sítios por onde passar.
Primeiro vou ver como está a minha amiga que vive noutro braço da Via Láctea, a Amélia.

Até sempre!

Sol

O momento que mais me marcou

O nascimento da minha irmã foi o momento que mais me marcou até agora. O quanto eu desejava uma irmã! Depois, quando a vi fiquei muito emocionada. Que bom ver uma menina de pele branquinha e cabelo clarinho, tal como eu imaginava... Ao vê-la, mais me parecia uma princesa. Ao recebê-la em casa, preparei-lhe uma surpresa: a casa estava repleta de balões e de desenhos!
A Matilde, minha irmã, começou a crescer, a dizer as primeiras palavras, a gatinhar, a dar os primeiros passinhos e, mais tarde, já estava a andar.
Agora ela está enorme, já tem seis anos. Anda no segundo ano, já lê, já escreve e já sabe fazer contas.
Como o tempo passa depressa! Parece que ainda ontem era tão pequenina e já tem quase sete anos.
Joana Selorindo, 7.º A

A casinha

Tanto que eu gostava de ir à casa dos meus avós, no Alentejo. Tudo era diferente, os sítios, as pessoas. E o mais engraçado era que para lá chegar, tínhamos de ir de bicicleta. Naquele tempo havias as coisas mais lindas que se possam imaginar. Por aquele floredo que rodeava a casa, ia vendo pássaros a cantarem, pessoas felizes, flores belas, um ambiente tranquilo e vários poetas e poetisas com os seus livros de poemas e um brilho no olhar.
Os poetas espalhavam-se pelos vários sítios cómodos que por ali existiam. Eu conhecia-os a todos. Eles conheciam o meu avô e iam-me contando histórias sobre ele.
De vez em quando punha-me atrás das escadas para ver o que eles faziam, mas nunca vi nada. Exceto um dia em que descobri a casa da Luísa Ducla Soares. Nesse dia fiquei com esta frase na cabeça: o mundo é tão pequenino que por vezes o inesperado acontece.
Sara Ferrolho, 7.º A

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O primeiro dia de aulas

O tempo passa depressa, mas as memórias ficam guardadas.
Ainda me lembro do meu primeiro dia de escola. Com seis anos, era pequeno e muito reguila. Lembro-me de entrar para a sala de aulas com vergonha por ninguém me conhecer. Sentei-me num canto a ouvir a professora falar e, quando chegou a altura das apresentações, tremi um pouco e a minha cara ficou vermelha de vergonha. Apresentei-me, disse que era o Bruno e que morava ali perto. Entretanto tocou para o intervalo. Agarrei no lanche e sentei-me sozinho no chão a lanchar. Senti-me um pouco só, mas de repente vêm dois rapazes falar comigo, o Zé e o Luís. Convidaram-me para jogar ao berlinde e com o passar dos anos fomos ficando amigos, até hoje.
Sinto saudades da infância, das brincadeiras e de ser livre e inconsciente, sem responsabilidades.

Chicken Little, C.Profissional G.P.S.I., 3.º ano

Trapezista

Na minha infância sonhava ser trapezista. Naquela altura, passava na televisão uma telenovela cujo cenário era um circo e durante todo o tempo em que o programa foi transmitido sonhei vir a ser trapezista.
Nas férias de verão, brincava com os primos que moravam mesmo ao meu lado.
Tinha todos aqueles sonhos de menina: casar com grande vestido branco, ter filhos e ser feliz para sempre.
O dia mais feliz para mim foi quando recebi uma bicicleta. Todos nós recebemos uma bicicleta e acho que esse é um dos momentos mais felizes para as crianças. Também me lembro de que, entre todas as prendas que recebia, adorava livros de pintar, barbies e missangas para fazer fios e pulseiras.
Tive uma infância muito feliz.
Sofia Magano, C.Profissional G.P.S.I., 3.º ano

Confusão na creche

Há uns anos, quando ainda frequentava a creche e tinha três anos, era uma criança que não gostava de dormir. Por essa razão armava sempre confusão no dormitório e era posto de castigo a dormir numa sala isolada.
Quando era tempo de desenhar, eu não parava quieto, por isso amarravam-me à cadeira. Fui, de facto, um miúdo muito conflituoso e brincalhão.
Naquele tempo o meu sonho era ser piloto de carros de ráli e fazer fumo no campo até não verem mais o meu carro. Também desejava ter super poderes, voar pelo mundo e conhecer tudo e todos.
Miguel Campino, C. Profissional G.P.S.I., 3.º ano

A minha infância

Há dez anos, com os meus sete anos, era uma criança feliz e adorava brincar, como qualquer outra criança gosta nessa idade.
Há vários momentos da infância dos quais me lembro com grande orgulho, mas o dia mais feliz foi quando entrei para a primária e recebi um game boy.
Recordo também o último ano de creche quando soube que iria aprender a escrever, a contar e a pintar.
Posso dizer que gostei muito da minha infância, de saltar, de pular e, mais importante, de ter toda a liberdade do mundo, sem pensar em problemas, sem obrigações.

Pedro Rega, C. Profissional G.P.S.I., 3.º ano

O Natal de 1995


Foi no Natal de 1995, quando eu tinha 4 anos, que recebi a minha primeira bicicleta. E, como todas as outras crianças da minha idade, adorava brincar com os miúdos da rua onde vivia.
Nessa altura, quando não tinha preocupações nem via a vida como a vejo agora, podia dizer que era feliz, pois tal como todas as outras crianças, era inconsciente.
Receber aquela bicicleta foi, na altura, como que um sonho tornado realidade. No dia seguinte, como era de esperar, fui de imediato mostrar o meu novo brinquedo aos meus amigos, e nesse momento, a minha humilde bicicleta nova foi o centro de todas as atenções.

Sandro Riço, C.Profissional G.P.S.I., 3.º ano

O fim da infância

Há dez anos eu sonhava ser astronauta, conhecer o espaço, as estrelas, os planetas.
Recordo-me de sair da escola e ir a correr para casa para brincar com os meus colegas. Os dias pareciam durar mais tempo, sem preocupações, sem responsabilidades.
Nos fins de semana costumava ir à pesca com os meus pais, algo de que eu gostava muito.
Todos estes velhos tempos que agora recordo tantas vezes e me fazem sentir saudades...

Ricardo Galinha, C. Profissional G.P.S.I. 3.º ano

domingo, 23 de outubro de 2011

Pescar na foz do rio Almonda

Ontem quando fui à pesca tentei capturar aquela besta corpulenta, o barbo. Não o consegui pescar mas deixei-lhe o anzol preso às guelras.
No dia seguinte fui para lá bem cedo, às seis da manhã. Estava muito frio mas tinha imensa vontade de vencer o barbo marcado.
Desta vez levei uma cana e camaroeiro para o apanhar melhor se fosse preciso.
Passadas duas horas ainda não tinha aparecido.
Estava quase a dormir quando vi qualquer coisa grande a mexer-se no rio.
Peguei na cana (com duas linhas entrelaçadas uma na outra) e lancei o anzol ao rio. O peixe mordeu o isco.
Estava ele distraído com o anzol quando fui por trás com o camaroeiro e meti-o lá dentro. Peguei na navalha que tinha, espetei-lha na zona do abdómen e ele ficou mais calmo (na minha opinião o peixe estava a morrer). Fui a correr para o mostrar à minha avó. Ela viu como era grande e deu o devido valor à minha pescaria.
Fiquei o resto da tarde a descansar e pensei no que teria acontecido se fosse um tubarão ou uma baleia.
Pedro Santos, 7.º A

Pescar na foz do rio Almonda

... Mais tarde voltei, lancei o fio da cana ao rio, mas nada se mexeu. O rio estava calmo e só se ouvia o vento e o meu pensamento.
Passado algum tempo de espera e sem nada acontecer, pensei em ir dar um mergulho.
Fui a correr até à margem, saltei e nadei o mais fundo que consegui. Quando abri os olhos vi que o monstruoso peixe barbo era nada mais, nada menos, que uma mãe a tentar alimentar os seus filhos.
Nadei mais um pouco e vi que o rio estava vazio e poluído. Logo percebi porque é que aquele peixe era tão mau.
Saí da água, limpei-me e fui para casa.
No dia seguinte voltei, mas em vez da cana, trouxe um saco.
Entrei dentro de água e comecei a limpar. Ao final do dia, já muito cansado, voltei para casa muito feliz pois sabia que tinha ajudado alguém.
João Bruno, 7.º A

Pescar na foz do rio Almonda

... E a besta corpulenta tinha escapado. Mas eu prometi que não ia desistir. No dia seguinte voltei, mas desta vez com o meu avô. Armámos a cana e pusémo-nos à espera. Passaram-se duas horas, o meu avô já dormia e nada daquele barbo corpulento. Até que, quando eu também já estava quase a dormir, senti algo a puxar a cana. Saltei da cadeira e fui acordar o meu avô para ele me ajudar. Puxámos, puxámos e conseguimos retirar o barbo implacável da água. Pusémo-lo dentro de um balde e fomos para casa. Lá pesámos o peixe que pesava 10 kg. Houve peixe para o almoço e para o jantar e ainda convidei um amigo para ir lá comer.
Francisco, 7.º A

Pescar na foz do rio Almonda

"(...) De uma maneira ou de outra com o meu anzol enganchado nas guelras, o peixe tinha a minha marca." Por isso não desisti, fui atrás do homem que o tinha apanhado. A minha raiva era tanta que nem me apercebi que já era de noite. Tive sorte porque ele morava ali perto.
O homem entrou em casa e foi tomar banho. Eu não podia desistir! Já que estava ali, entrei pela janela e agarrei no saco com o peixe. Comecei a correr para não se descoberto, tropecei, e como estava ao pé de um rio, caí. O peixe foi parar dentro do rio e eu fui para casa desanimado. Tinha os meus avós todos preocupados e fiquei de castigo.
Talvez tenha sido por tudo isto que perdi as ilusões de ser pescador, porém penso que o que aconteceu me ensinou algo com sentido. Foram bons momentos aqueles em que fiquei a apreciar a natureza.
Cristian Mulear, 7.º A

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Diários de Guerra



Domingo, 7 de junho de 1944

Querido diário,

Hoje só tenho notícias boas para te dar. A guerra acabou finalmente!
Os hitlerianos foram derrotados e finalmente temos paz no nosso país.
Vê-se muita gente na rua e o sentimento geral é de alegria. Finalmente podemos brincar na rua sem termos medo de sermos descobertos e sem estarmos a ouvir tiros por todo o lado. Toda a gente está a combinar fazer uma grande festa.
Todos os jornais falam disto. Os judeus (embora não sejam em grande número) saíram à rua, foram aos sinos da cidade e tocaram-nos como sinal do fim da guerra e da paz que iriam ter daqui em diante.
Alguns judeus dos campos de concentração, que ainda não tinham sido gaseados, foram libertados!!! Nem podiam acreditar que tinham sido libertados. Enfim, a alegria é geral e todos estão contentes.
É tudo por hoje. Até amanhã.
O teu amigo, Francisco

Francisco, 7.º A

Quarta-feira, 7 de junho de 1944

Querida Marta!

Hoje as notícias são boas, mas também tenho algumas más. Na semana passada, só se ouviam tiros, pessoas aos gritos, pedras que chocavam contra as paredes da minha casa. O chão estava cheio de sangue e as pessoas, crianças, animais, fugiam que nem loucos!!!
Esta semana não se compara com a semana passada... Até parece que não estamos no mesmo país!
Esta semana, as pessoas estão felizes, não há tiros, agora só se ouvem as pessoas a falar e a rir. O chão e as paredes estão limpos e as crianças, quando chegam da escola, reúnem-se na rua a fazerem os trabalhos e depois brincam com os animais.
É assim na minha aldeia. As pessoas agora estão contentes e divertidas, mas também há algumas que choram a morte dos seus familiares e amigos.

Adeus.

Ana Beatriz Raimundo, 7.º A

Quarta-feira, 18 de junho de 1944

Querido diário,

Hoje tenho notícias boas, mesmo boas. Acho até que este foi o melhor dia da minha vida. A guerra, que já durava há muito tempo, acabou.
A primeira coisa que eu fiz foi ir ter com a minha mãe e com alguns colegas. Fomos logo brincar e jogar à bola... Depois fui para casa ajudar a minha mãe. Tínhamos a casa toda destruída, mas começámos logo a limpar tudo. Só queria que voltasse tudo ao normal, como era dantes.
Fui para a rua procurar pessoas feridas para as levar ao médico. Andei um bom bocado até que achei uma senhora que não conseguia andar, pois tinha levado um tiro na perna. Foi então que eu vi um caixote de lixo com rodas. Pus o lixo no chão, coloquei umas folhas dentro do caixote para não sujar muito a senhora, pu-la lá dentro e empurrei o caixote com a tampa aberta. Corri o mais que consegui e finalmente cheguei ao hospital. Salvei uma senhora e fiz uma boa ação.
Querido diário, adeus e até amanhã.
Teu amigo,
Patrique

Patrique, 7.º A

Sexta-feira, 8 de junho de 1944

Querido diário,

Hoje na imprensa os norte-americanos começaram a dizer que a guerra tinha acabado, mas nem toda a gente acredita.
O dia não começou como os anteriores. Não havia aviões militares no ar bombardeando as cidades em redor.
O meu vizinho é judeu e diz o meu avô que ele foi levado pela Polícia Secreta do Estado - a Gestapo - para um campo de concentração.
Se as notícias forem verdade o meu vizinho voltará para casa em breve. Já começámos a preparar uma festa de regresso para ele. Se as notícias forem falsas, comemos nós a comida toda. Digo isto porque a minha família tem esperança que Adolf, o vizinho de que falo, continue vivo.
Na minha opinião, o chefe da Pátria deveria passar pelo mesmo. Alguns judeus, felizmente, conseguiram escapar à Gestapo. Famílias inteiras, do avô ao neto, estavam no campo de concentração a algumas ruas da minha casa. As crianças não podem ver esses campos.
Não tenho mais nada para te dizer hoje.
Até amanhã.
O teu Pedro.

Pedro Santos, 7.º A

10 de junho de 1944

Querido diário,

Hoje o dia foi memorável. Hoje a guerra acabou.
A partir de agora não vou mais ouvir as pessoas a gritarem, a pedirem ajuda.
Mas tenho pena de ter visto homens a morrer a tiro, mulheres a gritarem porque lhes tiravam os filhos, filhos a chorarem, aterrorizados.
Cada vez que me lembro de cenas a que assisti, até me vêm as lágrimas aos olhos.

11 de junho de 1944

Querido diário,

Hoje foi um dia muito, muito mau. Eu pensava que a guerra tinha passado, mas afinal não passou. Ainda hoje assisti a uma cena de maus tratos. Passou-se com um miúdo com cerca de 3 anos que tinha acabado de ser libertado. Eu acho que é normal a pobre criança estar feliz por poder andar à sua vontade, mas chegou ao pé dela um soldado que ralha e bate no pequeno inofensivo.
Foi uma cena que nunca mais quero voltar a ver no resto da minha vida.
Tua amiga,
Carolina

Carolina Giga, 7.º A

7 de junho de 1944

Querido diário,

Finalmente posso escreve-te em paz. A guerra acabou.
Em breve voltarei ao meu país. Quero ver como se encontra a minha família, quero saber quem morreu e quem sobreviveu.
Aqui está tudo destruído, espero que lá as casas estejam de pé.
Agora já não se ouvem gritos nem tiros. À noite já podemos dormir descansados.
Ainda há pessoas mortas no chão, mas em breve volta tudo ao normal.
Espero que quando chegar à minha cidade já esteja tudo normal, sem pessoas feridas.
Já te contei muita coisa. Hoje foi um dia muito, muito longo por isso vou dormir.
Até amanhã.

Ana Carolina Domingues, 7.º A

Domingo, 1992

Querido diário,

Hoje foi um dia muito triste!
Aconteceu o que ninguém estava à espera, uma guerra. Um dia que nunca irei esquecer. Vi coisas que nunca antes tinha visto e que não quererei ver mais. Vi confrontos, lágrimas, feridos, mortos, pessoas que mais pareciam terroristas. Tudo me impressionou.
Não sei porque foi isto acontecer! Afinal, somos todos humanos. Temos o direito de viver, de desfrutar da vida e não confrontar a morte tão cedo.
Senti medo, desgosto deste mundo.
Não sei o que pensam pessoas tão más. Não sei se ficarão orgulhosas, mas sei que começar uma guerra não é ação de valor.
Chorei de medo e gritei de desgosto. Odiei ver crianças a fugir, a chorarem pelas mães, bebés a chorarem, sentindo a morte e o sofrimento de todos.
Não sei porque é que isto acontece, não percebo...
Tenho pena de quem deus chamou, e tenho orgulho de quem sobrevive.
O meu lema: sobreviver à morte, morrer a viver...
Adeus,
Patrícia

Patrícia Rocha, 7.º A

Terça-feira, 4 de outubro de 1995

Querida Madalena,

As notícias de hoje não são muito apelativas. Continuam constantemente a ouvir-se tiros e sirenes, não podemos sair à rua. Infelizmente, se sairmos à rua estamos a pôr a vida em causa e, além disso, na rua está um cenário dramático.
Ainda há bocado me veio uma senhora bater à porta a perguntar se a podia acolher por momentos aqui em casa.

Quarta-feira, 5 de outubro de 1995

Querida Madalena,

Por agora as notícias de hoje são as mais desejadas. Acabaram os tiros, já não se ouvem sirenes e finalmente sinto-me como um pássaro livre a voar pelos céus. Na cidade apenas se ouve o chilrear dos pássaros e o zumbir das abelhas. Felizmente a cidade apaziguou. As ruas estão repletas de pessoas que se sentem livres.
Era a melhor notícia que eu te poderia dar...
Até amanhã.

Joana Selorindo, 7.º A

Terça-feira, 5 de outubro de 1995

Querido Chin-chen!

Hoje finalmente acabou a guerra. Eu não consigo parar de chorar de felicidade. Amanhã vou para o meu país e tu vens comigo. Se por sorte a minha antiga casa lá estiver, tu vais adorá-la.
Estou tão contente que vou finalmente poder sair e comprar uma nova caneta para ti e uma boa roupa para mim.
Hoje vi as pessoas tão contentes. Os que estavam escondidos comigo saíram à rua a gritar mal receberam a notícia.
Amanhã vamos embora. Quando chegarmos a casa, vamos logo ver as máquinas a demolir os campos de concentração. Vamos ver a enorme felicidade dos judeus que irão ser libertados. Finalmente irão ter toda a atenção de que precisam. Iremos ver também o julgamento das pessoas que fizeram todo o mal da guerra.
Estou bastante contente!
Até amanhã, mal posso esperar.

Miguel Soares, 7.º A


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Despedida

AFS Intercultura é uma organização que trabalha a nível mundial e que oferece a jovens estudantes que frequentam a escola secundária a oportunidade de viver e estudar no estrangeiro durante um período que pode ser de um ano, seis meses, três meses ou um mês (nas férias de verão).

A actividade de Intercultura baseia-se no trabalho de voluntários (em geral, ex-participantes de um programa de intercâmbio e respectivos pais) que organizam encontros para promover este tipo de experiência, informar sobre o que é necessário para poder participar e prestar ajuda aos jovens e às famílias, a nível psicológico e prático, no percurso antes, durante e depois da viagem. Este tipo de experiência põe à prova os jovens, tanto como as famílias, e é preciso prepará-los para enfrentar os futuros problemas. Pessoalmente acho o papel dos voluntários fundamental e de enorme ajuda.

Eu estou a acabar o meu período em Portugal, mas não a minha experiência, pois, depois da adaptação ao novo país, há uma nova adaptação ao país de origem em que vou ter que conviver com as mudanças que ocorreram em mim e nos outros ao longo destes nove meses. A minha adaptação a Portugal foi gradual e relativamente fácil. A parte que se revelou mais difícil foi conseguir interagir com pessoas desconhecidas e criar ligações afectivas com elas, embora a vida em família, as ligações entre familiares e as relações sociais sejam extremamente semelhantes entre a Itália e Portugal. Essa dificuldade, na minha opinião, está no facto dessas ligações precisarem de tempo para serem criadas, deixando grande espaço para as saudades nos primeiros tempos. A barreira linguística é também um obstáculo nas relações mas, no meu caso, a barreira maior foi a minha personalidade tímida e reservada.

Em relação ao sistema de ensino, aos hábitos, à comida e às tradições a adaptação resultou bastante fácil, apesar de haver diferenças notáveis. Principalmente o sistema de ensino português foi uma novidade em termos de distribuição dos horários das aulas, do sistema de avaliação e o tipo de testes propostos, do uso do material escolar e da composição da estrutura da escola (presença de um bar, de uma papelaria, de uma cantina…), porque são muito diferentes em relação à minha escola (prefiro não estender a comparação ao sistema de ensino italiano porque sei bem que há diferenças entre as várias escolas).

Adorei conhecer as tradições portuguesas e participar nalgumas, porque cada país tem as próprias tradições que o tornam diferente dos outros países e acho essa uma característica fundamental. Nesta altura estou bem adaptada e bem integrada no estilo de vida português e acabei por juntar o meu estilo de vida italiano com o português e talvez continue a ter alguns hábitos que aprendi cá. Este ano mudou-me, embora ainda não saiba avaliar quanto e, sem dúvida, ficará na minha memória juntamente com as lições de vida que aprendi.

Zaira Pellin, 11.º A

Artigo de Apreciação Crítica



Juno, uma comédia irreverente

Título Original: Juno

Realização: Jason Reitman

Intérpretes: Ellen Page, Michael Cera

Ano: 2007

O filme Juno retrata a história de uma rapariga adolescente que inicia a sua vida sexual com 16 anos e acaba por engravidar.

O filme mostra a vida de Juno durante os seus 9 meses de gravidez. Como o pai não quer assumir o filho, e a mãe, assim como toda a família, se julga muito nova para ter essa responsabilidade, eles concordam em dar o seu filho para adopção a um casal que não pode ter filhos.

Durante todo o filme, Juno depara-se com situações desafiadoras, como problemas na relação com o seu namorado Bleeker, como também com o divórcio dos pais de adopção do seu filho. Para as situações mais problemáticas ela teve o apoio da sua melhor amiga Leah e também do seu pai.

Juno é um filme realista, com um bom elenco e argumento, que não só é um bom filme de entretenimento como pode servir de auxílio para muitos jovens que se encontram na fase da adolescência.

Inês Tubal, 10.ºD

Artigo de Apreciação Crítica

Título original: Forever...

Titulo em português: O Primeiro amor

Autora: Judy Blume

Originalmente publicado em 1975, o livro apenas foi lançado em Portugal em 2005. Aborda a primeira relação amorosa de uma adolescente, Katherine, com outro jovem da mesma idade, Michael, e o início da vida sexual na adolescência.

Katherine e Michael conhecem-se e apaixonam-se numa noite de fim-de-ano e iniciam um namoro de fins-de-semana, porque Michael mora noutra cidade.

A relação entre os dois vai-se estreitando e, convictos de que o que sentem um pelo outro é para sempre, fazem planos para o futuro e iniciam a sua vida sexual. Mas chega o Verão e os pais de ambos são de opinião de que uma separação fará bem aos dois, assim Katherine vai para um campo de férias como instrutora de Ténis e Michael vai trabalhar para a serração do tio.

No início, escrevem-se praticamente todos os dias e as saudades são insuportáveis. Mas, à medida que o tempo passa, Katherine dá por si a divertir-se e a sentir-se atraída por um colega. Esta atracção abala Katherine profundamente: como pode ela amar Michael e sentir-se atraída por outro homem?

Como o nome indica “O primeiro amor” é uma história sobre o primeiro amor, as primeiras descobertas, sobre todas as sensações que temos quando estamos com alguém de quem gostamos e achamos que tudo é lindo e maravilhoso e irá durar para sempre. Eu gostei do livro por causa disso, ele é bastante realista, o que aconteceu com Katherine e Michael, aconteceu ou irá acontecer com qualquer adolescente. A sensação de “ficar nas nuvens”, ansiosa pensando se ele vai ligar, a primeira saída a dois, o primeiro jantar.

Por outro lado são abordados temas bastante importantes como o iniciar da vida sexual, a prevenção conta as doenças sexualmente transmissíveis, a importância da contracepção para evitar a gravidez na adolescência, temas bastante importantes e que interessam a todos os adolescentes.

A linguagem utilizada pela autora é bastante acessível e o livro é objectivo, de leitura rápida, interessante e bastante “fiel” à realidade.

As personagens são adolescentes “normais”, iguais a tantos outros, com os mesmos sentimentos, sonhos, preocupações, dúvidas e desafios perante si próprios e no seu relacionamento com os outros.

Mariana Marques dos Santos, 10ºD

A minha mãe

Olhos verdes e maçãs rosadas. Cabelos castanhos e encaracolados. Cara de boneca por onde o tempo passa aos poucos. Tem uma luz natural, interior, que ilumina todos os caminhos. Uma luz tão intensa que nada a converte em escuridão. Palavras sábias que me diz. Com que nem sempre concordei mas que nunca esquecerei.

Foi mãe muito nova, com a minha idade actual. Tinha idade de adolescente mas tornou-se logo mulher. Começou a trabalhar. Fez o possível e o impossível. Tornou-se mãe, esposa, dona de casa, trabalhadora e mulher.

Numa adolescência roubada, não te revoltaste com a vida. Não te deixaste ir abaixo nem, muito menos, pensaste em recusar.

Tem o mais nobre de todos os dons. Tem o dom de ser mãe.

Os anos passaram, passam e continuarão a passar. Hoje é mãe de três filhos e uma mulher admirável. Inspira-me a sua força ou, até mais do que isso, a sua garra e determinação fascinam-me. Apesar de tantas situações em que a vida já a desafiou, sempre lhe vi o mesmo olhar de esperança. Mais do que para escrever, inspira-me para viver. Para ouvir sempre as suas sábias palavras e lutar pela vida guiada pelos seus conselhos. Que mais do que conselhos são provas vividas.

Queria, para além dos seus olhos verdes, ter herdado também o seu espírito de guerreira.

Sílvia Fraústo, 10º D

segunda-feira, 6 de junho de 2011

As lições do passado - Dissertação

O passado pode influenciar o futuro quando os erros do passado se tornam conhecimentos para o futuro.
A verdade é que o homem na terra, desde os tempos primordiais, aprendeu a sobreviver com erros passados, transmitidos como ensinamentos às gerações que se seguiram.
No entanto, num certo momento da sua história , a humanidade esqueceu o passado e cometeu erros que hoje são grandes problemas, como o esgotamento de recursos e o desequilíbrio da distribuição da população.
Para concluir, o passado transmite sempre novas informações para o futuro. Necessário será entender esses conhecimentos e impedir que se tornem erros do futuro.
Sebastião Enes Ferreira, 12.º B

terça-feira, 24 de maio de 2011

As lições do passado - Dissertação


De facto, não só é importante tirar ilações do passado como só é possível construir o futuro com base no que já aconteceu. Newton uma vez disse que só tinha chegado onde chegou porque se encontrava "nos ombros de gigantes" (Copérnico e outros) e, passados 250 anos, foi aos ombros de Newton que Einstein subiu e formulou a famosa teoria da relatividade. E a ciência é feita assim. Todos os avanços científicos contemporâneos são construídos sobre a ciência do passado.

Contudo, a própria ciência não consegue, por vezes, olhar para trás e evitar os erros que cometeu. A descoberta da síntese do amoníaco serviu para reduzir a fome no mundo (novos adubos) e foi igualmente usada para a criação de bombas químicas. No entanto, não se tirou nenhuma conclusão desta situação e não se evitou que a descoberta das reacções nucleares servisse para a invenção de bombas atómicas.

Portanto, apesar de podermos sempre tirar lições do passado, por vezes a Humanidade decide não as seguir.

Gustavo Galveias, 12.º A

As lições do passado - Dissertação

De facto, a Humanidade tem sabido, de uma forma geral, tirar partido de acontecimentos passados e extrair ilações para a construção de um futuro melhor. Um futuro que parece recheado de inovações tecnológicas, tais como o processo de maquinização que aparenta ter percebido o limite físico do ser humano e permitido aumentar a produtividade das fábricas. Também no campo da Saúde se pode denotar melhoria ao nível das técnicas e dos recursos utilizados no diagnóstico e tratamento de uma patologia como o cancro, que têm possibilitado aumentar a taxa de sucesso.

Por outro lado, parece que ao nível dos valores humanos prevalece um certo egocentrismo e uma ganância abusiva pelo poder. Veja-se o exemplo do Engenheiro José Sócrates que durante seis anos levou à estagnação económica do país e que possivelmente irá vencer as eleições de 2011, colocando a nação na bancarrota.

Enfim, se no campo científico e médico parecem descortinar-se facilmente progressos que têm melhorado as condições físicas do Homem, também é verdade que na gestão de conflitos e na área da Política se denotam poucos avanços em relação aos erros cometidos no passado.

Filipe Margaço, 12.º A