quarta-feira, 8 de junho de 2011

A minha mãe

Olhos verdes e maçãs rosadas. Cabelos castanhos e encaracolados. Cara de boneca por onde o tempo passa aos poucos. Tem uma luz natural, interior, que ilumina todos os caminhos. Uma luz tão intensa que nada a converte em escuridão. Palavras sábias que me diz. Com que nem sempre concordei mas que nunca esquecerei.

Foi mãe muito nova, com a minha idade actual. Tinha idade de adolescente mas tornou-se logo mulher. Começou a trabalhar. Fez o possível e o impossível. Tornou-se mãe, esposa, dona de casa, trabalhadora e mulher.

Numa adolescência roubada, não te revoltaste com a vida. Não te deixaste ir abaixo nem, muito menos, pensaste em recusar.

Tem o mais nobre de todos os dons. Tem o dom de ser mãe.

Os anos passaram, passam e continuarão a passar. Hoje é mãe de três filhos e uma mulher admirável. Inspira-me a sua força ou, até mais do que isso, a sua garra e determinação fascinam-me. Apesar de tantas situações em que a vida já a desafiou, sempre lhe vi o mesmo olhar de esperança. Mais do que para escrever, inspira-me para viver. Para ouvir sempre as suas sábias palavras e lutar pela vida guiada pelos seus conselhos. Que mais do que conselhos são provas vividas.

Queria, para além dos seus olhos verdes, ter herdado também o seu espírito de guerreira.

Sílvia Fraústo, 10º D

Sem comentários: