terça-feira, 24 de maio de 2011

As lições do passado - Dissertação


De facto, não só é importante tirar ilações do passado como só é possível construir o futuro com base no que já aconteceu. Newton uma vez disse que só tinha chegado onde chegou porque se encontrava "nos ombros de gigantes" (Copérnico e outros) e, passados 250 anos, foi aos ombros de Newton que Einstein subiu e formulou a famosa teoria da relatividade. E a ciência é feita assim. Todos os avanços científicos contemporâneos são construídos sobre a ciência do passado.

Contudo, a própria ciência não consegue, por vezes, olhar para trás e evitar os erros que cometeu. A descoberta da síntese do amoníaco serviu para reduzir a fome no mundo (novos adubos) e foi igualmente usada para a criação de bombas químicas. No entanto, não se tirou nenhuma conclusão desta situação e não se evitou que a descoberta das reacções nucleares servisse para a invenção de bombas atómicas.

Portanto, apesar de podermos sempre tirar lições do passado, por vezes a Humanidade decide não as seguir.

Gustavo Galveias, 12.º A

As lições do passado - Dissertação

De facto, a Humanidade tem sabido, de uma forma geral, tirar partido de acontecimentos passados e extrair ilações para a construção de um futuro melhor. Um futuro que parece recheado de inovações tecnológicas, tais como o processo de maquinização que aparenta ter percebido o limite físico do ser humano e permitido aumentar a produtividade das fábricas. Também no campo da Saúde se pode denotar melhoria ao nível das técnicas e dos recursos utilizados no diagnóstico e tratamento de uma patologia como o cancro, que têm possibilitado aumentar a taxa de sucesso.

Por outro lado, parece que ao nível dos valores humanos prevalece um certo egocentrismo e uma ganância abusiva pelo poder. Veja-se o exemplo do Engenheiro José Sócrates que durante seis anos levou à estagnação económica do país e que possivelmente irá vencer as eleições de 2011, colocando a nação na bancarrota.

Enfim, se no campo científico e médico parecem descortinar-se facilmente progressos que têm melhorado as condições físicas do Homem, também é verdade que na gestão de conflitos e na área da Política se denotam poucos avanços em relação aos erros cometidos no passado.

Filipe Margaço, 12.º A

Irónico, simplesmente irónico



Caro Domingos Amaral,

É assim que começas as tuas crónicas semanais, ao Domingo, na contracapa do jornal Record. Crónicas que são sempre directas, mordazes, oportunas, bem escritas, num português claro, mas adjectivado.

Pois é, Domingos, criticas, elogias e revês, os maiores eventos do mundo desportivo todas as semanas, e hoje passaste a inspiração de crónica.

Este cronista que já elogiou os maiores feitos de Pinto da Costa, que já criticou a presidência encarnada e que já motivou pequenos treinadores e jogadores deverá ser o exemplo a seguir de qualquer jornalista recentemente licenciado e tudo isto devido ao seu sentido irónico, sem piedade, humorístico e sincero, mas sempre bem escrito.

Embora tenhas o teu carácter benfiquista, nenhum adversário resiste às tuas crónicas.

Miguel Madeira, 10.ºA

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A solidão (não) é uma escolha do ser humano



Segundo o dicionário, a solidão é o estado de estar só. Podemos entender isso como um estado de abandono, infelicidade e desânimo. No entanto, podemos perguntar a alguém que viva sozinho se é infeliz, se se sente abandonado ou desanimado. Já o fiz e a resposta que obtive foi: «Estou bem, talvez seja preferível assim a discutir com alguém todos os dias ou estar rodeada de confusão. Faço o que quero, quando quero.»

Com isto, concluí que a solidão é, de facto, uma escolha do ser humano. É possível ser-se feliz quando só, não desprezando, claro, os amigos e a família. Falo portanto de relações.

Eu estou sozinha, eu estou feliz! Vejo à minha volta muitos casais onde alguém sofre, onde um é subjugado pelo outro, quase como um escravo. Não quero isso para a minha vida. Quero liberdade, quero poder fazer o que quero e quando o quero!

Quero estar só. Quero ser feliz. E tu?

Maria Inês Pereira, 10.º B

Solidão. Todos nós já ouvimos esta palavra e, possivelmente, em alguma altura da nossa vida já a sentimos. Ninguém gosta de estar completamente sozinho, de ser solitário. Toda a gente precisa de alguém, uma companhia.

Sim, claro, existem pessoas que gostam de estar sozinhas. Algumas não casam ou mudam-se para uma casa sozinhas e há ainda outras que se isolam. Mas será que realmente gostam de estar sozinhas, ou melhor, será que são verdadeiramente solitárias? Eu creio que não. Até podem gostar, em certa medida, de solidão mas existe sempre algum momento, algum instante em que elas, com certeza, desejariam fazer as malas à solidão e mandá-la embora na primeira oportunidade. Mas isso nem sempre é fácil. A solidão é como uma árvore, quanto mais tempo passa mais fortemente ela fica presa pelas raízes à terra.

Mas também existe outro tipo de pessoas solitárias, por exemplo, as pessoas mais idosas. Essas pessoas não têm a solidão ao seu lado porque assim o quiseram. Talvez o marido ou a esposa já tenham falecido, ou até mesmo todos os familiares. Algumas vivem isoladas em aldeias de onde as pessoas “fugiram” ou simplesmente deixaram de existir. Outras ainda são abandonadas, deixadas à sua mercê. Isto, para mim, é bastante injusto. Aliás, acho que é seguro dizer que a solidão, de uma forma ou de outra, é sempre injusta.

Quando chega, ao princípio, é difícil dar por ela, mas uma vez na nossa vida é difícil de mandá-la embora.

Débora Lúcio 10.ºA

Crónica - S de Saudade, S de Solidão


Há cerca de um mês atrás, fui visitar a minha bisavó ao lar, onde se encontra perfeitamente instalada e com visitas regulares dos familiares. Passado um ano, olhei de novo aqueles enormes olhos azuis que me invadiram o peito de uma nostalgia tremenda. Não sei indicar ao certo se foram as saudades, se foi a forma como as suas mãos envelhecidas me tocaram o rosto, aqueles olhos carregados de memórias olharam- me como se eu fosse um tesouro.
Estava bem para quem se encontrava com oitenta e tal anos, conseguia sorrir, lembrava-se dos nossos nomes e caras e nutria um sentimento forte por nós, e naquele momento era só isso que necessitávamos sentir.
Olhei em redor e um sentimento de tristeza invadiu-me subitamente.
Os lares não eram sítios que me deixassem propriamente à vontade, era demasiada realidade para uma hora só, era tudo aquilo que a maioria das pessoas tenta ignorar e fingir que não existe, mas os idosos estão lá, na mais pura prova de que os anos deixam marcas e, por vezes, marcas irremediáveis, capazes de levar tudo, até ao mais ínfimo pormenor, e arrancar sem dó o que nos fora prometido.
Perdida nos mais sórdidos e inevitáveis pensamentos a que a situação obrigava, alguém me toca no braço e avisto uma senhora sentada numa cadeira, com alguma dificuldade em falar mas que consegue dizer-me baixinho: “Podes dizer à minha filha que me venha visitar?”.
O meu coração despedaçou-se, o meu corpo vacilou por momentos, as lágrimas escorreram-me pelo rosto e consegui, com alguma dificuldade, suspirar: “ Eu digo-lhe.”
Toquei-lhe na mão, ela abraçou-me.
À saída, olhei uma última vez para a senhora triste, que agora se encontrava com um olhar ausente, distante. Desejei que a filha fosse vê-la naquele mesmo dia, desejei que a solidão não fosse um sentimento e, por fim, desejei que a solidão fosse escolha do ser humano… mas aquela senhora não pediu para estar sozinha no mundo!

Margarida Barrozinho, 10.ºB

Crónica sobre a Saudade


Estou sentada a ordenar letras no papel, de modo a formar palavras ao acaso, muitas delas estão perdidas no pensamento, enquanto outras procuram dar respostas ao sentimento que assombra o meu corpo neste instante.

Olho em meu redor, reparo que nada me envolve, não encontro ninguém, estou só.

Tento situar-me geograficamente, somente para ter a consciência que existo, pois nada mais me indica a vivacidade da vida.

Assim, seguro-me à caneta com medo de cair no desespero permanente de não ter ninguém por perto. A caneta é como uma espada, que uso para me defender da solidão que penetra profundamente na minha vida.

O vento veloz que paira na minha cabeça faz revirar todos os meus pensamentos e sonhos, este é tão forte que me faz procurar, no meio do vazio, um porto de abrigo.

Algo surge, no meio do nada, vejo ao longe um conjunto de palavras que me confortam, talvez tenha encontrado o meu porto de abrigo.

Ao abeirar-me dessas palavras sinto que já não estou sozinha, agora tenho uma crónica que me faz companhia, conforta-me no momento mais difícil do meu viver.

A crónica, ao ver-me desolada, aperta-me e dá-me o carinho que tem no interior das suas letras para que eu possa continuar a viver no vazio da vida.

Sinto-me feliz por ter algo que me abrigue, mas tenho receio que, um dia, a crónica já não seja um porto de abrigo e eu caia numa solidão infinita.

Carmen Vale de Gato, 10.º B

A tua partida

Sentada no sofá da sala, os meus olhos procuram algo ou alguém… e revivo…

Agora que percebo que estás doente dói-me o coração, sinto que tudo à minha volta parou. As nossas vidas acabaram. Todos tentámos lutar contra a tua doença. Sou criança, mas já percebi tudo, toda a gente tentou esconder, mas acabei por perceber.

Dizem que o que está dentro de ti é ruim, mas que todos juntos conseguimos lutar contra isso. Chamam-lhe de cancro, não sei bem o que seja. Oiço dizer que mata, destrói, corrói, faz sofrer… Mas o que pode ser assim tão ruim?

A tua doença foi progredindo e eu fui-me apercebendo de tudo, deixei de ir tantas vezes à tua casa e passei a ver os bombeiros a “passear” contigo muitas vezes. Onde ias? Eu não sei, ninguém me dizia, mas penso que não seria para um sítio bom. O teu lindo rosto não demonstrava felicidade, apenas um longo e triste sofrimento.

Os bombeiros hoje levam-te e oiço dizer que é para o hospital. O que é que tens desta vez? O que é que se passa? Porque é que vais para o hospital? Eu não te quero perder.

Passados dias a minha mãe diz que vamos ver-te ao hospital, mas quando lá chegamos percebo que o teu estado é lastimoso.

Agora dão-me a triste notícia de que partiste, ninguém consegue lutar contra a tua doença e é muito doloroso estares a viver neste estado. Todos nós sofremos com isto e eu, apesar de ainda ser pequena, apercebo-me de tudo. Neste momento sinto que te amo muito e que és tão importante para mim… Fomos lutando até não podermos mais mas, apesar de ser doloroso, sei que é o melhor para ti.

Vai em paz! Nunca te esqueceremos e sabemos que qualquer decisão que tomarmos na vida, boa ou má, estarás sempre ao nosso lado.

Ana Duarte, 10.º A

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sonho



Um pesadelo, sonho

O desejo gritante

De um futuro risonho

Que tarda a chegar.

O sonho distante

De fraternidade, amor,

De um mundo sem dor,

Difícil de imaginar e doce de ver

Esse sonho, esse querer,

Impossível de realizar

Apenas esse desejo

O mesmo que está sempre a passar

Na mente dos soldados

Esses pobres desafortunados

Por quem se houve o sino tocar.

João Gaudêncio, 10.ºC

O sportinguismo

À medida que entramos na recta final da época, torna-se notório que esta será a segunda época do Sporting fora dos três primeiros. Só um milagre dará ao Sporting a vitória em Braga, e o agridoce 3º lugar[1]. Isso mesmo, chegámos a uma altura em que o 3º lugar é considerado um milagre. Esta minha maneira de pensar é ilustrativa desta nova corrente filosófico-futebolística: o sportinguismo. Se viesse num dicionário, definir-se-ia como: corrente filosófico-futebolística que implica a existência de uma mentalidade vencedora sem que hajam elementos característicos da mesma. Como podem os sportinguistas (adeptos do Sporting e do Sportinguismo) exigir sucesso quando os jogadores e o staff de quem o esperam não são considerados capazes? Carlos Martins, Silvestre Varela e Emídio Rafael são dispensados do Sporting, mas são titulares e/ou suplentes utilizados dos dois últimos campeões nacionais. Paulo Bento era besta negra no clube de Alvalade, mas na selecção é herói.

Como podem os jogadores e staff do Sporting considerarem-se como favoritos para um jogo quando não entram em campo como tal? Com Paulo Bento, se o Sporting estivesse a ganhar 1-0, havia que pressionar para obter o 2-0. Com Carvalhal, Paulo Sérgio ou Couceiro, com 1-0 para o Sporting, a equipa retrai-se. Resultado disso são maus resultados obtidos nos últimos minutos de jogo (Guimarães, 2 vezes, Rangers, …).

Enquanto o Sporting não se comportar como grande, nunca reconquistará o seu lugar devido no topo do futebol português. Sugiro que em vez de Simana-Pongolle ou Felipe Calcedo, se contrate o psicólogo Daniel Sampaio.

João Gaudêncio, 10.ºC


[1] Texto escrito em 13.5.11, na véspera do “milagre”.

Laranja a pairar no céu

Um laranja puro no céu que depressa ficou vermelho, destacava-se na paisagem única de um pôr-do-sol.

O rio era um espelho que reflectia a luz com um brilho cintilante e espectacular, o vento era quente e húmido, o que fazia escorrer o desejo na pele, a terra era agora areia que desaparecia com a abundância de água.

O pôr-do-sol com contornos definidos e nítidos reforçava a beleza de um sol escaldante e resplandecente.

O sol movia-se no céu, caindo, caindo, acabando por mais tarde desaparecer. Grandioso e circular, era definido por uma linha avermelhada que reluzia no ar.

Este instante inscreve-se no coração da natureza sem deixar dúvidas que é um momento único da tarde, que inspira várias almas sonhadoras.

Carlota Matos, 10.º C


Para lá da janela


Pus-me à janela a observar o sol que já descia, devagar, muito devagar.
As vizinhas corriam então as persianas e cumpriam o recolher habitual, assinalado pelo aparecer da lua e o esconder do sol.
O céu ficou cor-de-laranja e a minha imaginação fluiu, ao ver aquele bonito céu, escondido por trás do sobreiro no qual se tinham alojado os pássaros, que queriam descansar.
Os executivos chegavam a casa, de pasta na mão, cumprimentavam as suas famílias, pareciam ser felizes. O jardineiro, do jardim do sobreiro continuava a trabalhar, ainda havia muitas folhas para varrer. A sua família esperava em casa, com um pouco de fome, mas muito amor.
Quando o sol já quase desaparecera, surgiu uma brisa muito fresca. Fechei a minha janela, e recolhi-me também.
Pensei então o quão bonito era o pôr-do-sol, quanta alegria ele me trazia. A natureza ficava mais calma, e o céu mais bonito. Notavam-se as sombras dos objectos no chão e nas paredes, projectadas pelo sol muito baixinho, tal como Platão imaginou em “A alegoria da caverna”. Eu estava então dentro da caverna quando o sol se punha, mas sabia o que havia lá fora, ao contrário da humanidade.

Diogo Branco, 10.ºC





sexta-feira, 13 de maio de 2011

O cão

O cão, para mim, é um animal fantástico, possuidor de inúmeras características que, por vezes, são úteis ao ser humano.

Existem inúmeras raças e, portanto, características e tipos de comportamento diferentes entre as diversas raças.

Como já referi, o cão tem diversas raças que, por vezes, são postas ao serviço do ser humano como, por exemplo: em terapias de jovens com deficiência mental e na ajuda a pessoas cegas. São eles “os escolhidos” nestas iniciativas, pois, são possuidores de excelente olfacto e audição, inteligência e têm boa capacidade de aprendizagem.

Por estes motivos penso que o cão tem uma excelente relação com o ser humano, sendo leal e amigo deste e realizando tarefas interagindo com ele, como na caça, por exemplo.

Tal como os seres humano, também os cães são vítimas de doenças, sobretudo, quando caminham para o envelhecimento. E, também mudam de humor, estando estas mudanças por vezes relacionadas com o estado de espírito do dono.

Para concluir, digo que a afeição e a companhia deste animal são alguns motivos para a construção da famosa frase: “O cão é o melhor amigo do Homem”, já que penso não existir amizades assim tão fortes, entre diferentes espécies, como a do ser humano e o cão.

Pedro Pinto, 10º A

Cão

Companheiro dedicado

E amigo presente,

Estes versos são para o cão,

E para o cão somente.


Preto, branco,

Castanho ou cor-de-mel,

Anão ou gigante

De olhos brilhantes

Companheiro fiel

Enérgico, vibrante,

Nunca haverá ninguém

Com personalidade semelhante.


Alegre, divertido,

De pêlo comprido,

Cauda irrequieta,

Veloz atleta

Ou mais pachorrento,

Contigo posso contar,

Pois estarás ao meu lado

A todo o momento.


Sei que ao fim do dia,

De tudo o que te posso dar,

Apenas pedes companhia

Por isso vais-me desculpar

Escavador do canteiro,

Destruidor do jardim,

Cão, companheiro,

O teu poema chegou ao fim.

João Romão, 10º A