terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Carta ao Gato



Canil Municipal, 11 de dezembro de 2012

Olá, bola de pelo.

Espero que estejas contente. Por tua causa neste momento a minha casa é uma casota no canil com dois metros quadrados de área. Nem espaço para me levantar eu tenho e a minha comida parece estar sempre fora de validade.
Um dia a nossa dona vai perceber que foste tu quem estragou as flores pelas quais ela tinha uma grande estima. Com esses teus olhos "fofinhos", é óbvio que as culpas vieram parar em cima de mim. Agora, tens a casa só para ti e podes aquecer o traseiro na lareira, enquanto eu nem um simples cobertor tenho para combater este inverno gelado. Mas vai-te preparando! Estou a organizar um plano para sair daqui e quando te puser as patas em cima, vou-te arrancar essa cauda felpuda à dentada!
Aproveita bem os teus últimos dias de felicidade.

Um grande abraço do teu amigo canino,

Cão Fernando

Gabriel Mestrinho, 10.º A

Carta ao Pimba



Condado do Rock, País da Música, 11 de dezembro de 2012

Pimba,

Temos que ter uma conversinha. Sabes que eu respeito todos os estilos musicais, seja Pop, Reggae, Dubstep, eu respeito-os a todos. Mas tu levaste as coisas longe demais! Tudo o que vem do teu estilo nem devia ser considerado música!
Ontem, queria eu dormir e tu puseste-te a cantar sei lá o quê. Claro que passei a noite acordado. Quando finalmente consegui dormir, já eram 7h15 da manhã! Ia chegando atrasado ao emprego! Se eu não chegasse a horas, sabe-se lá o que teria acontecido! Tu tens vizinhos, sabes?!
É que a tua "música" não é aborrecida. É chata e muito repetitiva. Aliás, no outro dia, estive a falar com o meu primo Heavy Metal e com o meu irmão Hard Rock e ambos concordam comigo.
E vá, vamos admitir: eu trouxe ao mundo os Beatles e os Rolling Stones, enquanto tu trouxeste o Emanuel. Acho que não é preciso dizer mais nada.
Espero que faças alguma coisa sobre estes assuntos.

Até ao dia em que mudes,

Rock

P.S. Por favor, para de usar guitarras elétricas na tua música. É degradante para a minha imagem. E, além disso, toda a gente sabe que os teus músicos estão a fazer playback.

Vasco Saltão, 10.º A

Carta ao Jerry



Buraco do sótão, 25 de maio de  1986

Caro Jerry,

Estou a escrever-te para te fazer um pedido. Não sei se sabes, mas há 10 horas fui pai de 56 belos ratinhos e, visto que agora tenho outras responsabilidades, vou ter que dar por encerrado o nosso habitual jogo que dura há mais de 5 anos.
Desculpa, eu sei que disse que só acabaríamos quando eu morresse ou tu me comesses, mas não posso fazer nada.
A minha mulher anda cheia de medo e teme pela minha vida. Agora que sou pai, tenho de arranjar comida e abrigo para a minha família.
Vou ter muitas saudades tuas e nunca te vou esquecer. Não vale a pena procurares-me porque de agora em diante não voltarei a sair da segurança do meu humilde abrigo.
Em contrapartida, e porque gosto muito de ti, o meu lugar no jogo vai ser ocupado pelo meu filho Mickey. Vais adorá-lo. Ele é ainda mais rápido e inteligente do que eu. Prometo-te que te dará muitas dores de cabeça.
Até sempre, meu querido arqui-inimigo.

Miau,

Tom

P.S. Adorei o teu pequeno-almoço hoje!!!

Tomás Marques, 10.º A

Carta ao Ruca



Cidade dos Brinquedos, 13 de dezembro de 2300

Caro colega,

Já há muito tempo que te ando para escrever esta carta, e como estamos numa época natalícia decidi aproveitar o momento.
Como sabes, competimos há muito tempo para ver qual de nós as crianças mais gostam de ver. E a verdade é que infelizmente tu vais na frente. Injustamente!!!
Primeiro, eu sou mais antigo do que tu. Tenho um amigo feiticeiro e ainda por cima tenho na minha série dois ladrões pouco inteligentes. E tu, o que tens?! Tens amigos que só gostam de brincar com carros e ainda não te cresceu o cabelo, enquanto que eu tenho que usar um gorro para as pessoas não verem que tenho um cabelo enorme. Ainda para mais, temos a mesma idade! Não sei porque é que as pessoas te dão mais importância, só porque andas de metro. Eu já tenho a carta de condução!
Isto tudo só para te dizer que voltes a escrever as tuas histórias ou te demitas da série.
Caso não faças nada do que te peço, vejo-me obrigado a fazer queixa de ti aos PB (polícias brincalhões).
Para lá de te fazeres de vítima e de chorar por tudo e por nada só para conseguires mais espectadores!

Vemo-nos por aí,

Nody

P.S. Ruca, roubei-te o gato para ele comer o rato que me anda a atormentar as noites e não me deixa descansar.

Henrique Silva, 10.º A

Carta ao Rato



Casa, 12 de dezembro de 2012

Caro Alimento,

Não penses que vou desistir de comer um rato tão gordo e atlético como tu!
És sempre mais esperto do que eu e estás sempre enfiado nesse buraco. No entanto, lá arranjas maneira de vir buscar comida à cozinha.
Da última vez que saíste desse buraco, da tua minicasa, vi-te na cozinha. Sei bem que também me viste, mas fica a saber que só não te apanhei porque parti a pata. 
Vou arranjar maneira de te apanhar e vai ser com queijo. Não lhe vais resistir, seu bola de pelo!
A tua melhor patifaria foi teres comido todo o queijo do frigorífico e a Dona Ermelinda ter dito que fui eu! Pôs-me a dormir 3 noites de seguida na rua, ao relento, e tu todo quentinho na tua casinha.
Fica descansado que hei de arranjar maneira de saíres daí, seu bola de pelo!
Ah, só mais um recado, quando saíres da tua toca para a cozinha tem cuidado e tenta não comer o queijo. Pode ter remédio para ratos! Ah!Ah!Ah!
Estou a brincar. Não penses que te vou matar com químicos. Eu quero comer-te vivo e tosquiado. Não gosto de ficar com pelos na boca. Dão mau hálito e mau aspeto para as minhas gatinhas...

Até breve, amiguinho!

Zebeto
Gato

William Marquez, 10.º A

Carta à Cor Preta



Lata de tinta branca, 22 de dezembro de 2012

Querida Cor Preta,

Escrevo-te para pedir que diminuas a tua tonalidade obscura e sombria e que salves o mundo dessa negra e triste cor que transportas, sobretudo nestes dias melancólicos de rigoroso inverno.
Bem sei que todas as cores têm a sua função e a sua importância. Contudo, a tua tonalidade negra entristece as pessoas e origina nelas uma atitude negativa perante a vida.
Pedia-te, portanto, que abandonasses a vida das pessoas para que as deixasses serem felizes, puras e sorridentes. Pedia-te que te desvanecesses do céu azul e das nuvens frágeis e puras que eu tão delicadamente colori de branco.
Deixa-me brilhar no sorriso das pessoas, deixa-me iluminar as suas vidas e transmitir pureza, equilíbrio e plenitude. Ajuda-me, por favor, a terminar com a angústia e a tristeza que se apoderam do mundo.
A minha cor branca e suave iluminaria o dia a dia de todos os indivíduos e dar-lhes-ia uma maior motivação para encarar o mundo. Portanto, gostaria que me ajudasses nesta missão de melhorar o mundo, que o salvasses das trevas e da obscuridade.

Muitas pinceladas,

Cor Branca

Mafalda Jorge, 10.º A

Carta ao Livro



Sede dos Computadores, E.U.A., 22 de março de 2222

Exm.º Sr. Livro,

Queria fazer uma reclamação a Vossa Excelência. Porque é que o senhor continua a existir? O senhor já não é tão utilizado como há 100 anos. Agora, apenas as pessoas que não têm dinheiro para comprar um computador  como eu, o melhor, claro, é que compram essa velharia que é um livro.
Desde que nasci que nunca gostei de si. Estavam sempre a sair cópias suas até que um dia tive que pôr fim a essa loucura criando a aplicação Readbook, com a qual apenas com um clique podemos ter mais livros do que alguma vez essa antiguidade chamada Biblioteca tem.
Por tudo isto, peço cordialmente que se retire do mercado para que eu possa reinar sozinho.

Até nunca mais,

Computador

Bernardo Ferreira, 10.º A

Carta ao Computador



No fundo de uma prateleira, 26 de dezembro de 2222

Meu querido inimigo Computador,

Estou tão triste! Estar nesta prateleira a ganhar pó, à espera que alguém me abra não é fácil.
Antes, nós os livros, tínhamos um acordo com os da tua espécie. Combinámos que não iria haver livros no computador, mas vocês desobedeceram, deixando-nos ao abandono.
Antigamente, as escolas usavam livros para os seus alunos estudarem, mas agora só restam computadores portáteis, tablets, Windowsphones, iphones e Androids. A vossa espécie e outras espécies tecnológicas estão a levar-nos à extinção e por causa disto, os meus dois melhores amigos, o livro de Português e o de Física e Química, suicidaram-se. Um atirou-se para a lareira e o outro pegou em ácido e derreteu-se, deixando-me sozinho nesta prateleira.

Adeus,

Livro de Inglês

Bruno Rosa, 10.º A

Carta ao Atletismo



Baliza, 24 de outubro de 2012

Estimado e fiel amigo Atletismo,

Penso que temos algumas desavenças a tratar e também quero saber algumas "curiosidades" sobre ti. Vamos começar pelas curiosidades. Diz-me qual é o teu objetivo? É que eu, ao fim de tantos anos a pensar qual seria o teu objetivo, ainda não consegui chegar a uma conclusão. Será fazer as pessoas correrem para o nada? Correrem só porque têm que correr, sem nenhum propósito? Pois eu sou muito diferente! Eu tenho um objetivo. Eu quero ganhar um jogo. E, quando um jogador corre, corre sempre para alcançar a bola e não apenas para se cansar.
E agora vamos às desavenças. Diz-me lá qual é a tua de mandares os teus atletas para mim, o Futebol? Achas que para jogar futebol apenas se tem que saber correr? Digo-te que estás muito enganado! Um jogador de futebol tem que ter espírito de grupo, visão de jogo, técnica, e muito mais... Não basta apenas saber correr, ou seja, um jogador de futebol pode ser um atleta, mas um atleta não pode ser um jogador de futebol. Futebol é um mundo!
Dou-te um bom exemplo, Cristiano Ronaldo, um dos melhores jogadores na atualidade que consegue vencer qualquer um dos teus atletas... Isto só demonstra que eu sou muito superior a ti!

Um golo,

Futebol

Bruno Simões, 10.º A

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Carta à ponteira de escape



Motor, 11 de dezembro de 2012

Olá, Ponteira de Escape.

Tens feito muito barulho mas eu, no meio de tanta combustão, ainda te consigo ouvir! Só não entendo uma coisa, é que todos os meses faço mais movimentações acima e abaixo, todos os meses recebo mais gasolina e tu cada vez fazes mais barulho. Não aguento mais este andamento! Qualquer dia saltam-me os segmentos todos e, em vez de ser de forma cilíndrica, passo a ser uma metade de esfera. Já não aguento mais!
Sabes, andam por aí rumores que estamos num carro de tuning de um tal de Márcio Galvão e quem anda a alterar o motor onde eu estou é um tal de Kissyfur. Vê lá se me sabes dizer se é verdade?

Até escrever de novo,

Pistão

P.S. Escreve-me de volta dizendo se estamos mesmo nesse carro. Ah, e já agora, tenta fazer menos barulho!

Afonso Ataíde, 10.º A

Carta ao Rato



Residência da Dona Inácia, Canha, 10 de dezembro de 2012

Meu querido Júlio,

Como sabes, na festa de anos da minha dona, a Sr.ª Inácia, eu decidi fugir de casa porque havia muito barulho. Durante a noite, como te lembras, encontrámo-nos no quintal e tivemos aquela zanga, mas desde então não consegui esquecer-te. Pode ser um pouco estranho para ti, como é óbvio. Depois da nossa zanga deves ter pavor de mim. Só te peço que confies na minha palavra e que voltes ao quintal. Vou lá estar todas as noites à tua espera, prometo.
Naquela noite da festa, nunca me passou pela cabeça vir a apaixonar-me por um rato, Mas, na verdade, de todos os ratos que já vi ao longo das minhas sete vidas, tu és o único por quem eu fiquei encantada.
És lindo! Queria tanto voltar a ver-te, e acredita em mim, eu não te vou fazer mal, apenas te quero conhecer melhor. Encantaste a minha vida, Júlio. Podemos passar momentos muito bons lado a lado, acredita na minha palavra.
Porém, Júlio, se não apareceres, vai ser pior para ti. Não te esqueças que eu sei onde moras, por isso é bom que venhas, sim?
Acredita que vários gatos me vieram pedir a pata em namoro, mas eu quis ficar contigo.

Miau,

Dorita
Gata

João Sousa, 10.º A

Carta ao Pimba



Residência do Rock, 20 de dezembro de 2012

Meu querido Pimba,

Venho por este meio informar-te de que os moradores da residência do Rock estão saturados de ouvir o teu som irritante e idiota. Para de fazer essa "coisa" que chamas de música porque isso não é música, é poluição sonora.
Visto que somos vizinhos, solicito uma reunião, sem violência, a fim de debatermos soluções benéficas para mim.

Guitarradas,

Rock

Ricardo Carapinha, 10.º A

Carta à Noite



Céu, 3 de abril de 2012

Olá, amiga Noite.

Vim esclarecer que continuas bonita e escura, mas nem tudo é um mar de ilusões. Trata das pessoas com o coração.
O escuro é símbolo de crime e traição. Há pessoas perigosas que andam nas ruas envolvidas na tua escuridão.
Peço-te que às pessoas simpática tragas paz e união. Sê como eu, divertido e brincalhão. É certo que eu também ando, às vezes, mal habitado, mas sempre sou mais pacífico que tu.

Luz e brilho do teu amigo,

Dia

Francisco Bento, 10.º A

Carta aos números ímpares



Boletim do Totoloto, 11 de dezembro de 2012

Olá, amigos números ímpares.

Venho por este meio avisá-los de que nós, números pares, somos muito mais amados pelo público.
Somos números mais simples e por essa razão somos os mais escolhidos no Totoloto. 
Vocês, números ímpares, só têm a vantagem de serem números maiores.
Nós vamos ganhar a competição.
Tenham um bom dia e vão fazer umas contas!

Adições e multiplicações,

Números Pares

Manuel Damásio, 10.º A

Carta ao Rato



Casa da Avó Teresa, 11 de dezembro de 2012

Caro inimigo Rato,

Nesta tarde de terça-feira, escrevo esta carta de modo a informar-te de que a época dos queijos começou. Dito isto, saberás que tens que me entregar o jogo da Playstation que te emprestei.
Como começou a época dos queijos, a nossa guerra também teve início, por isso podes voltar a ler as regras e lembra-te, nada de armas de fogo! A última vez que usaste uma, ias-me matando e destruindo a casa.
Sabes bem que se eu morrer acabam-se os queijinhos fresquinhos todas as semanas!
Bom, com esta carta dou por iniciada a guerra. 
Boa sorte e prepara-te.

Até quando menos esperares,
Farrusco
(Gato)

P.S. Junto com a carta segue o meu presente de início de guerra. É uma simples bombinha. Protege-te, ratinho!

Miguel Gézaro, 10.º A

Carta à escola



Entre os meninos e meninas, 18 de dezembro de 2012

Olá, estimada inimiga.

Venho solicitar-te que desapareças. Estragas sonhos, retiras a felicidade às pobres crianças que por tua causa se desinteressam, perdem a coragem e o sorriso. Por tua causa crescem e perdem a infância, às vezes, até cedo demais. Há quem diga que as preparas para o futuro, mas que futuro é esse tão cruel em que a sociedade as julga por serem como são, as critica pela maneira de viverem as suas vidas que são tão curtas e mal aproveitadas, só porque tu mostras que não podem fazer o que desejam por não passarem às disciplinas.
Por tua causa a universidade perde ânimo porque os alunos não podem seguir o que mais gostam, já que tu lhes mostraste que eles não são bons.
Por fim, venho aqui demonstrar-te que a motivação cria em mim felicidade e que quando fazemos o que gostamos atingimos tudo o que queremos.

Abraço,

Felicidade

Francisco Rolha, 10.º A

Carta ao carro



Parque de estacionamento, 11 de dezembro de 2012

Exm.º Sr. Carro,

Venho por este meio informá-lo de que este parque é meu e vai ter que sair e estacionar no outro parque ao lado, o dos ligeiros.
Se não cumprir o que lhe apitei, buzino à polícia para o rebocar para outro lado. Veja bem a minha situação: preciso de estacionar e não tenho lugar por sua causa. Também tenho que o avisar que tem feito muito barulho com o rádio sempre que eu preciso de descansar. É favor parar com a barulheira durante a noite!

Aguardo resposta,

Camião

P.S. Espero que compreenda a minha situação.


Nuno Carapinha, 10.º A

Carta aos números ímpares



Calculadora, 11 de dezembro de 2012

Estimados inimigos números ímpares,

Estamos a escrever esta carta pois existe algo que sempre nos incomodou: a vossa EXISTÊNCIA!!!
Têm sempre o descaramento de se meterem no meio de nós. Em qualquer número os desagradáveis e incomodativos números ímpares estão sempre presentes.
Avisamos desde já que nos reunimos e criámos uma inovadora e fantástica calculadora que faz operações só connosco, os números pares.
É melhor desistirem da guerra que criaram pois serão verdadeiros números mortos. Eh, eh, eh, eh!!!

Até nunca mais,

Números pares 2, 4, 6

Inês Silva, 10.º A

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Conto do Pedro Matreiro



Era uma vez, lá para o século XV, um homem não muito rico, mas também não muito pobre que vivia no norte de Portugal.
Um dia, o homem teve de ir tratar de uns assuntos na vila e a mulher, quando ele se estava a pôr a caminho, gritou:
- Ó homem, vê lá se arranjas um criado, mas olha que “Pedros” não!
- Deixa estar mulher, que sempre é bom em casa havê-los.
E lá foi o homem. Quando chegou à vila foi logo tratar dos negócios para arranjar tempo para achar um criado.
Lá no meio da vila, viu um rapaz que achava bom para trabalhar e disse-lhe:
- Olha lá, como te chamas?
E o rapaz respondeu:
- Chamo-me Pedro.
E disse logo o homem:
- “Pedros” não, que a minha mulher não os quer lá em casa.
O rapaz foi para casa e vestiu-se com outra roupa, e desta vez pôs-se um bocado mais à frente.
Foi o homem e perguntou:
- Como te chamas?
- Artur. – Disse o rapaz.
E replicou logo o homem:
- Ainda bem, porque a minha mulher não quer lá “Pedros”.
- E quanto paga o senhor? – perguntou o Pedro.
- Uma libra e de comer.
E o rapaz disse que podia ser.
Estava o suposto Artur a cavar mais o patrão quando este lhe disse:
- Vai buscar as enxadas à patroa, se fazes favor.
O rapaz foi à da patroa e disse:
- O patrão quer as duas carteiras.
- Como sei que não me enganas? – inquiriu ela.
- Quer ver? Ó patrão, é uma ou são as duas?
- As duas! – gritou o patrão.
E o Pedro abala a fugir com as carteiras e não deu mais sinal. 
Pedro Santos, 8.º B

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O outono pintado por mim


Se eu fosse um pintor, pintaria o outono de castanho e amarelo.
Pintaria as árvores com as folhas a caírem e a morrerem.
Pintaria inteiras florestas, nuas, como se as folhas tivessem fugido com o frio que se aproxima devido ao inverno. Os pássaros a voarem para bem longe, para sítios mais quentes. Cada folha ora seria vermelha, ora seria amarela, ora seria castanha.
Pintaria os lagos cheios de solidão devido ao calor que há pouco diminuiu e evaporou os lagos outrora cheios de água e de peixe.
Pintaria as pessoas mais tristes por não verem as flores abertas e apenas verem as folhas mortas, como se alguém as tivesse arrancado de propósito.
Seria um quadro cheio de solidão e tristeza.
Marco Graça, 7.º A

O ciclo da Natureza


A primavera é uma estação
Cheia de folhas e flores
Mas o que nos chama a atenção
São mesmo as suas cores.

Entre pássaros a fazer ninhos
E outros a voar
Brilham aqueles cheirinhos
Que a primavera traz no ar.

Flores de todas as cores
E outras ainda a florir
Parece que a primavera
Se está a rir
Parece que lhe dá gozo
Ver que nos está a divertir.

A primavera é de todas as estações
A mais formosa.
Com estas qualidade todas
Ainda é a mais cheirosa.

Há estações a vir
Para cá e para lá
Mas de todas
A primavera é a melhor que há!

Francisco Pedro, 7.º A

terça-feira, 29 de maio de 2012

Poemas Visuais

Tiago Nunes, 7.º A

Poemas Visuais

Sara Ferrolho, 7.º A

Poemas Visuais


Pedro Santos, 7.º A

Poemas Visuais

Pedro Mendes, 7.º A

Poemas Visuais

Marco Rijo, 7.º A

Poemas Visuais

Marco Graça, 7.º A

Poemas Visuais

João Marques, 7.º A

Poemas Visuais

Joana Selorindo, 7.º A

Poemas Visuais


Maria Inês Machado, 7.º A

Poemas Visuais

Francisco Pedro, 7.º A

Poemas Visuais

Flávio Rasgado, 7.º A

Poemas Visuais

Daniel Pinheiro, 7.º A

Poemas Visuais

Cátia Aldeias, 7.º A

Poemas Visuais

Carolina Giga, 7.º A

Poemas Visuais


Beatriz Raimundo, 7.º A

Poemas Visuais


Ana Carolina, 7.º A

terça-feira, 24 de abril de 2012

Navegar



Após a partida de Lagos, enquanto navegávamos rumo ao desconhecido, deflagrou uma súbita tempestade, que fez com que o barco fosse em direção a leste, andando no mar durante dois dias e três noites. À terceira noite tivemos finalmente vista de terra.
Comecei por distinguir apenas a escuridão e o rasto do luar sobre as águas. No entanto, ao observar mais atentamente o espaço que ele indicava, descobri uma silhueta negra e espalmada, rodeada de ondas e recortada pelo luar. Franzi os olhos no meio da escuridão e distingui melhor os contornos. A figura despontava num triângulo irregular e atarracado, com um dos lados a alongar-se mais, antes de se afundar no mar. Ao aproximarmo-nos, vi uma superfície emplumada, agitada por uma brisa ligeira.
E, quando os meus olhos voltaram a focar, todas as peças se encaixaram: à nossa frente  elevava-se uma pequena ilha, com palmeiras a agitar a folhagem, e uma praia a resplandecer suavemente sob a claridade noturna.
"Que lugar é este?" - pensei.
Atracámos no cais e o silêncio foi profundo. Nada mais havia que o chapinhar suave das ondas a bater no barco e o murmúrio da brisa entre as palmeiras. O ar estava quente, húmido e perfumado, como o vapor que fica a pairar após um duche de água quente.
Saímos do cais para um caminho de areia clara que seguia entre a vegetação sombria, sendo o nosso grande objetivo descobrir se esta ilha era habitada.
Por um breve período de tempo, o mato que nos rodeava, tão abundante como uma selva, envolveu-nos com uma escuridão absoluta, mas não encontrámos nem estradas nem vestígios pelos quais se pudesse entender que fosse habitada. Demos-lhe o nome de Ilha da Boa Vista, por ter sido a primeira vista de terra naquelas partes.
Carla Sousa, 12.º A

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Loucura

Todo o génio tem um pouco de loucura em si, para pensar o que ainda ninguém pensou, para acreditar no que parece impossível. É por isso que existem inventores, cientistas, artistas,...
A vida é dura, muito dura. Vamos ser atirados ao chão, pisados, ignorados, mas cada vez que cairmos devemos erguer-nos novamente, o mais rápido possível. Não importa quantas vezes isso aconteça.
Se temos um objetivo, um sonho, não devemos desistir nunca, pois se não formos reconhecidos pelo que fizermos, sê-lo-emos pelo esforço.
Se não tivermos objetivos, a nossa vida será em vão. Os nossos sonhos são o que nos distingue de milhões de outras pessoas. Não tenhamos vergonha deles.
Foi com mentes loucas que o mundo e a humanidade evoluíram.

Gonçalo Manteigas e Luís Nunes, T.G.P.S.I. 3.º ano

Sonhei com rosas

Nas ruas largas havia prédios com 200 andares e havia rosas trepadeiras enormes. As pessoas que viviam nesses prédios punham uma semente de rosa no chão, um pouco de água, esperavam um m inuto e as rosas cresciam logo.
Em vez de andarem de barco, as pessoas andavam numa pétala de rosa. Os aviões eram rosas voadoras... Eram roas para ali, rosas para acolá, rosa para aqui, enfim, eram rosas em todo o lado.
O Planeta Azul tinha mudado de nome, chamava-se agora Planeta Rosa.
Mas de repente, o despertador tocou e acordei.
Patrique Correia, 7.º A




O meu melhor sonho

As casas tinham lindos jardins, jardins esses com pequenas lagoas e as mais variadas espécies de flores.
Mas, o meu jardim era o mais bonito da zona. Tinha de todos os tipos de plantas e decorações de todas as partes do Mundo.
Entretanto, meti-me num barco e fui até Nova Iorque, na América, a terra com que sempre sonhei.
Quando cheguei ao destino, vi que não era como outrora sonhara. Notei muitas diferenças em relação à minha aldeia. Para todo o sítio que olhasse havia pessoas a passear, enquanto que em Portugal havia meia dúzia de idosos na conversa sobre futebol e na coscuvilhice.
As grandes lojas de diversos artigos em Nova Iorque não se conseguiam comparar com a mercearia da esquina onde ia comprar pão todas as manhãs. Para não falar naqueles jeitos estranhos que os locais fazem à língua para falar, o que é muito mais difícil que o português. Mas no final, fiquei com grandes recordações.
Pedro Santos, 7.º A

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Os conselhos da velha estante

Era uma vez um livro que morava numa estante.
Era um livro que ainda cheirava a novo e o verde da sua capa ainda brilhava muito.
A estante, ao contrário do livro, já era velhinha e com muito uso. Ela já tinha muita, muita experiência e a superfície com o pó acumulado.
Na velha estante ainda vivia um dicionário e uma das edições mais antigas da Odisseia, de Homero. Mas o dicionário e o outro livro não faziam mais nada senão dormir.
Todos os dias a estante contava um provérbio e dizia o significado ao livro novo.
Ao princípio, o livro não ligava muito à velha prateleira e às suas histórias, mas um dia refletiu sobre os provérbios e associou-os a acontecimentos do quotidiano.
No dia seguinte, adaptava provérbios a coisas que podiam melhorar a sua vida e viu que, afinal, os ditos não eram apenas para ouvir à noite.
Por isso: "A conselho amigo, não feches o postigo."
Pedro Santos, 7.º A

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Diário de Camões

9 de junho de 1580

A velhice é, de facto, a idade mais triste da vida. Cada dia que passa, mais a minha mão trémula e envelhecida custa a escrever. Mas escrevo, por mais que me custe. Escrevo porque se não o fizer nas páginas amarelecidas deste diário, ninguém estará aqui para testemunhar a minha dor. Sinto-me velho e inútil, um resquício do que fui outrora.
Os poucos amigos que tinha, há muito esqueceram a morada deste pobre casebre, onde só o meu fiel escravo me presta ajuda, mendigando para nos alimentarmos, quando a tença de 15 mil reis anuais se esgota. Longe vão os tempos de glória, em que frequentava o paço e fazia sonhar as damas... Tempos idos.
Resta-me o consolo de ter conseguido salvar os meus queridos Lusíadas no naufrágio que me roubou a Dinamene, na foz do rio Mekong.
Foi grande o esforço para conseguir a sua publicação, mas valeu a pena. Quem sabe não servirão os meus Lusíadas para salvar o reino da escuridão em que se encontra, afogado em lágrimas de morte e luto nas areias de Alcácer Quibir. Por mim já nada podem fazer.
Wobbofet, 12.º A

Diário de Camões

Meu querido diário,

Apresento-me hoje perante ti, muito possivelmente, pela última vez.
O meu corpo está envelhecido, não é o mesmo que tinha há 30 anos, contudo, aqui estou eu pronto a aceitar a minha morte como uma amiga. Afinal, vivi sempre a minha vida ao máximo.
Lembro-me do dia em que passei a frequentar a corte do rei D. João III. A minha personalidade de homem sedutor e as minhas capacidades poéticas faziam com que conseguisse juntar o útil ao ideal, pois permitiam-me não só conquistar as damas como aumentar a minha fama de poeta.
Recordo-me ainda da fatídica viagem a Ceuta, aventureiro e corajoso, não hesitei em partir para a batalha. Regressei, depois, a Lisboa e ao estilo de vida boémia, ao qual já tinha habituado os habitantes da cidade. Foi, ainda, por essas alturas, no dia de Corpo de Deus, se a memória não me falha, que se deu mais uma "conquista" pessoal. Aquele rapas, o Gonçalo Borges, atravessou-se no meu caminho. Envolvemo-nos numa rixa e fui condenado à prisão.
Este incidente mudou-me a maneira de pensar. Quereria eu viver num país em que um pobre homem não pode defender a sua honra?
Lembro-me bem do dia em que decidi que ia ser explorador. Parti para o Oriente. As minhas longas viagens permitiram-me trabalhar n' Os Lusíadas.
Hoje terminaram as aventuras e apresento-me perante ti, meu diário, quem sabe pela última vez, e só te posso agradecer, velho amigo, eterno confidente.
Pedro Madeira, 12.º A

Diário de Camões



9 de junho de 1580
Querido diário,

Sinto-me velho. O meu corpo já sente o pesar dos anos e o fim a aproximar-se... e já fica a saudade da infância, do tempo em que o meu corpo era insaciável e de todas as façanhas que vivi.
O meu patriotismo levou-me, em 1549, a Ceuta, onde vivi uma das minhas maiores aventuras, que quase me tirou a vida.
Perguntas-me se me arrependo, e eu respondo que só me arrependo do que não fiz. Se hoje me dói a mão foi porque com ela escrevi os meus pensamentos, se me doem as pernas depois de uma pequena caminhada foi porque lhes dei uso em grandes viagens e se me dói a alma foi porque por ela passou muita realidade. Se me arrependesse de tudo o que fiz com a minha existência, a minha alma estaria tão gasta que o meu fim já teria chegado há muitos anos.
Perguntas-me o que quero, e eu respondo que quero descanso. Quero descansar o meu corpo, porque sei que enquanto não descansar ele não vai parar de doer. Quero cessar a minha alma porque por mim ela já fez muito. E quero pousar a minha pena...
Marta Zurrapa, 12.º A

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Fábula do cão que ajudou o gato

Era uma vez um cão que tomava bastantes precauções. O seu melhor amigo, o gato, era o contrário, não tomava precauções nenhumas. Uma dia o cão disse-lhe:
- Tu não tomas precauções nenhumas. Algum dia hás de ir para o hospital.
- Era o que mais faltava, estar todos os dias a medir os açucares,...
- Olha, tu alguma vez foste à vacina do tétano?
- À vacina do téta quê?
- Do tétano, aquela que previne problemas caso te cortes.
- Pois, pois!
No dia seguinte, o gato andava a trabalhar com metais. O cão avisou-o para ter cuidado e ele não lhe deu ouvidos.
O cão voltou para casa e recebeu a notícia de que o seu amigo gato tinha ido para o hospital. Então, decidiu ir visitá-lo.
- Eu não te avisei que devias tomar precauções?
- Eu sei, eu sei. Tens razão.
- E o que é que aprendeste hoje?
- Olha, que mais vale prevenir do que remediar.
Miguel Soares, 7.º A