quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Zé-ninguém

Eu era o Zé-ninguém, uma formiga no meio de milhões de formigas iguais. Costumava ir à praia. Passava lá o dia com os meus amigos, jogávamos uma partidinha de futebol, ríamos, íamos para a água fazer maluqueiras, apanhávamos altas ondas com a prancha de surf,... Belos tempos! Sem preocupações, sem stress, sem nada que me fizesse passar noites em branco. Era uma vida quase perfeita. Faltava só realizar um grande sonho de infância.

Um dia, decidi escrever umas músicas. Até eu fiquei surpreendido com o resultado, por isso resolvi cantá-las e lançar um CD. Segue o teu instinto, o meu CD, foi um sucesso mundial. Ganhei fortunas, comprei um Lamborghini, conheci o pessoal do jet-set. Passei de Zé-ninguém para... um ídolo... uma celebridade. Tinha tudo. Era o que eu pensava.

Um dia, faltavam cinco para a meia-noite, fui-me deitar.

A meio da noite acordei exaltado. Lembrei-me da minha outra vida. Antes daquela manhã fria de Dezembro em que me apeteceu fazer música. Naquela manhã em que morri e nasci novamente.

Passaram-se cinco anos. Nunca mais voltei à Praia da Rocha, nunca mais falei com o pessoal das jogatanas na areia semi-seca.

Apercebi-me agora... Nesta sociedade, nem a máxima dos três mosqueteiros resiste.

João Bentes, 10.º A

Passado - Presente

Olhando retrospectivamente para o passado e pensando na sociedade em que vivemos, podemos chegar à conclusão de que nestes quase quatrocentos anos que nos separam de Padre António Vieira, pouco mudou na forma como tratamos os outros seres humanos.
Pensemos, por exemplo, nos escravos das plantações na época dos descobrimentos, nos operários que trabalhavam nas fábricas inglesas aquando da Revolução Industrial, e, finalmente, nos chineses e indianos que trabalham sob condições desumanas nos seus países, e podemos observar que poucas são as diferenças que os distinguem.
É óbvio que houve algum progresso em áreas como a saúde ou a educação, mas na forma como tratamos o próximo, pouco mudou. Continuamos a olhar para os outros não como iguais, mas como meios para satisfazermos as nossas exigências e o nosso bem-estar.
Quando bebemos um café, não pensamos que pode ter sido apanhado por crianças que nunca foram à escola, tal como acontece em inúmeros países africanos e asiáticos.
Hoje, em pleno século XXI, ainda podemos assistir ao pior do Homem. Fomos à lua e voltámos, clonámos vacas, gatos, ovelhas ou tubérculos, mas não conseguimos acabar com a fome na Terra.
E assim continua o Homem ao longo dos séculos, esquecido dos outros homens.

Gustavo Galveias, 11.º A

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PROTESTO




Exmo. Sr. Branco,

Venho por este meio protestar e demonstrar o meu descontentamento face à desagradável situação que V. Ex.ª me tem proporcionado.
Para começar, encontro-me extremamente descontente com o facto de ser sempre eu o que dá azar, o que simboliza a morte, ou até mesmo, o que simboliza todas as coisas más nesta triste vida.
Quando uma pessoa morre, as outras vestem-se de preto, mas questiono-me: "Será que sou uma cor triste? Ou as pessoas apenas se sentem consoladas quando vestem a cor preta? Não percebo, sinceramente!"
Posso dar outro exemplo para entender melhor a minha situação: estou farto que digam que as zebras são brancas às riscas pretas! Porque é que não são consideradas como pretas às riscas brancas? Afinal, as passadeiras são pretas às riscas brancas, e toda a gente vê isso! Também não vejo razão para as pessoas preferirem o branco ao preto. Eu até sou uma cor clássica e sou bem quentinha!
Enfim, só vejo argumentos a meu favor, e gostava que o Excelentíssimo Senhor Branco mostrasse realmente quem é para que as pessoas percebam o verdadeiro valor que eu tenho no meio destas cores todas!
Agradeço a sua atenção e espero alguma melhoria da sua parte.

Mundo das Cores, 18 de Outubro de 2009

Com os melhores cumprimentos,
Preto

Beatriz Prates, 11.º B

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A Palavra aos Livros


Dois livros à conversa

Chega um livro ao pé do outro:
- Olá, tudo bem?
- Olá. Está tudo bem, mas quem és tu?
- Eu sou um livro de ficção científica.
- Isso é engraçado. Eu sou um livro de aventura. Como é ser um livro de ficção científica?
- Bem... Eu gosto porque nas minhas páginas tenho personagens que saem do planeta Terra numa nave espacial e vão até à lua. E tu?
- Eu, nas minhas páginas, tenho personagens que conduzem carros a alta velocidade. Tenho cá dentro muita violência e muitos tiroteios. É muita adrenalina e eu gosto disso.
- É engraçado ser um livro, não é?
- É, bastante! Queres ir almoçar comigo?
- Adorava! Vamos àquele restaurante novo que abriu ali na segunda prateleira à esquerda!

Fábio Prates, 10.º B

O Livro de Ponto

Eu sou aquele livrinho cor-de-laranja que os professores utilizam para escrever os sumários e para tramar o pessoal que se porta mal nas aulas.
Sou aquele livrinho que põe tudo a partir o caco a rir por causa das fotografias ridículas dos outros com quatro ou cinco anos a menos.
Sim, sou eu, o temível livro de ponto!
Não é o melhor emprego do mundo, mas com a crise que aí anda até não é mau de todo. E ao menos sou usado quase todos os dias! Mas é um pouco cansativo... O meu dia é sempre o mesmo: prateleira - trabalho, trabalho - prateleira.
O problema é que a tecnologia está a avançar e qualquer dia passo à história. E a culpa é toda dos computadores portáteis!!! Acham que podem fazer o trabalho dos outros. Só porque são todos tecnológicos, não sei quantos gigabytes de memória, e tal...
Eu sei que estou um bocado velho e que estou a ficar démodé. Também sei que a minha memória não é tão boa como a dos computadores. A verdade é que, por vezes, já nem me lembro do que me escreveram no dia anterior, mas mesmo assim não é razão suficiente para me substituírem!
Mas enfim, por agora ainda tenho trabalho, e sempre me divirto um bocado a ver aquelas fotografias...ridículas.
João Bentes, 10.º A




quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Aguarelas da Vila




O Merceeiro

Lá está ele ao balcão
Com um sorriso nas beiças,
Nas suas faces gordas
Duas manchas vermelhas.
Na sua mercearia,
Tudo lá pára:
A Afonsina, a Joaquina e a Manuela.
Por entre a coscuvilhice diária
Lá vende um pão
E uma garrafa de azeite.
A mão vai ao balcão e ao bolso
E lá aldraba mais uns clientes.
Com os seus dotes de eloquente
E os seus suspensórios cor-de-rosa,
Lá convence os mais loucos
A comprar as novidades:
É creme para as rugas,
É pomada milagrosa.
Por sorte, é só água
Que às vezes faz alergia.
Ele é o larápio da vila
E ninguém o apanha,
Ganha a vida desonestamente
E a lei nem lhe toca.
Luís Laranjo Matias
11.º A

O Polícia

De bigode farfalhudo
E com o cassetete em punho
O cabo Costa passeia pela aldeia
Das oito às oito e meia.

Cedo pára no café
E pede uma imperial.
Comenta alto para o taberneiro:
- Que vergonha esta que vem no jornal!
Um ladrão foi solto
Por sofrer de exclusão social.
E um homicida que da prisão saiu
Por padecer de doença mental.
Gustavo Galveias
11.º A

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O DIREITO DE NÃO FALAR DO QUE SE LEU


Não contes, se o desejo de emudecer as letras é maior. As declarações de um ego decifrado pelo papel fervem-se maiores quando guardadas na altivez dos sons mais inaudíveis, imunes à nódoa falada. A vontade de não confidenciar crê-se no pavor do fim do encantamento escrito. Não fales. As palavras são neve de memória fugida no abraço (nunca) perpétuo da história intensa e vazia; por isso derreterão entre os desejos de um secretismo déspota e fugaz, que o egoísmo desafiou a manter-se oculto. Mantém-te calado. Uma frase e descobre-se o êxtase brilhante, que agora partilhas com milhares de exaltações, numa cadeia inevitável, imparável, que foi outrora a capa protectora de um feitiço só teu. Recua. Sabes, nem os temas proibidos nem os autores encolhidos pela opinião alheia se ferem com provocações ou greves de fala. Supõe agora que continuavas calado e deita-te sonhando com o silêncio. Adormece entre os perfeitos suspiros mudos de palavras só tuas, para ti apenas. Ssshhhhiiu.

HELENA COUTO, 11ºA

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Direito de Amar os Heróis dos Romances


- Gostas dos heróis dos livros?
- Odeio heróis.
- Como podes odiá-los?!
- Odeio, odeio cada um. Odeio as maravilhas da acção que me consomem nos sonhos, a perfeição de cada detalhe que me afoga enquanto leio, a beleza de cada defeito à luz de uma perspectiva invejosa, a frustração de cada uma das qualidades que se fervem no respirar que acelera. Descontrola-se o desejo zonzo de intervir, de tornar o momento real, mais alegre, de impor que as desgraças se virem do avesso, que a única coisa que reste seja a folha branca sem tinta onde não possa mais adorar nem frustrar-me no amor dos heróis. Detesto-os. Os heróis tomam-se na minha vontade, desligam-me do tempo onde sou gente e tornam-me numa ânsia dormente de não ser eu, ser o defeito corroído entre personagens de fantasia impressa, ser o olhar, ou o choro invejável, viver nas palavras de mão alheia com tamanho impacto sobre galope surdo que ouço desvanecido, descontrolado (de onde?). Abomino o brilho desmesurado deste domínio da história perfeita que me acorda do sono vazio para que volte a dormir desassossegada, porque lhes desconheço o perigo heróico. E porque deixo de pensar coerentemente quando as letras assomam a mente e me turvam as cenas quotidianas que crescem na insignificância do dia-a-dia. Odeio-os por adorá-los demais. Odeio heróis.
Helena Couto, 11ºA

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A MINHA FAMÍLIA


O excerto que se segue foi retirado do livro Rosa, minha irmã Rosa, de Alice Vieira.
No atelier de leitura e escrita que decorreu na Biblioteca Escolar, no âmbito do Dia Mundial do Livro, foi proposto aos alunos que completassem o referido excerto de forma criativa e pessoal.
O texto que aqui apresentamos foi criado pela aluna Helena Lavado, do 7ºA.

Só que eu gostava que a gente pudesse escolher a nossa família tal qual escolhe os amigos. Porque assim eu havia de gostar da família inteira. E nela estariam...

... os meus amigos e as minhas amigas, pois se eles lá estivessem eu, com toda a certeza, ficaria feliz. Na minha família, eu não mudaria a minha mãe, pois ela é um amor para mim. Também não mudaria o meu pai, ele é muito divertido. O meu avô, pelo contrário, é muito calado, mas quando brinca comigo é inigualável! A minha avó e a minha tia são muito queridas para mim e nos anos costumam dar-me muitas prendas. A minha irmã é inteligente, mas às vezes é “chatinha”, porque é muito exigente comigo.
Como podem verificar, a minha família é bestial, mas com os meus amigos ainda ficaria melhor.
Helena Lavado, 7ºA

domingo, 3 de maio de 2009

AMADA ETERNIDADE


Poema criado pela aluna HELENA COUTO, no âmbito do Concurso Inês de CASTRO, dinamizado pelo Plano Nacional de Leitura e pela Fundação Inês de Castro.

Este poema pertence à página vencedora na categoria do ensino secundário.


AMADA ETERNIDADE


A história que agora conto
supera anos de lendas,
décadas de enredos de amores roubados,
séculos de lembranças de encontros encantados,
milénios de juras, de flores entregues
em vez das palavras imperfeitas
que não expressam tamanho sentimento,
de felicidade enfeitiçada
nas eternas memórias de enamoramento.


Não fossem as palavras dos antigos,
esta história teria sucumbido havia muito,
tal a grandiosidade da paixão, tão impossível,
não tivesse sido este um amor
superior a uma concepção compreensível.

Bebam-me as palavras,
imaginem os risos,
suspirem os encantos,
componham cada cena tortuosa
de grandiosidade tremente,
cada segundo amado, entre tantos,
e não será suficiente.
Logo verão,
admirarão,
algo que a razão vez alguma supõe,
que o entendimento não alcança.


1339, já mulher do infante português
a dama de Castela chamada Constança,
nascida entre o ouro da fidalguia,
joga-se o destino à tentação
e, superior aos fascínios da beleza,
a aia galega que lhe servia
arrebata o herdeiro do trono da pátria portuguesa.

Impuseram-se, arrogantes,
os rumores desconfortáveis entre
os sons do julgamento,
escondido em cada troca de olhares,
nos vestígios do desejo indecente.
As chamas do constrangimento
da superioridade moral inexistente
foram por demais incapazes de
de derrubar o que o acaso juntou
até aos limites da imortalidade.
A D. Afonso IV cabia a reprovação,
como Pai e chefe da nação,
que assim condenou o filho Pedro
pela libidinosa imoralidade.
A urgência entrosou-se no aparato,
que as imperiosas cortesias políticas
deviam ser preservadas, pelo bem da diplomacia.
As vozes da riqueza ditaram-lhes o fim imediato;
em Castela crescia a impaciência da fidalguia
e as vozes severas do Paço
cresciam tementes da revolução nunca feita,
pois se Pedro convivia com os Castro,
estava o perigo distintamente à espreita.


Inês provaria porém a razão
do soberano, a fúria da corte
e a legitimidade de tamanha provocação,
pois nem Albuquerque extinguiu
menor resquício da chama impetuosa
que o exílio de 44 tentou apagar.
Disfarçaram a saudade fervorosa
Entre as cartas e os bilhetes
e os encontros furtivos;
mas tais ínfimos instantes para amar
cedo desapareceram a par da tristeza.
No Outono que se seguiu,
morrendo a infanta portuguesa,
ficou o filho Fernando para criar
e Inês livre para adorar.
Viúvo, o infante mandou vir a amada
e assim viveram a vida dos sonhos,
juntos, ignorando a vergonha
e desagrado de uma corte escandalizada.


O desgosto d’El-Rei superava qualquer indignação
e o intento de emendar um amor renegado
instalou a discórdia entre pai e filho.
Dama alguma. riqueza alguma
substituiria o objecto de um amor desmesurado,
e prontamente o apaixonado
alegou dor e sofrimento pela mulher falecida.
A vida dos amantes
logo se traduziu numa vida a três,
a quatro, de seguida.
O pesar pelo filho finado
não contrariou a exultação
de Pedro por três outros filhos de Inês,
enquanto a agitação demente
da corte desassossegada
combatia zelosamente a felicidade
de uma relação que por certo
devia ser terminada.


O norte do país serviu-lhes os propósitos
durante os ditosos primeiros anos,
até que o Paço de Santa Clara
se revelou ideal à convivência enamorada.
Coimbra levava nos ventos
rastos de ventura brilhante
incessantemente maculada,
porquanto a prosápia frustrada dos receosos
se fazia ouvir cada vez mais. Demais.
Atordoados, um pretenso casamento
implicaria grave desordem
e, sucumbindo às mil preces,
viu-se que o régio tormento
acabaria com morte presta.
Encomendada a tarefa assassina,
e caçando o infante na floresta,
lançaram-se a cumprir a missão
três submissos executores;
1355, a dama galega apunhalada
na Fonte dos Amores
deixou que a vida extinta
cravasse na rocha lembrança imortalizada,
o derradeiro suspiro
perpetuamente inscrito em sangue
nas águas de uma quinta profanada.

Coimbra enublou-se pela mágoa do amado,
a fúria consumiu-o
entre as lágrimas negras do desgosto alucinado
e a demência da condenação
tomou-lhe, impetuosa, o ânimo magoado.
O sangue derramado seria vingado
mas nem mesmo a morte
condenaria em justiça tamanha crueldade.
Uma paz selada com o pai,
meses após austera separação,
não impediu a vingança, sua plena necessidade.
Perseguidos dois dos carrascos da paixão,
e posto que lhes fosse arrancado,
pelas costas e pelo peito,
o coração desapiedado,
assistiu Pedro,
já Rei, mas sem rainha,
à execução desejada,
enquanto se banqueteava
consolando a morte daquela
que a paraíso, afortunado, tinha.
Num instante de miserável compaixão,
o último celerado,
antes fugido com pavor da retaliação,
acabaria por ser etereamente perdoado.


Não se vingou o Rei
sem antes refazer o divino passado
que deveria ter existido,
sem antes garantir à bela amada
o que lhe era inteiramente devido.
Convocando toda a corte,
impôs o enlace que lhe fora roubado
e nem mesmo a morte o detinha
para, beijando a fria mão,
honrar quem depois de morta foi rainha.
No ano de 67, Alcobaça experimentou enfim
o auge da felicidade desfeita.
Aos amantes esperava-lhes
nas grandes alturas o êxtase perene
de uma imortalidade perfeita.


Juntos na perpetuidade do além-mundo,
jazem no mosteiro frente a frente,
para que se amem e se adorem
no esplendor do eternamente.


Analisando o que passou,
a sorte ilumina-me o rosto,
porque vi e vivi,
sei do desgosto,
sei do que foi d’O Amor da história
da nação lusitana, e da glória,
e da paixão desmedida que ficará
nas palavras, nos ouvidos,
nas lendas,
da pátria que se fez
da esperança do que se provou inabalável,
os laços imortais de Pedro e Inês.

Helena Couto, 11ºA


sexta-feira, 24 de abril de 2009

LIBERDADE

Na vésperas do 25 de Abril, considerámos oportuno levar os alunos a reflectir sobre o conceito de liberdade. Apresentamos aqui algumas dessas reflexões.

Ninguém sabe o que quero, o que preciso…
O que se dá à vida e o que se pede?
“Faz da tua vida um caminho com sorriso…”
Fácil falar, mas se o tentas dói-te na pele.
E onde quer que eu vá, eu vou inteira:
O corpo em pele, alma e emoção.
Só peço que me aceitem e não me façam prisioneira,
Porque prisioneira, sou só do coração.
Liberdade é sentimento que me orgulha
E não creio que tenhamos bem tão valioso
Dói-me na alma, no corpo a agulha
Mas sei que vale a pena estas linhas com que me coso.
Um dia poderei dizer que sou pobre e nada tenho,
Um dia poderão dizer-me que nada possuo
Mas eu, pelo menos, sei e orgulho-me de onde venho
Corri mundo, vivi e vivo ainda cada gota que suo.
E mesmo que morra vazia, oca e nua
Ninguém me carregue ou me tape…
Não quero saber, sou livre como a lua
Não tenho dono, nem que este me mate.
Tenho no dedo a prova que mostra o meu compromisso
Tatuada com agulhas e tinta preta para sempre.
Casei-me com a liberdade e este é o meu vício.
Olho para trás mas vou continuar em frente.
Kátia Pirata, 10ºC



Os meus pais contam-me que antes de 1974 Portugal vivia em ditadura, não havia liberdade de expressão, as pessoas eram vigiadas, não podiam manifestar-se livremente, não podiam pertencer a um partido da oposição, aliás não eram permitidos partidos de oposição ao Governo. Havia canções proibidas, livros proibidos, censura nos jornais, teatros e cinemas. Quem não obedecesse era preso, torturado e obrigado a denunciar colegas. Hoje é-nos difícil imaginar viver num ambiente de repressão. Hoje somos livres.
No dia 25 de Abril de 1974, houve um motim militar. Os soldados portugueses derrubaram o regime de ditadura de Salazar, eram contra a guerra colonial, uma guerra sem sentido que tanto sofrimento trouxe aos portugueses. Os soldados tornaram-se heróis. Libertaram-se a si e a todos os portugueses.
A revolução de Abril, vista pelos portugueses, foi um marco histórico muito importante, foi a conquista da liberdade, “somos livres”, “livres em tudo”, “foi um peso tirado de cima”. Uma nova vida de esperança ia começar. Depressa, porém, se desiludiram, caiu-se no outro extremo – liberdade “a mais”, falta de regras,…
Mas, agora, temos de reparar numa coisa… quem é que festeja hoje o 25 de Abril? São pessoas que o viveram realmente, pois muitos dos jovens de hoje em dia nem sabem o que representa, desconhecem Salgueiro Maia, sabem apenas que é um feriado, ou seja, menos um dia de escola.
Vivemos num país livre há 35 anos, e todos nós sabemos como é bom poder dizer o que queremos, ler e ouvir o que queremos, ir onde nos apetece. Mas seremos realmente livres? Porque nos sentimos tantas vezes presos a condições e preconceitos? Há vários tipos de liberdade: a liberdade de expressão, a liberdade de acção, de pensamento…
A liberdade é uma questão muito relativa, sou livre de ir dar um passeio se me apetecer, mas não sou livre de viajar pelo mundo se não tiver meios económicos para o fazer. Temos, no entanto, a liberdade de lutar pela realização dos nossos sonhos, ainda que nem todos consigam lutar com os mesmos meios. É aquela sensação de que a alguns tudo “lhes cai do céu” e a outros “nada lhes corre bem”.
Sou livre de escolher o meu caminho, mas a minha liberdade termina onde começa a do meu vizinho. Vivemos em sociedade e isso limita-nos as acções. Não podemos fazer tudo o que nos apetece se isso ofende ou prejudica o nosso vizinho, não podemos dizer o que nos vem à cabeça se isso ofende ou magoa alguém. Há regras a cumprir se queremos viver em sociedade, regras relacionadas com o respeito pelo outro.
Deparo-me com muitos casos de pessoas que dizem que não há liberdade. Basta ouvir o noticiário para perceber que liberdade é coisa que não abunda pelo mundo, existem tantos países em guerra, tantos povos oprimidos por líderes tiranos, corruptos que só pensam em poder. Pessoas miseráveis, milhões em campos de refugiados, crianças que morrem de fome diariamente porque os lideres dos seus países preferem gastar em armamento o que poderiam gastar em alimentos e remédios.
Afinal, o que é a liberdade? Estou confuso, podemos pedir ajuda ao dicionário:

“Liberdade, s.f. condição do ser que pode agir livremente, isto é, consoante as leis da sua natureza, da sua fantasia (tempo livre), da sua vontade (decisão livre); poder ou direito de agir sem coerção ou impedimento…

Liberdade de consciência: direito de professar as opiniões religiosas e politicas que se julgarem verdadeiras;

Liberdade individual: garantia que todos os cidadãos têm de não serem impedidos no exercício dos seus direitos, excepto nos casos determinados pela lei;

Liberdade poética: uso de figuras e alterações morfológicas e sintácticas permitidas em poesia.”

Aparecem demasiados “ses”, parêntesis, excepções e permissões a condicionar a definição.
Bom, podemos deixar esta dúvida para a Filosofia, por isso, deixo-vos estas reflexões e o meu voto de um bom 25 de Abril e uma vida com liberdade!
Filipe Marques, 10ºB



A liberdade é um bem essencial ao qual o Homem tem direito. Como tal, não podemos nem devemos impedir que o Homem seja livre, embora nem sempre tal aconteça.
A verdade é que muitos são os casos, em que o Homem é privado da sua liberdade. Isto acontece porque existem pessoas que não conhecem limites à sua própria liberdade ofuscando a liberdade dos outros.
Deste modo, é necessário tomar medidas que assegurem a liberdade todos e de cada um. A existência e actuação de instituições com função jurídica (tribunais), que são responsáveis pela aplicação da lei, dão (ou pelo menos deveriam dar) o seu contributo nesse sentido, dado que têm como dever proteger um estado de direito, no qual tem de haver equidade entre os indivíduos da sociedade.
A liberdade é importante, na medida em que dá a oportunidade às pessoas de escolher os ideais a seguir, sejam eles de cariz religioso, político, etc. Contudo, não se deve esquecer que apesar das vantagens que a liberdade nos confere, é importante que a utilizemos de forma consciente, medindo as consequências das nossas acções.
A História Mundial está repleta de casos em que o abuso da liberdade de certos homens trouxe graves consequências para a Humanidade. A repressão sempre foi um modo utilizado ao longo dos tempos para que alguns pudessem fazer valer as suas opiniões, quando estas não eram aceites na generalidade. Assim, muitos foram os povos oprimidos, sendo de destacar o massacre causado pela ditadura nazista, no século XX, do qual foram alvos o povo judeu, mas não só. Este regime exterminava grandes massas tendo por base um preconceito racial, levado ao extremo da desumanidade.
Existiram muitos outros regimes que ameaçaram a liberdade das populações, durante décadas. Nem mesmo o nosso país conseguiu escapar a um período de ditadura. Embora não tenha tido consequências tão dramáticas como aquelas que resultaram da ditadura levada a cabo por Adolf Hitler, na Alemanha, o regime ditatorial salazarista adoptou uma política repressiva, onde não existia liberdade de expressão, uma vez que todos aqueles que se manifestassem contra o regime ou organizassem operações que pudessem constituir uma ameaça, resultando numa eventual dissolução deste, seriam severamente punidos.
Actualmente, o regime político que mais defende a liberdade do ser humano é a democracia. Contudo, a sua aplicação exige cidadãos atentos e com sentido crítico, que não se deixem intimidar face a qualquer tipo de tentativa de opressão, sem temer eventuais represálias por expor os seus pontos de vista.
De um modo geral, podemos concluir que a liberdade é um direito de toda a Humanidade, pelo que devemos lutar, pois o Homem não pode ser privado de decidir livremente, de fazer as suas escolhas, isto é, de pôr em prática e usufruir do seu livre arbítrio. É de notar que tem igualmente de o fazer de forma consciente e responsável, nunca perdendo de vista a liberdade dos outros, que não dever ser subjugada.
Joana Aldeias, 12ºA


Tenho a alma sem punidade
Sem mistérios nem solidão.
Tenho sede da tal liberdade
Quer voar solto meu coração.

Sobre mim paira uma estrela,
Que cintila numa grande constelação,
Dentro de mim trago a certeza,
De que a liberdade não é pura ilusão.
Tiago Ramos, 10ºA



Livre como um pássaro
A voar na floresta
É assim a Liberdade
Que ainda nos resta

Estar preso não faz sentido
Como um medo que se sente
Tal como um pedaço de nós que está ferido
A ferver em água quente

Não existe equilíbrio
Nesta balança pesada
Sê livre como um rio
Que corre na madrugada

Ser livre é ser feliz
Estar preso é ser frustrado.
Anaísa Jorge, 10ºB


Hoje todos dizem que vivem em liberdade e eu gosto da liberdade!
A liberdade de ser, a liberdade de dizer, a liberdade de fazer, a liberdade de escolher, a liberdade de ir ou ficar…
O homem é livre porque pode escolher. Quando dizemos sim, no lugar de não (ou não no lugar de si) fazemos escolhas que decidem a nossa vida. Mas a liberdade está cheia de restrições, de sinalização, de rectas, de curvas. Se não aceitarmos tais restrições, em nome da nossa “liberdade”, não tardaremos a descobrir que esse nosso conceito nos levará a cair no fundo do precipício ou a ficar num beco sem saída.
Então, será que a liberdade existe? Por mais que tome as minhas decisões, elas são sempre influenciadas pelo fim que pretendo obter. Tudo influencia tudo. Nada parte do zero absoluto.
A liberdade é um conceito inatingível na plenitude da sua definição porque no dia em que o Homem deixar de procurar, a sua liberdade morre para a vida.
No entanto, gosto e quero pensar que sou livre. Faço o que quero. Ninguém me pode dizer o contrário. Até me podem castigar que eu fujo através dela. Liberdade, que seria eu sem ti? Seria um escravo de alguém egoísta, alguém “armado” em imperador, ou até em Deus.
Liberdade, nunca me abandones. Nunca te escondas de mim. Nunca me pregues uma partida. Fica comigo para sempre. Vive os meus pesadelos e transforma-os em sonhos.
Liberdade, Liberdade, Liberdade...

Ana Margarida Silva, 10ºA



Para a maioria das pessoas, a liberdade é definida como viver sem limites, não sofrendo nenhuma consequência das suas acções. No entanto, a sua verdadeira definição não existe. O conceito de liberdade varia de sujeito para sujeito, sendo assim considerada indefinível.
Na minha opinião, liberdade é não viver dependente de alguém e não ser influenciado de maneira alguma, o que não significa que não se deva tomar a responsabilidade dos próprios actos. O humano, por mais que queira ser livre, nunca o será. Estará sempre dependente dos seus sentimentos, da sua educação, dos seus valores, dos seus actos. Estará sempre dependente de tudo. Estará eternamente dependente da vida.
Se o Homem quisesse ser livre, implicaria que este não sentisse, não se arrependesse, não amasse, não se magoasse, não se desiludisse, não se importasse, não vivesse.
A liberdade total jamais será completamente atingida. Iremos viver sempre influenciados por algo, ou seja, por mais que não queiramos, estaremos sempre dependentes da nossa consciência e limitados ao nosso valor como pessoa.
Apesar disto, várias pessoas consideram-se livres ao compararem a sua liberdade com a dos outros. Têm liberdade de expressão, têm autonomia e impõem os seus próprios limites, conseguindo atingir os seus fins à sua maneira, e para eles, esta “liberdade” é suficiente para se sentirem “livres”.
A liberdade irá sempre ser definida como indefinível.

Beatriz Prates, 10ºB



A liberdade é livre. É impossível de prender. No entanto, poucas pessoas a têm. Ter liberdade significa não ter preconceitos, não ter regras, não ter impedimentos. Ter liberdade implica ser livre.
Por mais que os homens se amem, por mais que os homens queiram ser felizes, nunca irão ter liberdade. Eles estão presos. Estão presos à guerra, ao ódio, àdor, à tristeza… E porque não ao amor também?
Ter liberdade implica não estar preso. Ter liberdade implica não ser homem. Ter liberdade implica não sentir, implica não ter sentimentos. Ter liberdade implica ser capaz de ir contra tudo e todos para atingir os seus fins.
Ninguém possui liberdade, todas as pessoas têm o seu medo, o seu capricho, o seu amor. Todas as pessoas estão dependente de algo para serem felizes. Todas as pessoas necessitam de algo para estarem bem consigo próprias.
Ter liberdade é sair sempre vencedor de tudo, estar sempre de cabeça erguida e estar consciente de que o mais importante é a nossa felicidade e não a felicidade dos outros. Ter liberdade é… difícil, acima de tudo.

Miguel Marmeleira, 10ºB



A nossa liberdade
Não depende da verdade,
Depende da nossa força
Depende da nossa vontade!
Somos livres de pensar,
Andar, respirar, decidir.
Somos livres de escolher
Qual o caminho a seguir
É tão livre quem aceita
Como aquele que enjeita
A liberdade não é abusar
É saber viver e respeitar.

Cláudio Mira, 10ºA



Hoje em dia, vemos a liberdade como um dado adquirido, pensamos que não nos pode ser tirada, principalmente as pessoas que nunca viveram sem liberdade. Mas, antes de mais nada, devemos interrogar-nos acerca do tipo de liberdade sobre o qual estamos a falar. Ser-se livre é ter opção de escolher entre alternativas, ponderando as consequências. Claro que mesmo nos regimes ditatoriais mais duros e repressivos, as pessoas têm essa capacidade de escolher ponderando as consequências, não são como marionetas ou robots que obedecem aos seus donos. Mas não é isso que faz delas livres, isso é algo que não pode ser tirado a ninguém, temos sempre o poder de escolher, optar entre caminhos. Vou, no entanto, centrar o meu discurso na liberdade politica.
Actualmente, damos pouco valor à liberdade politica, uma das conquistas do 25 de Abril. Hoje em dia podemos votar livremente, sabendo que o nosso voto contribui realmente, ainda que em pequena escala, para a tomada de decisões e, mesmo assim, temos vindo a assistir a taxas de abstenção na ordem dos sessenta por cento. A que se deve então este desinteresse por algo que tanto custou a ganhar como a liberdade? Por um lado, do ponto de vista de quem vota pode haver um sentimento de impotência perante a insignificância do seu voto em relação aos outros milhares de votos. Ou então, simplesmente, as pessoas interessam-se cada vez menos sobre a vida política do país. Nos dias de hoje, fazemos um mau uso da liberdade, que é um privilégio que nos foi dado e esquecemo-nos que por muito tempo não a tivemos e de como foi duro viver sem ela.
Mas a liberdade política também tem os seus contras. Ela própria permite que ideias que advogam a não existência de liberdade subam ao poder, com a consequente suspensão da mesma. Falo de ditaduras, do comunismo, da monarquia e de tantas outras formas de opressão. O que levanta um grande dilema: se um sistema que se diz livre não permite todas as facções políticas não é um sistema livre, mas se é completamente livre e permite todas as facções corre o risco de se tornar uma ditadura.
Gustavo Galveias, 10ºA

Atendendo à definição de liberdade – situação em que podemos realizar as nossas acções de acordo com a nossa vontade e sem condicionamento – deduzimos que esta se pode apresentar de várias formas: liberdade de expressão, de pensamento, de acção e ainda a maioridade legal. E a todas elas se dá um valor único que diverge de cultura para cultura.
Em todo o Mundo, a liberdade é um tema abordado com insistência, pois graças às diferenças culturais existe essa necessidade. Uma necessidade de oposição de regras que contrariam, nalguns casos, a liberdade, e a possibilitam noutros.
A sociedade precisa de regras. Como sociedade organizada (cada vez menos) e hierarquizada têm de existir formas para que não desabe. Assim, a liberdade tem de ser condicionada de certa forma, visto que, por vezes, não pode haver a hipótese de se fazer o que se quer, quando se quer. As pessoas nunca são totalmente livres, mas também não o podem ser; o caos iria ser ainda maior.
Quanto à liberdade que temos exigimos, temo-la como indispensável, apesar do facto de que, quanto mais possuímos, mais desejamos. Agora queremos ter a liberdade de agir e de escolher independentemente dos nossos pais; queremos expressar as nossas opiniões numa tentativa de mudança. Mas é a maioridade legal que vai definir o momento em que podemos ter essa liberdade que ansiamos.
Para que sejamos livres, temos de ter também consciência das responsabilidades que isso acarreta; ao seguirmos qualquer conduta a responsabilidade e as consequências recaem sobre nós e temos de as aceitar.
Neste nosso lado do Mundo, temos geralmente a possibilidade de escolher como queremos viver, quase todos temos as mesmas oportunidades que nos permitem sermos livres de uma ou outra forma, seguindo por um ou outro caminho; mas essa é uma batalha nossa.
Beatriz Ropio, 10ºB




quarta-feira, 18 de março de 2009

Uma incursão ao mundo da fantasia



O Sétimo Herói, de João Aguiar, sentido e vivido pelos nossos alunos

“O Sétimo Herói, de João Aguiar, é um livro que, sendo criativo e imaginário, nos demonstra o verdadeiro significado das criaturas mágicas maléficas que demonstram a verdade sobre o nosso próprio quotidiano. No nosso dia-a-dia não nos apercebemos da gravidade dos nossos actos para com o ambiente e a sociedade em geral, sendo cada vez mais necessário, sermos, também nós, os heróis do nosso planeta.”
Helena Herrera, 10ºA

“João Aguiar deve ter quilos e quilos de imaginação para ter fantasiado toda esta história. Não é apenas um conto de fadas normal com a fantasia a que estamos habituados, o autor tentou misturar essa fantasia com traços e acontecimentos do mundo real, resultando numa história fascinante recheada de aventura, acção, imaginação, bom humor, nomes bastante extensos e criaturas que enchem a história de fantasia e magia e, claro, com o típico final feliz que nem João Aguiar pode retirar.”
Jorge José, 10ºA

“É um livro muito fantasioso, e que refere ainda a filosofia entre o Bem e o Mal… É um livro que nos põe a pensar sobre esta contradição.”
Luís Filipe Matias, 10ºA


“Eu gostei muito de ler a obra porque me transportou para o mundo da fantasia e fez-me voltar a ser criança. O livro é rico em linguagem criativa e actual, despertando a atenção do leitor e ajudando a imaginar os espaços fantásticos representados na história.”
Soraia Marques, 10ºB

“ O Sétimo Herói é um livro de fantasia, é dos poucos livros que consegue levar o leitor a um mundo diferente, um mundo completamente imaginado, cheio de fantasia.”
Diogo Teixeira, 10ºA


“Em toda esta história, verifica-se sempre a presença da fantasia (…) desde as viagens efectuadas entre o mundo real e um universo paralelo (Ogláglah), os castelos dos seres maléficos, os nomes “gigantescos” das personagens, seres vivos e criaturas nunca antes vistas, práticas de feitiçaria e, até, a aprendizagem de uma língua chamada “gudruthi”.
Na obra O Sétimo Herói , o escritor João Aguiar apresenta ao leitor um mundo paralelo com novas normas, novos povos, com uma realidade à parte, constituída por elementos inverosímeis, imaginários, distantes da realidade do Homem. Apesar do escritor apresentar um mundo diferente, em muitos aspectos é semelhante ao nosso, mas sem avanços tecno lógicos.”
Luís Ferrolho, 10ºA


“A entrada de Jorge num universo paralelo faz-nos pensar na fantasia, faz-nos querer conviver com criaturas mágicas e maravilhosas. O aspecto positivo do livro é precisamente o facto de o autor nos mostrar a coragem de Jorge, de nos fazer pensar que também nós podemos ser heróis. (…)
Com O Sétimo Herói ficamos a pensar que, mesmo num ambiente diferente do nosso, conseguimos vencer e ser tudo aquilo que desejarmos. Basta acreditar que somos capazes.”
Jessica Lage, 10ºC

“Com esta história aprendi que nada é impossível e, quem sabe, se um dia destes alguém virá à nossa casa para nos levar a um mundo desconhecido , diferente do nosso, mas fantástico, a fim de termos uma aventura inesquecível. Você recusaria? Eu não."
Filipe Margaço, 10ºB



“A meu ver, a história é muito interessante. Inicialmente, pensei que seria como as outras, que me tinham mandado ler em anos anteriores, pouco interessantes e com uma linguagem muito informal e pouco adaptada à minha idade. Esta obra, pelo contrário, talvez por se inserir muito no campo da fantasia, tem um registo linguístico informal e é muito divertida. A história está envolvida em mistério, facto que me deu vontade de continuar a ler, com gosto, e não por obrigação, com o intuito de ficar a conhecer o seu desenlace. O factor surpresa também é um aspecto muito positivo, pois não estava à espera do que ia acontecendo, e isso torna a leitura muito mais entusiasmante e agradável. Este livro, sem dúvida, uma belíssima incursão no campo da fantasia."
Marina Pereira, 10ºC



"João Aguiar transmite não só uma lição de coragem e perspicácia como também nos transporta para um mundo mágico. O leitor vê-se, desta forma, a viver todos os desafios, todas as vitórias e medos com o herói."
Nuno Oliveira, 10ºC



"Pessoalmente, gostei muito deste livro, pois adoro histórias de fantasia que nos fazem “viajar” e sonhar. Esta é uma dessas histórias.
Gostei bastante dos nomes das personagens e da criatividade do autor.
Trata-se de um bom livro, pelo que recomendo a sua leitura."
Verónica Rijo, 10ºC


"Na minha opinião, este é um livro com algumas passagens marcantes e que podem influenciar a vida de alguns jovens."
João Marques, 10ºB


"Voltando ao tema da fantasia, o livro é de ficção científica e remete para uma área medieval de magos, cavaleiros, reis, trolls, duendes, fadas, dragões, enfim, uma infinidade de personagens que fazem o conto ficar mais vivo e rico. Na minha opinião, O Sétimo Herói é quase um Senhor dos Anéis, ou então, o Anders."
Filipe Marques, 10ºB


"Apesar de achar o livro repetitivo, considero-o um bom livro, pois, por mais livros de fantasia que leia, vão ser sempre mágicos, vão ter sempre algo de novo a contar, a decifrar. Ajudam-nos a sair da rotina, a viajar para um mundo diferente e a pensar como seria a vida no nosso mundo, se fosse tudo no campo da fantasia, talvez fosse… MÁGICO!"
Alexandra Carvalhão, 10ºC

"Trata-se de um livro interessante, no qual podemos dar largas à nossa imaginação e fazer uma distinção entre o bem e o mal…”
Elisabete Prudêncio, 11ºC

"Penso que o autor deste livro ter-se-á inspirado na fantasia criada pelos livros de Harry Potter, mas criando um Harry Potter aportuguesado.”
Miguel Marmeleira, 10ºA


"O poder da mente não tem limites! E João Aguiar provou-nos isso ao escrever este livro.
Cheguei à conclusão que fantasiar sobre fantasia dá uma grande “dor de cabeça!..."
Miguel Brilhante, 10ºB

"Todas as situações do livro, das mais sérias às mais hilariantes, têm sempre uma moral. Todos os elementos extraordinários que aparecem nesta história encontram-se integrados de forma a dar consistência aos acontecimentos, fazendo-nos compreender e aceitar a sua existência numa outra dimensão. A incursão na fantasia neste livro é feita de forma divertida, despertando o interesse à medida que a trama da história vai avançando, transmitindo uma certa cumplicidade e uma forte carga afectiva que nos leva a querer fazer parte daquele local fantástico e a querer participar naquelas aventuras, tentando ajudar a resolver os problemas que aparecem, transformando-nos numa espécie de ajudante do sétimo herói, ou mesmo, num oitavo herói. Quem sabe? No mundo da fantasia tudo é possível, que o diga Jorge “Olhos-Duplos”…
Ana Margarida Oliveira, 10ºA


"No mundo de Ogláglah, a fantasia não é fantasia; para os habitantes desse mundo, a fantasia é algo banal, pois seria como acharmos fantasia os animais do nosso mundo. No entanto, Jorge nunca tinha visto criaturas assim e, para ele, elas são fantásticas. As criaturas de Ogláglah são personagens de lendas e histórias do nosso mundo, como os elfos, os duendes ou mesmo os dragões. O autor explica isso como sendo os relatos de viajantes do nosso mundo que foram a Ogláglah e que, ao voltarem, contaram as suas histórias que se transformaram em lendas."
Gustavo Galveias, 10ºA


"Infelizmente, penso que no nosso mundo existem cada vez menos heróis dispostos a cometer tais actos para nos livrar do mal e dos problemas que existem actualmente na nossa sociedade. Assim, penso que este livro nos faculta uma lição moral sobre o que andamos a fazer com o nosso planeta, assim como algumas soluções possíveis para que possamos corrigir a nossa maneira de agir e de pensar hoje em dia."
Jessica Rodrigues, 10ºC

"Como em todos os livros de magia, é inevitável fazer a comparação com a saga Harry Potter, e aí, penso que, apesar de tudo, a história mágica de J.K. Rowling leva clara vantagem na forma como descreve os cenários de fantasia, que estão sempre muito presentes neste tipo de livros."
Rui Poeiras, 10ºB


"É uma história em que o fantástico nos maravilha, prende a atenção e permite a nossa imaginação voar…mas que também nos remete para uma reflexão sobre o futuro do planeta e nos leva a pensar que na defesa da natureza todos podemos ser também heróis!"
João Pedro Sousa, 10ºB


"...aquele mundo é, em muitos aspectos, diferente do nosso, mas num deles é igual: está em completa desordem e precisa de um herói para se encaminhar. Herói esse que já havia sido procurado, mas todos os escolhidos foram derrotados, até chegar Jorge.
Este era um herói diferente dos outros; sem ter boa aparência, como costumam ter os heróis comuns, era bastante inteligente , factor que influenciou a sua vitória face ao raptor da princesa. A Jorge foi-lhe dado o devido valor, ficou conhecido como o Sétimo Herói de Ogláglah."
Beatriz Ropio, 10ºB

terça-feira, 17 de março de 2009

A POESIA A PARTIR DE PINTURAS FAMOSAS– 8º B


ACTIVIDADE DESENVOLVIDA DURANTE A SEMANA DA LEITURA, PELA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VENDAS NOVAS


Procedimento:

Olhar para a pintura e escrever a palavra que surgir.
Construir frases com as palavras.
Organizar as frases …


A natureza, o luar…
A suavidade do ar…
o cair de uma noite escura.
Uma aldeia,o convívio de uma família.
Lá fora um circo de cor
e a fúria do tempo
Um mundo onde a flor
é o símbolo da natureza.
Um mundo maravilhoso,
onde a natureza é o tesouro,
rodeado pela fantasia
e guardado pela magia.
Uma flor que murchou,
uma árvore que quebrou,
um imenso mar,
composto por lágrimas
de alegria e de tristeza.
Patrícia Teles





No cair da noite…

No cair da noite…
Um céu cheio de estrelas.
Num prédio muito alto
vejo a tempestade.
É Inverno!

Há muita cor.
Tudo se torna estranho!
No cair da noite…
tudo se torna
abstracto.
Ana Roberto







Estranha gente no café
Nessa noite estranha e escura

decorre uma reunião na esplanada.
Muita gente com camisolas de várias cores,
parecendo um vitral de rectângulos tortos…
rodeado de folhas brancas.
Afonso










Na igreja há um vitral.
No circo vejo palhaços.
Um desenho confuso,o deserto…
Várias pessoas
na rua da cidade,no café…
No oceano,um barco
a sofrer com a tempestade.
No chão, cabeças aos quadradinhos,
num quadro com várias cores.
Luís Modesto








No quadro vi um relógio,
um naufrágio,
rabiscos nas paredes,
pintura de um vitral.
Quadrados,

rectângulos,
num desenho confuso,
onde as pessoas voam pelo mar
enquanto no café as pessoas tentam respirar…
Carlos Damásio








O tempo passava rapidamente.
Como uma mistura de cores
Fazia manchas em toda a parte
Como se fosse obra de uma pessoa cheia de imaginação.
Toda a gente em sociedade
Formavam um grupo unido
Não conseguiam sair daquele labirinto
Estavam perdidos no meio daquela tempestade…
Mas a luz entrava pelo vitral da igreja,

assim as pessoas sentiam a realidade,
a grande confusão das suas vidas,
quando chegassem a casa…
José Piteira







No fundo da rua branca,
passa o barco de atracção
que contém um monstro
que gera confusão.

O desfocado da noite

cria pintas no céu e mosaicos no mar,
onde passam peixes,
pássaros
e cavalos a relinchar.

Entre a cor e a vida
não existe diferença,
existe apenas,
a confusão
da troca de pensamentos.
Sofia Torneiros




Na esplanada estavam pessoas
que jogavam às cartas.
O céu estava coberto de estrelas
imitando pássaros,
fazendo figuras geométricas.
Na praia, a água batia nas rochas

e as nuvens tinham cores azuladas.
Os peixes brincavam como as crianças
e a praia ia enchendo com a chuva de pessoas.
André Vilelas





Eu vi um bicho esquisito
parecido com um mosquito.
Durante a ceia, a chuva caía,
criando grande euforia.


Pelo café da esquina
passou um estranho, cheio de riqueza,
que vivia a vida
rodeado de muita beleza.



A neve cobria os vitrais,
mas reflectia um belo cavalo
que passava entre cristais
numa noite de regalo.



O naufrágio do veleiro
escondido num belo quadro,
antigas lembranças,
da vida de um marinheiro.
Camila

sexta-feira, 13 de março de 2009

O DIREITO DE LER EM VOZ ALTA


Os murmúrios sedentos, desvairados, excitam-me o ânimo sôfrego ao ler quem escreve. Leio e adoro. Adoro por ler, leio o que adoro. Mais saiba o mundo de tamanha adoração, que encarcerá-la na alma demasiado pequena para tanto rumorejar escrito, tão intenso, é plena provação, num estilo de assombrosa sina que dispenso. Por isso falo, e leio alto. Assim, creio mais, admiro e exalto. Que conheças tu o que adoro ler; ou façam-se as paredes os confidentes do recital que me impede de morrer. Quase grito, que os gritos são maiores ainda no trato das palavras verdadeiras. Li-lhes alto o âmago, às palavras, e, adorando, sentei-me na ponta do Mundo para as partilhar declamando. Que se eleve o enamoramento pela leitura do que se adora, pelo som que se apodera e que adormece o encanto vivo lá fora; leio em voz alta, sinto o que adoro, que se adore o que se eleve, adoro as palavras, elevo e leio. Cada vez mais alto. Já grito as palavras e, num embevecimento máximo, o eco exultado da sua música responde-me, enfeitiçado.


Helena Couto, 11ºA

sábado, 7 de março de 2009

TEXTO VENCEDOR DO CONCURSO LITERÁRIO JOÃO AGUIAR - CATEGORIA DO 3º CICLO

O Tesouro do Alentejo

Ainda não eram oito da manhã do primeiro dia de férias de Natal e pela casa já se ouviam gritos:
- Carlos! Carlos! – gritava Álvaro.
-Deixa-me dormir... – respondeu Carlos, muito ensonado.
-Carlos, acorda!
-O que foi Álvaro? Que agitação é essa logo pela manhã?
Álvaro tinha uma novidade para Carlos: tinha acabado de ouvir o Tio João contar à sua mãe que tinha uma proposta irrecusável para passar uns dias numa terra no meio do Alentejo. Era a oportunidade dos quatro amigos terem umas férias inesquecíveis. Álvaro não se continha de felicidade, queria acordar Carlos à força e conseguiu, depois de tanta gritaria, também o irmão mais velho estava empolgado.
Já na sala de estar, ambos suplicavam ao Tio João para que os levasse. Este, depois de citar algumas das suas frases, concluiu:
- Se assim querem, venham, meus jovens, à terra das passagens!
-Ahhh? Onde?! – perguntaram em coro.
O que o Tio João queria dizer era que iam passar uns dias a Vendas Novas, localidade conhecida pelo Palácio Real ou Palácio das Passagens. De imediato, Carlos pensou que onde há um palácio há um mistério. E assim a novidade foi transmitida aos amigos Frederico e Catarina que também queriam conhecer as paisagens alentejanas.
Passadas algumas horas, os quatro amigos rumaram, com o Tio João, para a cidade de Vendas Novas. O Tio João pretendia comprar umas terras no Alentejo, para cultivar. Quando chegaram a Vendas Novas, dirigiram-se à Albergaria para passarem lá a noite, mas, como ainda havia tempo antes do jantar, o Álvaro perguntou ao Tio João:
- Oh Tio João, será que não podemos fazer uma pequena visita ao Palácio antes de jantar? - O Tio João pensou e disse:
- Claro, meus jovens infantes... Como sei, estão ansiosos por um mistério, mas o tempo que estiverem sob a minha guarda, não se metam em sarilhos. Entendido?
-Sim. - respondeu a Catarina com ar responsável.
Chegaram ao Palácio e começaram a visita. O Álvaro estava visivelmente aborrecido. Aquelas visitas nunca tinham sido o seu forte, então separou-se do grupo e começou a investigar. Sem querer, tropeçou numa das protecções e deparou-se com uma porta muito estranha. Toda em ferro, apenas com uma janelinha pequena em cima e uma maçaneta redonda muito grande. Muito curioso, decidiu espreitar, e, para seu espanto, viu, em cima de uma mesa de madeira, um anel muito bonito, porém, não era um anel qualquer, tinha um rubi vermelho, muito brilhante e certamente muito valioso. Pensou:
-Um anel tão bonito e valioso não deveria estar exposto? E porque estaria ali?
Começou a ouvir vozes, decidiu ir embora e contar tudo aos outros. Após ter contado o que vira, decidiram que, no dia seguinte, iriam os quatro tentar averiguar o que se passara, pois já era tarde.
Na manhã seguinte, ansiosos por desvendar o mistério, chegaram ao palácio e dirigiram-se para a porta de ferro. Espreitaram e, como viram que a costa estava livre, o Frederico fez um sinal e entraram. A Catarina ficou deslumbrada com o anel e disse:
- É mesmo bonito! Mas viemos aqui para investigar. Todos ao trabalho.
Subitamente, ouviram-se vozes:
- Não podemos deixar aqui o anel!
-Eu sei, mas se formos vender isto, “topam-nos” logo. Que tal desfazê-lo e vendê-lo ao quilo?
Os quatro ficaram pasmados, tinham de fazer alguma coisa. Saíram dali e o Carlos, como já tinha uma ideia, decidiu gravar a conversa dos homens e mostrar ao Tio João. Este, depois de ouvir a história, foi directo para a polícia. Tinha de os travar, não podiam vender o rubi. A polícia, o bando dos quatro e o Tio João prepararam uma emboscada aos ladrões. Quando estavam a tentar fugir, apanharam-nos. O polícia reconheceu-os e disse:
-Este é o assistente do dono do Palácio. Queria ganhar dinheiro ao vender o anel e arranjou um cúmplice: o segurança do Palácio.
Porém, o Frederico perguntou:
-Sim, mas afinal de quem é o anel? De onde veio? – O Tio João respondeu:
- É o anel que o príncipe do Brasil deu à Princesa das Astúrias quando ficaram noivos. É um rubi lindo, puro e valioso. Uma verdadeira relíquia. Irão receber uma recompensa pela vossa acção. O dono do Palácio irá oferecer-vos uma medalha como agradecimento.
O bando dos quatro disse em coro:
-Mais um mistério resolvido pelo bando dos quatro.
Helena Lavado, 7ºA

sexta-feira, 6 de março de 2009

TEXTO VENCEDOR DO CONCURSO LITERÁRIO JOÃO AGUIAR - CATEGORIA DO ENSINO SECUNDÁRIO

Comentário ao livro O Sétimo Herói, de João Aguiar
Uma incursão no campo da fantasia

“…três pares de olhos, pequeninos, verdes e muito piscos observavam-no com ansiosa atenção…”, a partir daí tudo podia acontecer. Quem eram? De onde vinham? O que queriam daquele rapaz que, no dia seguinte, entrava na maioridade? Porquê ele? Ogláglah, um universo paralelo onde ninguém usa óculos, é o local onde a história se passa e, por entre um rol de palavras estranhas, entramos num mundo surpreendente. Naquele lugar fantástico, povoado por duendes, magos, elfos, cavilos, tacsiáticos e dragões, prevalece um “mundo possível” construído à semelhança do mundo real, mas com personagens e situações imaginadas, em que é possível fazer a ponte entre os dois mundos.
A incursão na fantasia começou com o rapto de Jorge para Lysitaya, onde, para tornar-se um herói, antes do desafio final, teve de prestar provas das suas capacidades. Assim, o nosso herói e representante naquele mundo foi iniciado nas artes da magia (“Era também aconselhável que um futuro herói recém-chegado àquele mundo soubesse coisas acerca do seu funcionamento…”) e no uso de armas (“….espada, adaga, lança, machado. Por fim, lançamento de dardo e tiro ao arco”).
Três grandes combates são propostos: o Pantanoso (o poluidor), Aglabush, a águia (o desejoso de poder) e Pehndkotz, o dragão (o ladrão cruel). A todos vence com astúcia mas, sobretudo, com muita inteligência, já que fazer parte do “Clube dos Poetas Semi-Vivos” permitiu-lhe, devido às leituras que tinha feito, conseguir estabelecer ligações com as situações com que se ia deparando. É claro que vencer um dragão, que tinha como passatempo palavras cruzadas, é um pouco hilariante e bastante fantasioso, mas o que é certo é que as respostas não eram nada fáceis e exigiam conhecimentos que nem todos (os deste lado) possuem.
Ao longo da história, o fantástico continua sempre presente, desde a bebida oficial, o zgnoc, que “…era um líquido azul-safira” e “além disso provocava uma imediata sensação de conforto”, passando por cavilos que “pertencem à família equina, só que são menos velozes… e demasiado civilizados”, um dos quais( Radnafridigoécio) declamava A Ilíada, A Odisseia e a A Eneida, até Chlocblaúmm, Senhor do Mal, que desconhecia em absoluto a filosofia e que, por problemas existenciais, se desfez em fumo, levando a que o seu castelo ficasse privado do seu contínuo fluxo de energia e se desintegrasse.
Existem muitas mais situações e seres fantásticos que vão aparecendo ao longo da história, sempre com aspecto estranho e, muitas vezes, bizarro, mas com poderes especiais e sobrenaturais.
Como em todas as histórias onde prevalece o fantástico, também aqui surge a necessidade de libertar uma princesa das garras de um monstro terrível e super poderoso, neste caso, chamado Miasma que ameaçava submeter o território de Lysitaya às suas ordens. Este é o objectivo final que faz com que o nosso herói sonhe ser o “príncipe encantado”, que liberta a princesa Nirvânia e se casa com ela. Essa ideia invade o seu pensamento, em todos os momentos, até mesmo quando no seu caminho se atravessam as mais belas “mulheres”.
Só no final, o nosso herói compreende as verdadeiras razões da sua ida a Ogláglah: impedir a destruição dos espaços verdes e a implementação de construções nocivas para o ambiente, mostrando-nos que o que se passa lá é exclusivo do mundo do fantástico, como diz Shenazimm: “o teu mundo encontra-se povoado de Pantanosos que o poluem e matam, só que o fazem impunemente, são senhores importantes e respeitados…”
Todas as situações do livro, das mais sérias às mais hilariantes, têm sempre uma moral. Todos os elementos extraordinários que aparecem nesta história encontram-se integrados de forma a dar consistência aos acontecimentos, fazendo-nos compreender e aceitar a sua existência numa outra dimensão. A incursão na fantasia, neste livro, é feita de forma divertida, despertando o interesse à medida que a trama da história vai avançando, transmitindo uma certa cumplicidade e uma forte carga afectiva que nos leva a querer fazer parte daquele local fantástico e de participar naquelas aventuras, tentando ajudar a resolver os problemas que aparecem, transformando-nos numa espécie de ajudante de O Sétimo Herói, ou mesmo num oitavo herói. Quem sabe? No mundo da fantasia tudo é possível, que o diga Jorge “Olhos –Duplos”…


Ana Margarida Oliveira e Silva, 10ºA

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vandalismo e falta de civismo


Foi difícil escolher o tema da crónica que tinha que fazer. Mas, após pensar, decidi que o vandalismo e a falta de civismo seria o ideal para poder mostrar o que me revolta acerca deste assunto.
Por todo o lado, assiste-se a práticas de destruição ou vandalismo: acontece nas ruas, nas estradas, em todo o lado!... São em grande número, e a tendência é para aumentarem! Isto constitui uma péssima imagem para o país.
Os contentores atirados abaixo, as lixeiras nas valetas das estradas, os palavrões deixados em placas e paredes, os riscos, as pinturas com sprays, as beatas no chão, são exemplos de muitas situações de uma autêntica falta de civismo!
O português precisa de educação e de civismo! Se fosse consciente, via que o nosso país está a ficar um “nojo”, e tomava a própria liberdade de reciclar e não deitar lixo no chão e até de abrir os olhos a outras pessoas que fizessem o mesmo, e assim contribuir para um país melhor e mais limpo!


Alexandra Carvalhão, 10ºC

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Uma crónica que tem muito que se lhe diga... 2008


Comecemos por uma das áreas dominantes do ano: a política! Pôde-se ver uma das mais renhidas eleições de sempre e que marcou a história com o primeiro presidente dos EUA negro, mas, em Portugal, a política também esteve em destaque, principalmente, a política da educação, pois devido às medidas impostas pela Ministra da Educação aos alunos e professores aconteceram inúmeros protestos que expressavam o apreço dos professores pelas suas fantásticas medidas (em caso de dúvida, é totalmente ironia), o que provocou por todo o país mais de cinquenta por cento das escolas fechadas em protesto, a protestos e vigílias por mais de cem mil professores.

Saindo deste tema tão “enfadonho”, vamos para um tema muito mais alegre em Portugal, um tema que tem a ver com as baixíssimas taxas de criminalidade do nosso país (sem dúvida: Ironia), ou seja, o panorama social do país, este ano foi o ano em que mais crimes houve, desde assaltos à mão armada a sequestros, passando por actos de corrupção, branqueamento de capitais e apreensão de drogas em grandes aparatos. Quanto a assaltos e escândalos do género houve imenso assunto por onde falar, desde as “rebeliões” em bairros sociais que eram ditos como uma coisa quase normal e que sempre assim acontecera, a um assalto a um banco por pessoas tão ridículas que tentaram assaltar um bloco de escritórios do BES (apesar de ser de um banco não significa que haja dinheiro). Passando dos assaltos para as “colossais” e “magníficas” apreensões de droga (principalmente as que serviram para mostrar o equipamento da polícia, como é o caso de uma apreensão de droga no Algarve, que movimentou inúmeros carros da polícia, barcos e até helicópteros, para uma apreensão que era apenas de um pequeno barco de pesca com droga, e por este andar quando fosse necessário apreender algo do tamanho de um iate seria necessária a ajuda do Exército e da Força Aérea). Ao menos estas apreensões forneceram droga suficiente para o treino dos cães da polícia (pois essa já tinha sido esgotada quase a meio do ano, por aí se pode ver o treino que os polícias têm dado… aos cães, é claro). Ao falar de Justiça, não se pode passar ao lado dos mirabolantes casos de pessoas que servem apenas para gastar o dinheiro dos contribuintes, dou o exemplo de três: o primeiro é de uma senhora reformada, e com mais de 60 anos, que roubou um creme de cerca de 0.65 € no LIDL, e que foi apanhada e processada, o que custou ao estado cerca de 4000 €, o outro caso é o de um homem que fora apanhado pela polícia pela prática de Carjacking e que, enquanto esperava pelo julgamento, roubou mais um carro, e assim foi presente a tribunal de imediato (quase dava tempo para roubar mais 1 ou 2 carros como o rapaz de 15 anos que roubou 120 carros desde os 11) e quando saiu em liberdade (alguns minutos depois, pois é assim que anda a justiça em Portugal) roubou o carro que estava estacionado em frente ao tribunal. O último, e não menos importante, é de um homem que foi à esquadra e, sem mais nem menos, deu um tiro ao único guarda ali presente, mas, como ninguém estava na esquadra, e o homem estava de costas, e assim não viu a cara do culpado, ninguém foi preso (a culpa não é do sistema de segurança, pois devia estar na pausa do almoço). Para além destes casos, houve outros que eu penso serem classificados como OS INTERMINÁVEIS, quer seja pela falta de pistas, pelos inúmeros recursos ou desobediência a ordens do tribunal, que são os casos: Maddie, Esmeralda, Apito Dourado, Casa Pia; e um caso que é muito especial e que não faz parte d’ OS INTERMINÁVEIS é o do saco azul que, apesar de ter chegado ao fim, a “maravilhosa” senhora foi absolvida de apenas 19 crimes sendo alguns destes os de corrupção (os mais graves).

O próximo subtema, daqui a uns anos, tornar-se-á um caso de polícia, mas, como os agressores são menores, não podem ser presos! Já sabe qual é o tema? É esse mesmo: a violência nas escolas. Começou com uma dedicada aluna que quase matou (para que fique claro eu gosto de hipérboles, ou se for preferível este “matou”, pode ser visto como “tentativa de homicídio psicológico”) a professora por causa de um telemóvel, mas é claro que foi tudo resolvido com uma “pena” magnífica: um pedido de desculpas à professora (que foi tão sentido por aquela aluna dedicada...) e 30 horas de trabalho comunitário (que deve ser menos que um milésimo do número de mensagens no telemóvel) e a pena ao aluno que, infelizmente, filmou a cena e que em vez de ser quem mostra qual é o verdadeiro drama naquelas escolas, é castigado de 20 horas de trabalho comunitário (mas como as coisas estão hoje, a pena não deve passar da primeira manhã).

Outros subtemas do panorama social são também o descuido do primeiro ministro num voo em que fumou um cigarro e pensava não ser proibido (pois claro que não seria proibido, o avião já devia ter as condições de arejamento regulamentadas pelo governo, ou então ele planeava abrir uma janela para o fumo sair!!!), e o último subtema é algo (finalmente) positivo: a lei anti-tabaco foi aprovada e proíbe fumadores em recintos fechados sem as condições necessárias.

O próximo tema foi simplesmente... instável! Pois, a economia andou louca em 2008, desde a falência de um grande banco Lehman Brothers, a preços loucos no petróleo, que ultrapassou os 100 dólares/barril. Neste tema, há muito que falar: primeiro, no panorama internacional, em que os gestores de tão importantes empresas, como a Cadillac ou a General Motors, quase deixaram que estas fossem à falência (pois, assim se descobrem os fantásticos planos de negócio baseados em factos a que ninguém liga, e a gastar dinheiro da empresa como se não houvesse amanhã, pois esta é a única razão para empresas tão antigas e poderosas irem à falência sem que ninguém desse conta).

Quanto ao panorama nacional, aconteceram situações interessantes como o preço das casas terem diminuído em cerca de 50%, o que ajudou a crise a ganhar força, e como queriam que a crise fosse forte e desenvolvida, ninguém ligou às contas do BPN (e, na minha opinião, meses antes do banco quase falir, os responsáveis devem ter-se despedido e , à pressa, contrataram o porteiro), o que fez com que aparecesse sem qualquer previsão, um “buraco” de cerca de 700 milhões de euros (que, claro, é coisa pouca, visto que os lucros anuais do banco não passam de menos de um sétimo do valor). E o Estado, com os maravilhosos planos de recuperação e desenvolvimento das empresas portuguesas, o que é o caso da Ford e da Volkswagen que, para além das condições que têm para estar em Portugal (por exemplo: não pagaram os terrenos das fábricas nem as taxas necessárias para começar a actividade) ainda recebem dinheiro para ter as fábricas por cá.

O penúltimo tema aborda a Cultura, algo que em Portugal está em desenvolvimento. Alguns dos acontecimentos culturais mais importantes foram:
-Os cem anos de Manoel de Oliveira – que, apesar da idade, ainda está a produzir um filme (e este é que será um sucesso, pois toda a gente quer ver um filme realizado por alguém de 100 anos e que é criativo o suficiente para com aquela idade criar algo divertido ao nível de Borat (Isto é a ironia em pessoa).
-Abertura do Museu do Oriente – este museu é um dos mais vistos, contou com 37 mil visitantes no 1º mês (este museu veio de arrasto com a “explosão” de “Chinese Shops”).
-Amy Winehouse – Esta fantástica cantora veio a Portugal apenas para bambolear e emitir alguns sons que poucos perceberam mas que todos interpretaram como música (e assim não tiveram remorsos pelo dinheiro gasto naquele bilhete).

Para finalizar, temos as tecnologias que apenas abordam dois assuntos: O primeiro é a TDT, a tecnologia que mostra imensa qualidade de imagem e som na televisão, e que apesar de tanta emoção apenas estará disponível em 2012. A segunda, mas mais importante, é a invenção que fez com que o primeiro ministro, mais parecesse empregado da Worten, ou seja, o estonteante MAGALHÃES, o fantástico computador que simplesmente não presta e que as crianças da primária vão achar saturante, pois apesar de muito limitado em capacidades técnicas (pois o ecrã da PSP ou do Telemóvel das crianças é quase maior do que o do Magalhães) fez com que fossem realizadas acções de formação para utilizar o computador que não passaram de brincadeiras (penso que lhes foi ensinado, foi o que fazer quando o Magalhães não chega, pois depois de alguns meses, apenas uma pequena parte dos milhares de computadores foi entregue).

É nestes acontecimentos que se baseia o ano de 2008, e por isso esperamos que 2009 seja muito melhor.
João Marques, 10ºB

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O direito de LER não importa onde, Daniel Pennac


Lê-me nas ondas,
ouves o mar?,
ou entre as nuvens de um céu terreno
que se queima no vento do inferno;
Lê-me num escuro
que as luzes não deixam apagar;
Sofre sente sorri toda a letra
congelada no rubor da casa d’inverno,
absorve em cada página as palavras
que florescem na mente atordoada
pelo verde assustador da floresta
que se fez maior na confusão da estrada
que se estende até à montanha
no pico do calor d’eternos verões.

Lê-me onde quiseres,
onde te sentires,
leva-me até às multidões
que silêncio do meu jardim fez calar;
Lê onde fores mais palavra,
fores menos pessoa,
p’ra onde o momento imaginado te levar,
onde a história seja Maior
e a essência de cada linha te vergar.
Helena Couto, 11ºA

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A quanto obrigas!


De olhos brilhantes, maravilhados… Com o coração nas mãos, a bater com tanta força quanto possível… E as palavras doces, ah! Essas jamais serão esquecidas!...
O amor tem ou tudo isto ou muito mais! Até parece que nos tira o tempo! Por ele, somos capazes de proferir palavras nunca antes pensadas: um “para sempre”, um “eternamente”, e outros que tais, passam a fazer todo o sentido em cada frase. Aos nossos olhos, o mundo torna-se de repente perfeito, assistimos à criação de um verdadeiro paraíso!
O amor, como disse Luís de Camões, é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente… Ou seja: não há uma definição que permita entendê-lo, nem o antídoto para acabar com ele! O amor não tem prazo limite, não acaba de um dia para o outro (a paixão, essa sim, pode terminar tão abruptamente como apareceu!). O amor é feito aos poucos, vai-se descobrindo a cada instante.
E com essa descoberta, vem o olhar apreensivo, vem o saber de dentro, vem aquela palavra que pode trazer espinhos e amargura, vem o ciúme… Este último vem com o medo de perder, de perder algo que, na verdade, nunca se ganhou!
Não vale a pena procurar antídotos para neutralizar estes sentimentos: eles vêm, dominam-nos e virão sempre aprisionar-nos numa teia da qual é difícil escapar – será que queremos mesmo escapar?
Ciúmes? São a face menos gloriosa do amor e, tal como este, virão sempre, escaparão sempre ao nosso controlo. Vêm de ontem, chegaram ao hoje e passarão para o amanhã…
Amor e ciúme em conjunto até fazem um certo sentido… Eles completam-se, com as devidas precauções! Precisam de limites para se conciliarem, para não se destruírem mutuamente.
Tal como todos aqueles que se amam precisam de espaço, o amor e o ciúme precisam de determinadas “barreiras”, sob pena de conduzirem à sua destruição, a um sofrimento obsessivo e doentio…
Quem ama, sente ciúme! Quem sente ciúme, é porque ama! Resta-nos encontrar o peso e a medida certas…

Andreia Coelho, 10ºC

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Dás-me a tua mão?


Se te disser que trago a Lua
Ou o Sol ou as estrelas,
Se te garantir que cada parte tua é magnífica
e que não há palavras para descrevê-las,
Se numa tarde de inquietude pacífica
te prometer o pôr-do-sol,
Se te confessar que por ti vou ao fim do Mundo,
Ao sítio mais escuro, tenebroso e profundo,
Se te revelar que a minha paixão é infinita,
Que a nossa relação é a mais bonita,
Se te afirmar que a minha vida
sem ti não tem significado
ou que o meu coração longe do teu
fica despedaçado
entenderás o meu amor,
o significado da minha entrega
e o seu valor?

Se em vez de te dizer,
garantir, confessar
e prometer,
contar, afirmar
ou revelar
te desse a mão?
Não sentirias a minha alma
mais perto da tua,
mesmo sem o Sol nem as estrelas
nem a Lua?

Helena Couto, 11ºA

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Crónica à tecnologia


Em vez de ir apanhar ar puro, ver a mãe natureza, brincar e estar com outras pessoas, os meninos e meninas de hoje preferem ficar em casa. Gastar os dedos num comando de consola, num jogo violento, ou a falar no computador com outras pessoas. Fechados numa divisão da casa onde só existe um computador, uma televisão, uma consola e um telemóvel, os meninos e meninas vão perdendo toda a sua vontade de sair de casa. Sem exercitar o seu corpo, vão ficando mais frágeis e mais frágeis. Preferem exercitar os olhos em frente a uma televisão, ou exercitar as suas capacidades de carregar em mais botões do comando no menor espaço de tempo, ou de ler e escrever numa conversa na Internet ou no pequeno ecrã do telemóvel.
E a juventude vai ficando mais triste, sem os meninos e meninas a correr ora rua acima, ora rua abaixo, e os meninos a jogar com uma bola de futebol e as meninas a partilharem as suas bonecas, enquanto sentadas no duro chão da estrada, vão rindo e palrando... Imagens que se vão perdendo, momentos que a tecnologia roubou à humanidade... Tecnologia não é sinónimo de alegria e felicidade, muito pelo contrário.

Miguel Marmeleira, 10ºB

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Animais de férias


Quando faltam alguns meses para o início das férias de verão, todas as famílias começam a reservar os seus lugares em sítios agradáveis para passar alguns dias. Conforto, refrescos, praia, piscina, gelados...
Mas, ao contrário de todo esse bem-estar, os animais ficam totalmente de parte. De facto, não faz sentido nenhum levar um animal de quatro patas para apanhar banhos de sol! Estes são, a maior parte das vezes, reencaminhados para um dos melhores luxos: as ruas!...
São o melhor que se pode ter, principalmente naquelas épocas em que a família não tem férias, são pequenos e um passatempo para as crianças. Mas, quando chegam as férias, tornam-se um grande obstáculo e isso não pode acontecer!
Os donos fartam-se deles, começam a ser enormes, a comer o dobro, a ocupar totalmente o sofá e a carpete, e as suas pequenas necessidades passam de uma pequena brincadeira para um grande problema!
Afinal, será que os responsáveis não têm noção de que um cão ou um gato não vive para sempre com meio palmo de altura e um palmo de comprimento? Acabam por deixar as “bestas” na rua e esperar que alguém os encontre e os ache engraçados. O outro lado da questão é que estes amáveis animais são expulsos a pontapé de qualquer sítio e acabam por morrer atropelados ou até mesmo à fome! Pois nem todos os animais se acostumam à vida de animais abandonados, ainda mais depois de uma certa idade! Óptimas férias para os donos, um pesadelo para os animais!

Andreia Coelho, 10º C

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Educação é exemplo?


Inevitável não aguçar a audição para ouvir a conversa que se desenrolou bem ao meu lado, hoje de manhã. Inevitável também não parar de pensar qual o raciocínio que leva um pai a agir desta forma. O senhor (na verdade não vi a cara dele, apenas ouvi a sua voz) explicava para a amiga como se preocupava com o filho, “meu rapaz”, como dizia. O rapaz é rebelde, tem 10 anos e reclama de tudo. No outro dia, estava a jogar à bola na área do prédio e levou um pontapé de um rapaz de 14 anos. O pai, que observava tudo, quase bateu no “agressor”. A situação foi controlada pelo “sô João”, o zelador e salvador. Mais tarde, o pai do rapaz de 14 anos foi pedir satisfações ao outro. Ouviu que ele faria tudo de novo para proteger o filho. “Eu disse para ele ficar atento, que eu matava o rapaz e jogava-o no mato, quando se trata de proteger os meus filhos, eu viro um urso.”
Ora, o pai discutia com a amiga sobre como é difícil educar um filho e contava uma história que, na minha opinião, deseduca qualquer pessoa. Consigo entender porque é que o rapaz, com 10 anos, é um rebelde. Se o pai quer dar o exemplo não devia partir para a violência. Não me espanta que o rapaz também tente resolver os seus problemas com agressão! Afinal, o exemplo é uma das principais armas da educação.

Anaísa Jorge, 10ºB