quarta-feira, 18 de março de 2009

Uma incursão ao mundo da fantasia



O Sétimo Herói, de João Aguiar, sentido e vivido pelos nossos alunos

“O Sétimo Herói, de João Aguiar, é um livro que, sendo criativo e imaginário, nos demonstra o verdadeiro significado das criaturas mágicas maléficas que demonstram a verdade sobre o nosso próprio quotidiano. No nosso dia-a-dia não nos apercebemos da gravidade dos nossos actos para com o ambiente e a sociedade em geral, sendo cada vez mais necessário, sermos, também nós, os heróis do nosso planeta.”
Helena Herrera, 10ºA

“João Aguiar deve ter quilos e quilos de imaginação para ter fantasiado toda esta história. Não é apenas um conto de fadas normal com a fantasia a que estamos habituados, o autor tentou misturar essa fantasia com traços e acontecimentos do mundo real, resultando numa história fascinante recheada de aventura, acção, imaginação, bom humor, nomes bastante extensos e criaturas que enchem a história de fantasia e magia e, claro, com o típico final feliz que nem João Aguiar pode retirar.”
Jorge José, 10ºA

“É um livro muito fantasioso, e que refere ainda a filosofia entre o Bem e o Mal… É um livro que nos põe a pensar sobre esta contradição.”
Luís Filipe Matias, 10ºA


“Eu gostei muito de ler a obra porque me transportou para o mundo da fantasia e fez-me voltar a ser criança. O livro é rico em linguagem criativa e actual, despertando a atenção do leitor e ajudando a imaginar os espaços fantásticos representados na história.”
Soraia Marques, 10ºB

“ O Sétimo Herói é um livro de fantasia, é dos poucos livros que consegue levar o leitor a um mundo diferente, um mundo completamente imaginado, cheio de fantasia.”
Diogo Teixeira, 10ºA


“Em toda esta história, verifica-se sempre a presença da fantasia (…) desde as viagens efectuadas entre o mundo real e um universo paralelo (Ogláglah), os castelos dos seres maléficos, os nomes “gigantescos” das personagens, seres vivos e criaturas nunca antes vistas, práticas de feitiçaria e, até, a aprendizagem de uma língua chamada “gudruthi”.
Na obra O Sétimo Herói , o escritor João Aguiar apresenta ao leitor um mundo paralelo com novas normas, novos povos, com uma realidade à parte, constituída por elementos inverosímeis, imaginários, distantes da realidade do Homem. Apesar do escritor apresentar um mundo diferente, em muitos aspectos é semelhante ao nosso, mas sem avanços tecno lógicos.”
Luís Ferrolho, 10ºA


“A entrada de Jorge num universo paralelo faz-nos pensar na fantasia, faz-nos querer conviver com criaturas mágicas e maravilhosas. O aspecto positivo do livro é precisamente o facto de o autor nos mostrar a coragem de Jorge, de nos fazer pensar que também nós podemos ser heróis. (…)
Com O Sétimo Herói ficamos a pensar que, mesmo num ambiente diferente do nosso, conseguimos vencer e ser tudo aquilo que desejarmos. Basta acreditar que somos capazes.”
Jessica Lage, 10ºC

“Com esta história aprendi que nada é impossível e, quem sabe, se um dia destes alguém virá à nossa casa para nos levar a um mundo desconhecido , diferente do nosso, mas fantástico, a fim de termos uma aventura inesquecível. Você recusaria? Eu não."
Filipe Margaço, 10ºB



“A meu ver, a história é muito interessante. Inicialmente, pensei que seria como as outras, que me tinham mandado ler em anos anteriores, pouco interessantes e com uma linguagem muito informal e pouco adaptada à minha idade. Esta obra, pelo contrário, talvez por se inserir muito no campo da fantasia, tem um registo linguístico informal e é muito divertida. A história está envolvida em mistério, facto que me deu vontade de continuar a ler, com gosto, e não por obrigação, com o intuito de ficar a conhecer o seu desenlace. O factor surpresa também é um aspecto muito positivo, pois não estava à espera do que ia acontecendo, e isso torna a leitura muito mais entusiasmante e agradável. Este livro, sem dúvida, uma belíssima incursão no campo da fantasia."
Marina Pereira, 10ºC



"João Aguiar transmite não só uma lição de coragem e perspicácia como também nos transporta para um mundo mágico. O leitor vê-se, desta forma, a viver todos os desafios, todas as vitórias e medos com o herói."
Nuno Oliveira, 10ºC



"Pessoalmente, gostei muito deste livro, pois adoro histórias de fantasia que nos fazem “viajar” e sonhar. Esta é uma dessas histórias.
Gostei bastante dos nomes das personagens e da criatividade do autor.
Trata-se de um bom livro, pelo que recomendo a sua leitura."
Verónica Rijo, 10ºC


"Na minha opinião, este é um livro com algumas passagens marcantes e que podem influenciar a vida de alguns jovens."
João Marques, 10ºB


"Voltando ao tema da fantasia, o livro é de ficção científica e remete para uma área medieval de magos, cavaleiros, reis, trolls, duendes, fadas, dragões, enfim, uma infinidade de personagens que fazem o conto ficar mais vivo e rico. Na minha opinião, O Sétimo Herói é quase um Senhor dos Anéis, ou então, o Anders."
Filipe Marques, 10ºB


"Apesar de achar o livro repetitivo, considero-o um bom livro, pois, por mais livros de fantasia que leia, vão ser sempre mágicos, vão ter sempre algo de novo a contar, a decifrar. Ajudam-nos a sair da rotina, a viajar para um mundo diferente e a pensar como seria a vida no nosso mundo, se fosse tudo no campo da fantasia, talvez fosse… MÁGICO!"
Alexandra Carvalhão, 10ºC

"Trata-se de um livro interessante, no qual podemos dar largas à nossa imaginação e fazer uma distinção entre o bem e o mal…”
Elisabete Prudêncio, 11ºC

"Penso que o autor deste livro ter-se-á inspirado na fantasia criada pelos livros de Harry Potter, mas criando um Harry Potter aportuguesado.”
Miguel Marmeleira, 10ºA


"O poder da mente não tem limites! E João Aguiar provou-nos isso ao escrever este livro.
Cheguei à conclusão que fantasiar sobre fantasia dá uma grande “dor de cabeça!..."
Miguel Brilhante, 10ºB

"Todas as situações do livro, das mais sérias às mais hilariantes, têm sempre uma moral. Todos os elementos extraordinários que aparecem nesta história encontram-se integrados de forma a dar consistência aos acontecimentos, fazendo-nos compreender e aceitar a sua existência numa outra dimensão. A incursão na fantasia neste livro é feita de forma divertida, despertando o interesse à medida que a trama da história vai avançando, transmitindo uma certa cumplicidade e uma forte carga afectiva que nos leva a querer fazer parte daquele local fantástico e a querer participar naquelas aventuras, tentando ajudar a resolver os problemas que aparecem, transformando-nos numa espécie de ajudante do sétimo herói, ou mesmo, num oitavo herói. Quem sabe? No mundo da fantasia tudo é possível, que o diga Jorge “Olhos-Duplos”…
Ana Margarida Oliveira, 10ºA


"No mundo de Ogláglah, a fantasia não é fantasia; para os habitantes desse mundo, a fantasia é algo banal, pois seria como acharmos fantasia os animais do nosso mundo. No entanto, Jorge nunca tinha visto criaturas assim e, para ele, elas são fantásticas. As criaturas de Ogláglah são personagens de lendas e histórias do nosso mundo, como os elfos, os duendes ou mesmo os dragões. O autor explica isso como sendo os relatos de viajantes do nosso mundo que foram a Ogláglah e que, ao voltarem, contaram as suas histórias que se transformaram em lendas."
Gustavo Galveias, 10ºA


"Infelizmente, penso que no nosso mundo existem cada vez menos heróis dispostos a cometer tais actos para nos livrar do mal e dos problemas que existem actualmente na nossa sociedade. Assim, penso que este livro nos faculta uma lição moral sobre o que andamos a fazer com o nosso planeta, assim como algumas soluções possíveis para que possamos corrigir a nossa maneira de agir e de pensar hoje em dia."
Jessica Rodrigues, 10ºC

"Como em todos os livros de magia, é inevitável fazer a comparação com a saga Harry Potter, e aí, penso que, apesar de tudo, a história mágica de J.K. Rowling leva clara vantagem na forma como descreve os cenários de fantasia, que estão sempre muito presentes neste tipo de livros."
Rui Poeiras, 10ºB


"É uma história em que o fantástico nos maravilha, prende a atenção e permite a nossa imaginação voar…mas que também nos remete para uma reflexão sobre o futuro do planeta e nos leva a pensar que na defesa da natureza todos podemos ser também heróis!"
João Pedro Sousa, 10ºB


"...aquele mundo é, em muitos aspectos, diferente do nosso, mas num deles é igual: está em completa desordem e precisa de um herói para se encaminhar. Herói esse que já havia sido procurado, mas todos os escolhidos foram derrotados, até chegar Jorge.
Este era um herói diferente dos outros; sem ter boa aparência, como costumam ter os heróis comuns, era bastante inteligente , factor que influenciou a sua vitória face ao raptor da princesa. A Jorge foi-lhe dado o devido valor, ficou conhecido como o Sétimo Herói de Ogláglah."
Beatriz Ropio, 10ºB

terça-feira, 17 de março de 2009

A POESIA A PARTIR DE PINTURAS FAMOSAS– 8º B


ACTIVIDADE DESENVOLVIDA DURANTE A SEMANA DA LEITURA, PELA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VENDAS NOVAS


Procedimento:

Olhar para a pintura e escrever a palavra que surgir.
Construir frases com as palavras.
Organizar as frases …


A natureza, o luar…
A suavidade do ar…
o cair de uma noite escura.
Uma aldeia,o convívio de uma família.
Lá fora um circo de cor
e a fúria do tempo
Um mundo onde a flor
é o símbolo da natureza.
Um mundo maravilhoso,
onde a natureza é o tesouro,
rodeado pela fantasia
e guardado pela magia.
Uma flor que murchou,
uma árvore que quebrou,
um imenso mar,
composto por lágrimas
de alegria e de tristeza.
Patrícia Teles





No cair da noite…

No cair da noite…
Um céu cheio de estrelas.
Num prédio muito alto
vejo a tempestade.
É Inverno!

Há muita cor.
Tudo se torna estranho!
No cair da noite…
tudo se torna
abstracto.
Ana Roberto







Estranha gente no café
Nessa noite estranha e escura

decorre uma reunião na esplanada.
Muita gente com camisolas de várias cores,
parecendo um vitral de rectângulos tortos…
rodeado de folhas brancas.
Afonso










Na igreja há um vitral.
No circo vejo palhaços.
Um desenho confuso,o deserto…
Várias pessoas
na rua da cidade,no café…
No oceano,um barco
a sofrer com a tempestade.
No chão, cabeças aos quadradinhos,
num quadro com várias cores.
Luís Modesto








No quadro vi um relógio,
um naufrágio,
rabiscos nas paredes,
pintura de um vitral.
Quadrados,

rectângulos,
num desenho confuso,
onde as pessoas voam pelo mar
enquanto no café as pessoas tentam respirar…
Carlos Damásio








O tempo passava rapidamente.
Como uma mistura de cores
Fazia manchas em toda a parte
Como se fosse obra de uma pessoa cheia de imaginação.
Toda a gente em sociedade
Formavam um grupo unido
Não conseguiam sair daquele labirinto
Estavam perdidos no meio daquela tempestade…
Mas a luz entrava pelo vitral da igreja,

assim as pessoas sentiam a realidade,
a grande confusão das suas vidas,
quando chegassem a casa…
José Piteira







No fundo da rua branca,
passa o barco de atracção
que contém um monstro
que gera confusão.

O desfocado da noite

cria pintas no céu e mosaicos no mar,
onde passam peixes,
pássaros
e cavalos a relinchar.

Entre a cor e a vida
não existe diferença,
existe apenas,
a confusão
da troca de pensamentos.
Sofia Torneiros




Na esplanada estavam pessoas
que jogavam às cartas.
O céu estava coberto de estrelas
imitando pássaros,
fazendo figuras geométricas.
Na praia, a água batia nas rochas

e as nuvens tinham cores azuladas.
Os peixes brincavam como as crianças
e a praia ia enchendo com a chuva de pessoas.
André Vilelas





Eu vi um bicho esquisito
parecido com um mosquito.
Durante a ceia, a chuva caía,
criando grande euforia.


Pelo café da esquina
passou um estranho, cheio de riqueza,
que vivia a vida
rodeado de muita beleza.



A neve cobria os vitrais,
mas reflectia um belo cavalo
que passava entre cristais
numa noite de regalo.



O naufrágio do veleiro
escondido num belo quadro,
antigas lembranças,
da vida de um marinheiro.
Camila

sexta-feira, 13 de março de 2009

O DIREITO DE LER EM VOZ ALTA


Os murmúrios sedentos, desvairados, excitam-me o ânimo sôfrego ao ler quem escreve. Leio e adoro. Adoro por ler, leio o que adoro. Mais saiba o mundo de tamanha adoração, que encarcerá-la na alma demasiado pequena para tanto rumorejar escrito, tão intenso, é plena provação, num estilo de assombrosa sina que dispenso. Por isso falo, e leio alto. Assim, creio mais, admiro e exalto. Que conheças tu o que adoro ler; ou façam-se as paredes os confidentes do recital que me impede de morrer. Quase grito, que os gritos são maiores ainda no trato das palavras verdadeiras. Li-lhes alto o âmago, às palavras, e, adorando, sentei-me na ponta do Mundo para as partilhar declamando. Que se eleve o enamoramento pela leitura do que se adora, pelo som que se apodera e que adormece o encanto vivo lá fora; leio em voz alta, sinto o que adoro, que se adore o que se eleve, adoro as palavras, elevo e leio. Cada vez mais alto. Já grito as palavras e, num embevecimento máximo, o eco exultado da sua música responde-me, enfeitiçado.


Helena Couto, 11ºA

sábado, 7 de março de 2009

TEXTO VENCEDOR DO CONCURSO LITERÁRIO JOÃO AGUIAR - CATEGORIA DO 3º CICLO

O Tesouro do Alentejo

Ainda não eram oito da manhã do primeiro dia de férias de Natal e pela casa já se ouviam gritos:
- Carlos! Carlos! – gritava Álvaro.
-Deixa-me dormir... – respondeu Carlos, muito ensonado.
-Carlos, acorda!
-O que foi Álvaro? Que agitação é essa logo pela manhã?
Álvaro tinha uma novidade para Carlos: tinha acabado de ouvir o Tio João contar à sua mãe que tinha uma proposta irrecusável para passar uns dias numa terra no meio do Alentejo. Era a oportunidade dos quatro amigos terem umas férias inesquecíveis. Álvaro não se continha de felicidade, queria acordar Carlos à força e conseguiu, depois de tanta gritaria, também o irmão mais velho estava empolgado.
Já na sala de estar, ambos suplicavam ao Tio João para que os levasse. Este, depois de citar algumas das suas frases, concluiu:
- Se assim querem, venham, meus jovens, à terra das passagens!
-Ahhh? Onde?! – perguntaram em coro.
O que o Tio João queria dizer era que iam passar uns dias a Vendas Novas, localidade conhecida pelo Palácio Real ou Palácio das Passagens. De imediato, Carlos pensou que onde há um palácio há um mistério. E assim a novidade foi transmitida aos amigos Frederico e Catarina que também queriam conhecer as paisagens alentejanas.
Passadas algumas horas, os quatro amigos rumaram, com o Tio João, para a cidade de Vendas Novas. O Tio João pretendia comprar umas terras no Alentejo, para cultivar. Quando chegaram a Vendas Novas, dirigiram-se à Albergaria para passarem lá a noite, mas, como ainda havia tempo antes do jantar, o Álvaro perguntou ao Tio João:
- Oh Tio João, será que não podemos fazer uma pequena visita ao Palácio antes de jantar? - O Tio João pensou e disse:
- Claro, meus jovens infantes... Como sei, estão ansiosos por um mistério, mas o tempo que estiverem sob a minha guarda, não se metam em sarilhos. Entendido?
-Sim. - respondeu a Catarina com ar responsável.
Chegaram ao Palácio e começaram a visita. O Álvaro estava visivelmente aborrecido. Aquelas visitas nunca tinham sido o seu forte, então separou-se do grupo e começou a investigar. Sem querer, tropeçou numa das protecções e deparou-se com uma porta muito estranha. Toda em ferro, apenas com uma janelinha pequena em cima e uma maçaneta redonda muito grande. Muito curioso, decidiu espreitar, e, para seu espanto, viu, em cima de uma mesa de madeira, um anel muito bonito, porém, não era um anel qualquer, tinha um rubi vermelho, muito brilhante e certamente muito valioso. Pensou:
-Um anel tão bonito e valioso não deveria estar exposto? E porque estaria ali?
Começou a ouvir vozes, decidiu ir embora e contar tudo aos outros. Após ter contado o que vira, decidiram que, no dia seguinte, iriam os quatro tentar averiguar o que se passara, pois já era tarde.
Na manhã seguinte, ansiosos por desvendar o mistério, chegaram ao palácio e dirigiram-se para a porta de ferro. Espreitaram e, como viram que a costa estava livre, o Frederico fez um sinal e entraram. A Catarina ficou deslumbrada com o anel e disse:
- É mesmo bonito! Mas viemos aqui para investigar. Todos ao trabalho.
Subitamente, ouviram-se vozes:
- Não podemos deixar aqui o anel!
-Eu sei, mas se formos vender isto, “topam-nos” logo. Que tal desfazê-lo e vendê-lo ao quilo?
Os quatro ficaram pasmados, tinham de fazer alguma coisa. Saíram dali e o Carlos, como já tinha uma ideia, decidiu gravar a conversa dos homens e mostrar ao Tio João. Este, depois de ouvir a história, foi directo para a polícia. Tinha de os travar, não podiam vender o rubi. A polícia, o bando dos quatro e o Tio João prepararam uma emboscada aos ladrões. Quando estavam a tentar fugir, apanharam-nos. O polícia reconheceu-os e disse:
-Este é o assistente do dono do Palácio. Queria ganhar dinheiro ao vender o anel e arranjou um cúmplice: o segurança do Palácio.
Porém, o Frederico perguntou:
-Sim, mas afinal de quem é o anel? De onde veio? – O Tio João respondeu:
- É o anel que o príncipe do Brasil deu à Princesa das Astúrias quando ficaram noivos. É um rubi lindo, puro e valioso. Uma verdadeira relíquia. Irão receber uma recompensa pela vossa acção. O dono do Palácio irá oferecer-vos uma medalha como agradecimento.
O bando dos quatro disse em coro:
-Mais um mistério resolvido pelo bando dos quatro.
Helena Lavado, 7ºA

sexta-feira, 6 de março de 2009

TEXTO VENCEDOR DO CONCURSO LITERÁRIO JOÃO AGUIAR - CATEGORIA DO ENSINO SECUNDÁRIO

Comentário ao livro O Sétimo Herói, de João Aguiar
Uma incursão no campo da fantasia

“…três pares de olhos, pequeninos, verdes e muito piscos observavam-no com ansiosa atenção…”, a partir daí tudo podia acontecer. Quem eram? De onde vinham? O que queriam daquele rapaz que, no dia seguinte, entrava na maioridade? Porquê ele? Ogláglah, um universo paralelo onde ninguém usa óculos, é o local onde a história se passa e, por entre um rol de palavras estranhas, entramos num mundo surpreendente. Naquele lugar fantástico, povoado por duendes, magos, elfos, cavilos, tacsiáticos e dragões, prevalece um “mundo possível” construído à semelhança do mundo real, mas com personagens e situações imaginadas, em que é possível fazer a ponte entre os dois mundos.
A incursão na fantasia começou com o rapto de Jorge para Lysitaya, onde, para tornar-se um herói, antes do desafio final, teve de prestar provas das suas capacidades. Assim, o nosso herói e representante naquele mundo foi iniciado nas artes da magia (“Era também aconselhável que um futuro herói recém-chegado àquele mundo soubesse coisas acerca do seu funcionamento…”) e no uso de armas (“….espada, adaga, lança, machado. Por fim, lançamento de dardo e tiro ao arco”).
Três grandes combates são propostos: o Pantanoso (o poluidor), Aglabush, a águia (o desejoso de poder) e Pehndkotz, o dragão (o ladrão cruel). A todos vence com astúcia mas, sobretudo, com muita inteligência, já que fazer parte do “Clube dos Poetas Semi-Vivos” permitiu-lhe, devido às leituras que tinha feito, conseguir estabelecer ligações com as situações com que se ia deparando. É claro que vencer um dragão, que tinha como passatempo palavras cruzadas, é um pouco hilariante e bastante fantasioso, mas o que é certo é que as respostas não eram nada fáceis e exigiam conhecimentos que nem todos (os deste lado) possuem.
Ao longo da história, o fantástico continua sempre presente, desde a bebida oficial, o zgnoc, que “…era um líquido azul-safira” e “além disso provocava uma imediata sensação de conforto”, passando por cavilos que “pertencem à família equina, só que são menos velozes… e demasiado civilizados”, um dos quais( Radnafridigoécio) declamava A Ilíada, A Odisseia e a A Eneida, até Chlocblaúmm, Senhor do Mal, que desconhecia em absoluto a filosofia e que, por problemas existenciais, se desfez em fumo, levando a que o seu castelo ficasse privado do seu contínuo fluxo de energia e se desintegrasse.
Existem muitas mais situações e seres fantásticos que vão aparecendo ao longo da história, sempre com aspecto estranho e, muitas vezes, bizarro, mas com poderes especiais e sobrenaturais.
Como em todas as histórias onde prevalece o fantástico, também aqui surge a necessidade de libertar uma princesa das garras de um monstro terrível e super poderoso, neste caso, chamado Miasma que ameaçava submeter o território de Lysitaya às suas ordens. Este é o objectivo final que faz com que o nosso herói sonhe ser o “príncipe encantado”, que liberta a princesa Nirvânia e se casa com ela. Essa ideia invade o seu pensamento, em todos os momentos, até mesmo quando no seu caminho se atravessam as mais belas “mulheres”.
Só no final, o nosso herói compreende as verdadeiras razões da sua ida a Ogláglah: impedir a destruição dos espaços verdes e a implementação de construções nocivas para o ambiente, mostrando-nos que o que se passa lá é exclusivo do mundo do fantástico, como diz Shenazimm: “o teu mundo encontra-se povoado de Pantanosos que o poluem e matam, só que o fazem impunemente, são senhores importantes e respeitados…”
Todas as situações do livro, das mais sérias às mais hilariantes, têm sempre uma moral. Todos os elementos extraordinários que aparecem nesta história encontram-se integrados de forma a dar consistência aos acontecimentos, fazendo-nos compreender e aceitar a sua existência numa outra dimensão. A incursão na fantasia, neste livro, é feita de forma divertida, despertando o interesse à medida que a trama da história vai avançando, transmitindo uma certa cumplicidade e uma forte carga afectiva que nos leva a querer fazer parte daquele local fantástico e de participar naquelas aventuras, tentando ajudar a resolver os problemas que aparecem, transformando-nos numa espécie de ajudante de O Sétimo Herói, ou mesmo num oitavo herói. Quem sabe? No mundo da fantasia tudo é possível, que o diga Jorge “Olhos –Duplos”…


Ana Margarida Oliveira e Silva, 10ºA