terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Consumismo natalício

O consumismo é um dos temas mais falados nos dias que correm e não pára de se acentuar a cada ano que passa. A atracção do produto que é despertada no consumidor deve-se, em grande parte, à publicidade (muitas vezes enganosa), ao embelezamento excessivo, à manipulação social que “obriga” cada um de nós a seguir determinado padrão de vida.

Em época natalícia este episódio é levado ao extremo e, por esta razão, é incompreensível ouvir frases como “estamos a enfrentar uma grave crise económica”. Ora, se cada vez mais famílias vivem endividadas por que razão os centros comerciais nunca estão desertos? Será que a tal “crise” não passa apenas de uma história inventada pelos governantes, para receberem a “prenda natalícia” durante todo o santo ano, os afamados impostos disto e daquilo? Talvez por esta razão seja tão utilizada a expressão “o Natal é quando o Homem quiser”. Ironias à parte, dá que pensar por que razão os portugueses se queixam dos seus baixos rendimentos e, ao mesmo tempo, “esbanjam” à grande e à francesa, consomem mais do que o que deveriam em coisas que em tempos de “crise” são dispensáveis. Longe de mim defender os políticos mas, quem somos nós para julgar o carro novo deste ou daquele político, o dinheiro mal gasto em submarinos ou em TGV quando o país está em crise, se nenhum de nós sabe poupar? Se nenhum de nós, quando tem um dinheirinho extra, o guarda para alguma eventualidade e queimamos os neurónios para encontrar a melhor forma de o gastar.

O Homem consumista desconhece o significado de “pé-de-meia” e, hoje, adquire um carro novo e faz um crédito, amanhã adquire uma casa novinha com avançada tecnologia e faz um crédito, no dia seguinte farta-se da velha mobília e faz um crédito. Finalmente, com todos os créditos coleccionados fazem o dobro destes para tentar pagar os anteriores. Moral da história: todos nós somos uns verdadeiros políticos (maus gestores natos, irresponsáveis, enfim...).

Será que alguém no mundo ocidental sabe o verdadeiro significado do Natal? Se soubessem, certamente, não haveria tanto consumismo nesta época. De que nos serve receber uma prenda caríssima de alguém que nem sabemos se gosta realmente de nós?

Neste Natal, mais do criar acções de solidariedade, devíamos repensar sobre o que é realmente importante, sobre os dignos valores morais da humanidade, que não se compram a pronto nem tão pouco a crédito. Neste Natal antes de exigir tudo e mais alguma coisa ao “barrigudo da Coca-Cola”, olhemos para os cofres familiares, na procura de alguma grama de ouro que nos deixe fazer o que melhor sabemos: consumir. Se não existir nada, meus amigos, mantenham-se quietos que a vida não está fácil.

Sílvia Fraústo, 11.º C

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