sexta-feira, 18 de março de 2011

Tudo estava envolvido num infinito silêncio, nem o ventinho tinha coragem de fazer barulho, passando entre as flores e os ramos das árvores. Era de acreditar que naquele profundo silêncio se conseguia ouvir o barulho do bater das asas das borboletas que voavam de uma flor para outra, em todo o campo. Quando era jovem dava-me muito trabalho correr atrás delas e tentar apanhá-las, mas agora prefiro ficar a repousar na minha cama: uma almofada laranja das mais confortáveis. Dormir aqui é a minha actividade favorita. A quinta está deserta, quase abandonada. O sol que chega dá-me a sensação de quentinho e o cheiro das flores ajuda o sono, tanto como o cheiro do leite e das comidinhas que a D. Maria prepara para mim. Não há nada melhor do que o delicado sabor daqueles pratos para acordar bem! E quando acordo o dia já está a acabar, o sol está baixo e pinta o céu de uma gradação de cores que vão do roxo ao rosa, do vermelho ao laranja. E a paisagem parece pintada, as linhas do horizonte estão tão definidas que podia ter sido o meu dono a traçá-las. A atmosfera está tão bonita e tão quieta que só me apetece voltar a dormir.
Zaira Pellin, 11.º A

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