segunda-feira, 23 de maio de 2011

A tua partida

Sentada no sofá da sala, os meus olhos procuram algo ou alguém… e revivo…

Agora que percebo que estás doente dói-me o coração, sinto que tudo à minha volta parou. As nossas vidas acabaram. Todos tentámos lutar contra a tua doença. Sou criança, mas já percebi tudo, toda a gente tentou esconder, mas acabei por perceber.

Dizem que o que está dentro de ti é ruim, mas que todos juntos conseguimos lutar contra isso. Chamam-lhe de cancro, não sei bem o que seja. Oiço dizer que mata, destrói, corrói, faz sofrer… Mas o que pode ser assim tão ruim?

A tua doença foi progredindo e eu fui-me apercebendo de tudo, deixei de ir tantas vezes à tua casa e passei a ver os bombeiros a “passear” contigo muitas vezes. Onde ias? Eu não sei, ninguém me dizia, mas penso que não seria para um sítio bom. O teu lindo rosto não demonstrava felicidade, apenas um longo e triste sofrimento.

Os bombeiros hoje levam-te e oiço dizer que é para o hospital. O que é que tens desta vez? O que é que se passa? Porque é que vais para o hospital? Eu não te quero perder.

Passados dias a minha mãe diz que vamos ver-te ao hospital, mas quando lá chegamos percebo que o teu estado é lastimoso.

Agora dão-me a triste notícia de que partiste, ninguém consegue lutar contra a tua doença e é muito doloroso estares a viver neste estado. Todos nós sofremos com isto e eu, apesar de ainda ser pequena, apercebo-me de tudo. Neste momento sinto que te amo muito e que és tão importante para mim… Fomos lutando até não podermos mais mas, apesar de ser doloroso, sei que é o melhor para ti.

Vai em paz! Nunca te esqueceremos e sabemos que qualquer decisão que tomarmos na vida, boa ou má, estarás sempre ao nosso lado.

Ana Duarte, 10.º A

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