segunda-feira, 16 de maio de 2011

Para lá da janela


Pus-me à janela a observar o sol que já descia, devagar, muito devagar.
As vizinhas corriam então as persianas e cumpriam o recolher habitual, assinalado pelo aparecer da lua e o esconder do sol.
O céu ficou cor-de-laranja e a minha imaginação fluiu, ao ver aquele bonito céu, escondido por trás do sobreiro no qual se tinham alojado os pássaros, que queriam descansar.
Os executivos chegavam a casa, de pasta na mão, cumprimentavam as suas famílias, pareciam ser felizes. O jardineiro, do jardim do sobreiro continuava a trabalhar, ainda havia muitas folhas para varrer. A sua família esperava em casa, com um pouco de fome, mas muito amor.
Quando o sol já quase desaparecera, surgiu uma brisa muito fresca. Fechei a minha janela, e recolhi-me também.
Pensei então o quão bonito era o pôr-do-sol, quanta alegria ele me trazia. A natureza ficava mais calma, e o céu mais bonito. Notavam-se as sombras dos objectos no chão e nas paredes, projectadas pelo sol muito baixinho, tal como Platão imaginou em “A alegoria da caverna”. Eu estava então dentro da caverna quando o sol se punha, mas sabia o que havia lá fora, ao contrário da humanidade.

Diogo Branco, 10.ºC





Sem comentários: