terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Uma viagem é uma aula

Viagem, uma pequena palavra que envolve um turbilhão de sentimentos e um mar infinito de fortes emoções.
Podemos viajar no local onde estamos, sem movimento, ou então, num movimento quase circular, chegando-se talvez, um dia, ao ponto de partida, fazendo-se a revisitação de tudo o que se deixou para trás.
Por um lado, sem movimento, pode-se chegar ao infinito e mais além daquilo que se possa imaginar. Sentado numa cadeira, ao sol ameno, a entrar num sono profundo, inicia-se uma viagem nas entranhas do subconsciente onde, apesar do corpo adormecido, trabalham neurónios contactando por sinapses e impulsos nervosos. Assim chegamos a um lugar mais distante como a lua, a um lugar impossível como o sol ou até ao interior de uma planta, caminhando entre floemas e xilemas, sofrendo a ascensão xilémica causada por uma certa pressão radicular. Tudo isto se pode traduzir nessa palavra de cinco letras: sonho.
No mesmo sentido, sem movimento, numa aula de Português, ao escutar Os Lusíadas, de Luís de Camões, pode entrar-se na viagem dos Portugueses rumo à Índia, atravessando o Cabo das Tormentas e deparando-nos com grandes tempestades, que do nada terminam, com o som estridente da campainha da escola a indicar que devemos sair e que, mais uma vez, a viagem de Português terminou, sendo retomada na aula seguinte.
Ao invés, com movimento, pode chegar-se apenas ao possível. O espaço percorrido pode ser curto, como a viagem diária de ida para a escola, em que todos os dias se vêem as mesmas realidades, mas todos os dias se aprende algo novo. Se o espaço percorrido é longo podemos lembrar-nos de uma magnífica viagem de férias, sozinho ou acompanhado, em que se aprende de certeza algo novo, se degustam novos sabores e se conhecem outras pessoas e outras culturas.
Concluindo, seja qual for o modo como se viaja, há sempre algo para aprender e, mais que tudo, uma viagem é uma aula.
Miguel Brilhante, 12.º B

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