quarta-feira, 3 de março de 2010

A TEMPESTADE

"A tempestade desencadeou-se muito mais cedo do que esperávamos, o céu partiu-se em centenas de relâmpagos, os raios destruíam árvores cujos troncos se partiam no meio de uma fumarada de enxofre..."
Luís Sepúlveda, O Velho que Lia Romances de Amor

Pensei se seria o fim. Não só o meu próprio fim, como o de toda a humanidade.
O nosso abrigo era fraco mas mesmo assim aguentámo-nos algum tempo até sermos atingidos por um feixe de electricidade vindo dos céus.
Estava estendido no chão, tentando proteger-me.
Abri os olhos, levantei-me e senti tremer.
O solo desfez-se em diversas partes. Era o fim. Rios de lava desciam pelas encostas enquanto se ouvia o som dos demónios vindo do subsolo.
A humanidade estava a ruir e já era tarde de mais.
Tentei fugir mas não consegui. Parei no meio do caos para olhar para trás na minha vida. No início, no meio e agora, estava a viver o fim. As memórias da infância, as aventuras da adolescência e as tretas da idade adulta. Não me arrependi de nada, só de ter deixado partir a eternidade.
Senti que algo puxava o meu ser interior para fora do meu corpo. Senti-me vazio. A minha mente apagou-se.
De repente toda a luz desapareceu. Entrei na escuridão.
Acabou.
Miguel Ropio, 10.º E

Era hoje, depois de tanto tempo esperado, finalmente tinha chegado a hora. As pessoas corriam de um lado para o outro desesperadas, os animais corriam até onde podiam, as árvores despedaçadas pelos relâmpagos. O fim do mundo tinha chegado.
Eu ainda há pouco estava a ouvir as notícias pela rádio: "Meus caros amigos, estamos a salvo. O fim do mundo virá apenas daqui a cem anos." Eu acreditei e, todo descansadinho da vida, fui visitar os meus pais para lhes contar a notícia.
Quando lá cheguei e lhes contei o que tinha ouvido, um enorme suspiro veio das suas bocas e um grande abraço me deram por tal notícia.
Uma hora mais tarde, começou a trovoada e uma chuva intensa. Minutos depois o desastre começa, o fim do mundo havia chegado mais cedo do que o previsto. Do nada criaram-se vários tornados que se transformaram em furacões, segundos depois. Nós escondemo-nos na cave. Quando a tempestade acabou, eu saí lentamente e, quando olhei para a rua, quase perdi os sentidos. A cidade estava completamente devastada.
Nós saímos daquele local o mais rápido possível. Aquela tinha sido a pior experiência que me tinha acontecido na vida.
Agora que passaram anos, trabalho para a National Geographic para tentar descobrir mais alguma pista sobre o tal "fim do mundo".
Andreas Falt, 10.º E

Após a visualização dramática e chocante do filme "2020" quase toda a turma ficou chocada, excepto o Dido (António) e o professor de Biologia. O Dido é insensível e acha tudo completamente normal. A sua cara é pálida e não mostra interessar-se por tudo o resto que o rodeia, apenas a música e as aulas de Educação Física interessam. O professor já era de esperar que não se mostrasse chocado. Para além de ter sido ele a mostrar-nos o filme, todos nós sabemos que é apologista de que o mundo acabará com uma catástrofe natural da qual nada nem ninguém se pode livrar.
Eu achei o filme interessante e ao mesmo tempo fiquei com medo. É que a convicção e a segurança que o setôr mostrava ao ver o filme deixavam-me assim.
Será que tudo aquilo vai acontecer? Ou será apenas uma forma de manter as pessoas alerta sobre as suas acções, que mais tarde podem ter consequências graves? Eu prefiro nem pensar nisso. Vi o filme, gostei, chocou-me e intimidou-me mas por agora quero esquecer as imagens que teimam em permanecer na minha memória.
Pelo sim, pelo não, no final da aula fui falar com o professor e perguntei-lhe se não achava um bocado forte mostrar aquele filme a uma turma que tinha alguns alunos sensíveis. A resposta não foi de todo o que eu esperava. O professor disse que os jovens de hoje em dia deviam começar a pensar como seria o fim das suas vidas e como deveriam aproveitar os seus últimos anos de vida.
Apesar de querer esquecer toda aquela aula de Biologia, não consegui. Pensei e voltei a pensar. E desde então, passei a ter mais cuidado com o ambiente e aproveito a vida ao máximo, vivendo cada dia como se fosse um dos últimos.
Ana Nascimento, 10.º A

Será hoje o dia? Muitas pessoas perguntavam-se. Será que o homem irá pagar pelos males que fez à natureza? Ninguém sabe. Sabe-se apenas que o clima mudou, e muito. Esta tempestade é uma prova viva que a natureza está zangada com o homem. O próprio homem autodestruiu-se, a sua ganância falou mais alto e assim ditou a sua sentença.
Tempestades, terramotos, tsunamis, tudo tem vindo a aumentar no nosso planeta. Quando será o fim? Muitos cientistas afirmam estar próximo devido a estas mudanças tão súbitas da terra e do clima. O aquecimento global é a maior causa. O Homem não pensou no futuro, apenas no presente. Pensou apenas em ser um ente superior e evoluído.
Assistimos há pouco a uma grande catástrofe no Haiti. Um imenso terramoto que provocou milhares de feridos e mortos. Será apenas coincidência? Eu digo que não. É um aviso! Se o Homem não pensar no futuro o que mais irá acontecer?
Fala-se em 2012, o fim do mundo, talvez sim, talvez não, mas se o Homem não intervier, pode dizer-se que irá ter um final trágico.
No futuro não poderemos pensar apenas em nós, mas também na nossa casa, a Terra!
Bruno Ribeiro, 1.º Ano, C.P. Gestão e Programação

Uma tempestade como nunca antes vira destruía tudo. Centenas de pessoas em pânico nas ruas, a correr para se refugiarem nas suas casas, e eu na janela do meu quarto só pensava: "Será que é agora? Será que chegou o fim do mundo?" Nunca tinha acreditado muito nisso, mas agora era diferente. Estava a assistir a uma destruição sem igual ,e assustado, sem saber o que fazer, saí à rua. Queria estar com ela. Com aquele vento era difícil andar, mas não desisti. Se fosse o fim do mundo, o que importava morrer já ou depois?
A chuva e os relâmpagos eram tão intensos! Mas, para piorar, ainda surge um tremor de terra e aí foi o fim. O que mais me impressiona foi a tempestade terminar e só alguns terem morrido.
Gonçalo Manteigas, 1.º Ano, C.P. Gestão e Programação

Do meio de todo esse fumo preto, saem dois corpos, duas pessoas perdidamente apaixonadas, beijando-se loucamente, pensando ser essa a última vez que se veriam.
No meio de terramotos, de maremotos, lá estavam eles, preocupados só com o seu amor um pelo outro. Só interessava o que se passava entre os dois, enquanto prédios e vidas ruíam...
Mãos dadas e abraços sem fim, olhos nos olhos, só diziam sim.
Acaba uma história, acabam-se os tempos de uma maneira inexplicável, de uma maneira violenta, sem piedade.
Daniel Silva, 1.º Ano, C.P. Gestão e Programação

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