segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ser Livre...


"Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode."

Jean-Paul Sartre

"Não estou de acordo com aquilo que dizeis, mas lutarei até ao fim para que vos seja possível dizê-lo."

Voltaire

Muitos filósofos debateram-se sobre a questão da Liberdade e da Justiça. A afirmação de Jean-Paul Sartre é, no fundo, uma definição de Liberdade. Este filósofo argumenta que nunca se possui uma liberdade total, mas antes uma liberdade regrada. Concordo com ele, pois se alguns de nós (bastava alguns!)possuíssem uma liberdade total, os outros deixariam de ter liberdade. Imaginemos, por exemplo, dois vizinhos. Se um tivesse mais "liberdade" que o outro, poderia muito bem invadir a casa do lado porque era livre de fazê-lo e o vizinho visado nada poderia fazer contra ele, perdendo assim toda a sua liberdade. Ora, este exemplo, mostra-nos que o conceito de liberdade está intimamente relacionado com o conceito de justiça, pois sem justiça a liberdade de uns iria "sugar" a liberdade de outros (como no exemplo que anteriormente referi).
Neste contexto, entra de certo modo, a afirmação de Voltaire. "Não estou de acordo com aquilo que dizeis, mas lutarei até ao fim para que vos seja possível dizê-lo." É justo que todos possuamos liberdade (desde que a nossa liberdade não vá contra a dos outros), logo é um dever que todos lutemos por ela. Deste modo, mesmo que não concordemos com o "uso" que os outros fazem da sua liberdade, devemos sempre prezá-la como um bem maior.
Embora pareça antagónico, as regras existem para permitir, ou melhor, para garantir o usufruto pleno da Liberdade. Graças a elas, podemos ter a certeza que ninguém irá "subjugar" a nossa liberdade. Para isso, devemos também fazer a nossa parte: agir de acordo com aquilo que podemos de facto fazer, sem prejudicar a liberdade dos outros, ou pegando na frase de Sartre, "querer-se aquilo que se pode", ao invés de "fazermos aquilo que queremos". Assim sendo, devemos sempre lutar pela causa da Liberdade, tal como Voltaire, que apesar de não concordar com algumas pessoas, lutou sempre para que elas tivessem direito à Liberdade (no seu caso particular, a liberdade de expressão).

Gabriela Calção, 12ºA


Muitas vezes é necessário recorrer à reivindicação, ao protesto como forma de construção da Liberdade e da Justiça.
Para Ricardo Reis, o Homem não era livre, apenas possuíndo uma liberdade ilusória, submetendo-se à vontade dos deuses.
Na minha opinião, a nossa liberdade existe, mas também é verdade que não a podemos considerar uma liberdade absoluta, sem limites, nem restrições. A nossa liberdade é relativa, na medida em que Liberdade não significa fazer tudo aquilo que queremos, como afirma Jean-Paul Sartre, mas sim agir de acordo com a nossa consciência, dentro dos limites do possível.
Neste sentido, a nossa liberdade é possivel até ao momento em que interfere na liberdade do outro. Por isso, ser-se livre deve ser um direito universal, porém, também implica alguns deveres, tal como a responsabilidade que devemos assumir pelas nossas acções.
Toda a Humanidade tem direito à liberdade de expressão, a manifestar os seus pontos de vista e, por isso, também tem que existir respeito pelos outros e pelo seu livre arbítrio; cada um deve ter liberdade de escolha: a nível religioso, político, social, etc.
Mas nem sempre isso acontece. Por exemplo, muitas são as notícias relativamente aos conflitos religiosos existentes na Irlanda, devido à não aceitação da diversidade de religiões aí existentes, ou nos países muçulmanos, em que não é dado o direito à liberdade de expressão à mulher, por não ser considerada a igualdade de direitos.
A verdade é que só se construirá um mundo mais justo se não houver discriminação e se se respeitar o livre arbítrio, a liberdade de escolha de cada ser humano, permitindo um dos mais importantes tipos de liberdade - a liberdade de expressão.
Contudo, muitas vezes, não é dada essa oportunidade de expressar livremente as nossas ideias ou opiniões, como acontece em países onde a ditadura e o autoritarismo reinam, como já aconteceu em Portugal, durante o Estado Novo.
É, então, de notar a importância do protesto, da manifestação, da reivindicação para fazer valer os nossos ideais e os dos outros.

Joana Aldeias, 12ºA

1 comentário:

Unknown disse...

Estes dois textos estão muito bons a nível de reflexão e a nível de abordagem as expressões.