terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O direito de LER não importa onde, Daniel Pennac


Lê-me nas ondas,
ouves o mar?,
ou entre as nuvens de um céu terreno
que se queima no vento do inferno;
Lê-me num escuro
que as luzes não deixam apagar;
Sofre sente sorri toda a letra
congelada no rubor da casa d’inverno,
absorve em cada página as palavras
que florescem na mente atordoada
pelo verde assustador da floresta
que se fez maior na confusão da estrada
que se estende até à montanha
no pico do calor d’eternos verões.

Lê-me onde quiseres,
onde te sentires,
leva-me até às multidões
que silêncio do meu jardim fez calar;
Lê onde fores mais palavra,
fores menos pessoa,
p’ra onde o momento imaginado te levar,
onde a história seja Maior
e a essência de cada linha te vergar.
Helena Couto, 11ºA

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A quanto obrigas!


De olhos brilhantes, maravilhados… Com o coração nas mãos, a bater com tanta força quanto possível… E as palavras doces, ah! Essas jamais serão esquecidas!...
O amor tem ou tudo isto ou muito mais! Até parece que nos tira o tempo! Por ele, somos capazes de proferir palavras nunca antes pensadas: um “para sempre”, um “eternamente”, e outros que tais, passam a fazer todo o sentido em cada frase. Aos nossos olhos, o mundo torna-se de repente perfeito, assistimos à criação de um verdadeiro paraíso!
O amor, como disse Luís de Camões, é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente… Ou seja: não há uma definição que permita entendê-lo, nem o antídoto para acabar com ele! O amor não tem prazo limite, não acaba de um dia para o outro (a paixão, essa sim, pode terminar tão abruptamente como apareceu!). O amor é feito aos poucos, vai-se descobrindo a cada instante.
E com essa descoberta, vem o olhar apreensivo, vem o saber de dentro, vem aquela palavra que pode trazer espinhos e amargura, vem o ciúme… Este último vem com o medo de perder, de perder algo que, na verdade, nunca se ganhou!
Não vale a pena procurar antídotos para neutralizar estes sentimentos: eles vêm, dominam-nos e virão sempre aprisionar-nos numa teia da qual é difícil escapar – será que queremos mesmo escapar?
Ciúmes? São a face menos gloriosa do amor e, tal como este, virão sempre, escaparão sempre ao nosso controlo. Vêm de ontem, chegaram ao hoje e passarão para o amanhã…
Amor e ciúme em conjunto até fazem um certo sentido… Eles completam-se, com as devidas precauções! Precisam de limites para se conciliarem, para não se destruírem mutuamente.
Tal como todos aqueles que se amam precisam de espaço, o amor e o ciúme precisam de determinadas “barreiras”, sob pena de conduzirem à sua destruição, a um sofrimento obsessivo e doentio…
Quem ama, sente ciúme! Quem sente ciúme, é porque ama! Resta-nos encontrar o peso e a medida certas…

Andreia Coelho, 10ºC

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Dás-me a tua mão?


Se te disser que trago a Lua
Ou o Sol ou as estrelas,
Se te garantir que cada parte tua é magnífica
e que não há palavras para descrevê-las,
Se numa tarde de inquietude pacífica
te prometer o pôr-do-sol,
Se te confessar que por ti vou ao fim do Mundo,
Ao sítio mais escuro, tenebroso e profundo,
Se te revelar que a minha paixão é infinita,
Que a nossa relação é a mais bonita,
Se te afirmar que a minha vida
sem ti não tem significado
ou que o meu coração longe do teu
fica despedaçado
entenderás o meu amor,
o significado da minha entrega
e o seu valor?

Se em vez de te dizer,
garantir, confessar
e prometer,
contar, afirmar
ou revelar
te desse a mão?
Não sentirias a minha alma
mais perto da tua,
mesmo sem o Sol nem as estrelas
nem a Lua?

Helena Couto, 11ºA

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Crónica à tecnologia


Em vez de ir apanhar ar puro, ver a mãe natureza, brincar e estar com outras pessoas, os meninos e meninas de hoje preferem ficar em casa. Gastar os dedos num comando de consola, num jogo violento, ou a falar no computador com outras pessoas. Fechados numa divisão da casa onde só existe um computador, uma televisão, uma consola e um telemóvel, os meninos e meninas vão perdendo toda a sua vontade de sair de casa. Sem exercitar o seu corpo, vão ficando mais frágeis e mais frágeis. Preferem exercitar os olhos em frente a uma televisão, ou exercitar as suas capacidades de carregar em mais botões do comando no menor espaço de tempo, ou de ler e escrever numa conversa na Internet ou no pequeno ecrã do telemóvel.
E a juventude vai ficando mais triste, sem os meninos e meninas a correr ora rua acima, ora rua abaixo, e os meninos a jogar com uma bola de futebol e as meninas a partilharem as suas bonecas, enquanto sentadas no duro chão da estrada, vão rindo e palrando... Imagens que se vão perdendo, momentos que a tecnologia roubou à humanidade... Tecnologia não é sinónimo de alegria e felicidade, muito pelo contrário.

Miguel Marmeleira, 10ºB

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Animais de férias


Quando faltam alguns meses para o início das férias de verão, todas as famílias começam a reservar os seus lugares em sítios agradáveis para passar alguns dias. Conforto, refrescos, praia, piscina, gelados...
Mas, ao contrário de todo esse bem-estar, os animais ficam totalmente de parte. De facto, não faz sentido nenhum levar um animal de quatro patas para apanhar banhos de sol! Estes são, a maior parte das vezes, reencaminhados para um dos melhores luxos: as ruas!...
São o melhor que se pode ter, principalmente naquelas épocas em que a família não tem férias, são pequenos e um passatempo para as crianças. Mas, quando chegam as férias, tornam-se um grande obstáculo e isso não pode acontecer!
Os donos fartam-se deles, começam a ser enormes, a comer o dobro, a ocupar totalmente o sofá e a carpete, e as suas pequenas necessidades passam de uma pequena brincadeira para um grande problema!
Afinal, será que os responsáveis não têm noção de que um cão ou um gato não vive para sempre com meio palmo de altura e um palmo de comprimento? Acabam por deixar as “bestas” na rua e esperar que alguém os encontre e os ache engraçados. O outro lado da questão é que estes amáveis animais são expulsos a pontapé de qualquer sítio e acabam por morrer atropelados ou até mesmo à fome! Pois nem todos os animais se acostumam à vida de animais abandonados, ainda mais depois de uma certa idade! Óptimas férias para os donos, um pesadelo para os animais!

Andreia Coelho, 10º C

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Educação é exemplo?


Inevitável não aguçar a audição para ouvir a conversa que se desenrolou bem ao meu lado, hoje de manhã. Inevitável também não parar de pensar qual o raciocínio que leva um pai a agir desta forma. O senhor (na verdade não vi a cara dele, apenas ouvi a sua voz) explicava para a amiga como se preocupava com o filho, “meu rapaz”, como dizia. O rapaz é rebelde, tem 10 anos e reclama de tudo. No outro dia, estava a jogar à bola na área do prédio e levou um pontapé de um rapaz de 14 anos. O pai, que observava tudo, quase bateu no “agressor”. A situação foi controlada pelo “sô João”, o zelador e salvador. Mais tarde, o pai do rapaz de 14 anos foi pedir satisfações ao outro. Ouviu que ele faria tudo de novo para proteger o filho. “Eu disse para ele ficar atento, que eu matava o rapaz e jogava-o no mato, quando se trata de proteger os meus filhos, eu viro um urso.”
Ora, o pai discutia com a amiga sobre como é difícil educar um filho e contava uma história que, na minha opinião, deseduca qualquer pessoa. Consigo entender porque é que o rapaz, com 10 anos, é um rebelde. Se o pai quer dar o exemplo não devia partir para a violência. Não me espanta que o rapaz também tente resolver os seus problemas com agressão! Afinal, o exemplo é uma das principais armas da educação.

Anaísa Jorge, 10ºB

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Os artistas portugueses - como sobrevivem?


Costuma-se dizer por cá que o que é nacional é bom! Mas, esta frase não passa disso mesmo, de uma frase, sem qualquer efeito na área do espectáculo!...
Vejamos: a maioria das músicas passadas na rádio são estrangeiras, nomeadamente em língua inglesa ou português brasileiro. As bandas portuguesas, recentemente, têm vindo a cantar em inglês, pois assim conseguem chegar mais longe e poderão conseguir a internacionalização! De outro modo, são raras aquelas que têm sucesso a longo prazo...
Tudo isto demonstra o mercado da música em Portugal, muito pequeno e fechado. São poucos os artistas que conseguem atingir o topo e, acima de tudo, mantê-lo!...
A vida do artista, em qualquer área do espectáculo, seja a música, a dança ou o teatro, é muito difícil, instável e desgastante. A qualquer momento tudo pode mudar, o público deixa de dar tanta atenção àquele artista, surge outro mais jovem e dinâmico, com coisas novas para mostrar e tudo muda!...
Este exemplo retrata os nossos artistas portugueses, pois este mundo, que aparenta ser cor-de-rosa, é pequeno e só lá cabem os melhores e aqueles a quem a sorte sorriu!
E, como alguém meu conhecido diz: “É assim a vida do artista!”

Marina Pereira, 10ºC