
sexta-feira, 5 de junho de 2009
O DIREITO DE NÃO FALAR DO QUE SE LEU

sexta-feira, 15 de maio de 2009
O Direito de Amar os Heróis dos Romances

- Odeio heróis.
- Como podes odiá-los?!
- Odeio, odeio cada um. Odeio as maravilhas da acção que me consomem nos sonhos, a perfeição de cada detalhe que me afoga enquanto leio, a beleza de cada defeito à luz de uma perspectiva invejosa, a frustração de cada uma das qualidades que se fervem no respirar que acelera. Descontrola-se o desejo zonzo de intervir, de tornar o momento real, mais alegre, de impor que as desgraças se virem do avesso, que a única coisa que reste seja a folha branca sem tinta onde não possa mais adorar nem frustrar-me no amor dos heróis. Detesto-os. Os heróis tomam-se na minha vontade, desligam-me do tempo onde sou gente e tornam-me numa ânsia dormente de não ser eu, ser o defeito corroído entre personagens de fantasia impressa, ser o olhar, ou o choro invejável, viver nas palavras de mão alheia com tamanho impacto sobre galope surdo que ouço desvanecido, descontrolado (de onde?). Abomino o brilho desmesurado deste domínio da história perfeita que me acorda do sono vazio para que volte a dormir desassossegada, porque lhes desconheço o perigo heróico. E porque deixo de pensar coerentemente quando as letras assomam a mente e me turvam as cenas quotidianas que crescem na insignificância do dia-a-dia. Odeio-os por adorá-los demais. Odeio heróis.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
A MINHA FAMÍLIA

No atelier de leitura e escrita que decorreu na Biblioteca Escolar, no âmbito do Dia Mundial do Livro, foi proposto aos alunos que completassem o referido excerto de forma criativa e pessoal.
O texto que aqui apresentamos foi criado pela aluna Helena Lavado, do 7ºA.
Só que eu gostava que a gente pudesse escolher a nossa família tal qual escolhe os amigos. Porque assim eu havia de gostar da família inteira. E nela estariam...
... os meus amigos e as minhas amigas, pois se eles lá estivessem eu, com toda a certeza, ficaria feliz. Na minha família, eu não mudaria a minha mãe, pois ela é um amor para mim. Também não mudaria o meu pai, ele é muito divertido. O meu avô, pelo contrário, é muito calado, mas quando brinca comigo é inigualável! A minha avó e a minha tia são muito queridas para mim e nos anos costumam dar-me muitas prendas. A minha irmã é inteligente, mas às vezes é “chatinha”, porque é muito exigente comigo.
Como podem verificar, a minha família é bestial, mas com os meus amigos ainda ficaria melhor.
domingo, 3 de maio de 2009
AMADA ETERNIDADE

supera anos de lendas,
décadas de enredos de amores roubados,
séculos de lembranças de encontros encantados,
milénios de juras, de flores entregues
em vez das palavras imperfeitas
que não expressam tamanho sentimento,
de felicidade enfeitiçada
nas eternas memórias de enamoramento.
esta história teria sucumbido havia muito,
tal a grandiosidade da paixão, tão impossível,
não tivesse sido este um amor
superior a uma concepção compreensível.
Bebam-me as palavras,
imaginem os risos,
suspirem os encantos,
componham cada cena tortuosa
de grandiosidade tremente,
cada segundo amado, entre tantos,
e não será suficiente.
Logo verão,
admirarão,
algo que a razão vez alguma supõe,
que o entendimento não alcança.
a dama de Castela chamada Constança,
nascida entre o ouro da fidalguia,
joga-se o destino à tentação
e, superior aos fascínios da beleza,
a aia galega que lhe servia
arrebata o herdeiro do trono da pátria portuguesa.
Impuseram-se, arrogantes,
os rumores desconfortáveis entre
os sons do julgamento,
escondido em cada troca de olhares,
nos vestígios do desejo indecente.
As chamas do constrangimento
da superioridade moral inexistente
foram por demais incapazes de
de derrubar o que o acaso juntou
até aos limites da imortalidade.
A D. Afonso IV cabia a reprovação,
como Pai e chefe da nação,
que assim condenou o filho Pedro
pela libidinosa imoralidade.
A urgência entrosou-se no aparato,
que as imperiosas cortesias políticas
deviam ser preservadas, pelo bem da diplomacia.
As vozes da riqueza ditaram-lhes o fim imediato;
em Castela crescia a impaciência da fidalguia
e as vozes severas do Paço
cresciam tementes da revolução nunca feita,
pois se Pedro convivia com os Castro,
estava o perigo distintamente à espreita.
Inês provaria porém a razão
do soberano, a fúria da corte
e a legitimidade de tamanha provocação,
pois nem Albuquerque extinguiu
menor resquício da chama impetuosa
que o exílio de 44 tentou apagar.
Disfarçaram a saudade fervorosa
Entre as cartas e os bilhetes
e os encontros furtivos;
mas tais ínfimos instantes para amar
cedo desapareceram a par da tristeza.
No Outono que se seguiu,
morrendo a infanta portuguesa,
ficou o filho Fernando para criar
e Inês livre para adorar.
Viúvo, o infante mandou vir a amada
e assim viveram a vida dos sonhos,
juntos, ignorando a vergonha
e desagrado de uma corte escandalizada.
O desgosto d’El-Rei superava qualquer indignação
e o intento de emendar um amor renegado
instalou a discórdia entre pai e filho.
Dama alguma. riqueza alguma
substituiria o objecto de um amor desmesurado,
e prontamente o apaixonado
alegou dor e sofrimento pela mulher falecida.
A vida dos amantes
logo se traduziu numa vida a três,
a quatro, de seguida.
O pesar pelo filho finado
não contrariou a exultação
de Pedro por três outros filhos de Inês,
enquanto a agitação demente
da corte desassossegada
combatia zelosamente a felicidade
de uma relação que por certo
devia ser terminada.
durante os ditosos primeiros anos,
até que o Paço de Santa Clara
se revelou ideal à convivência enamorada.
Coimbra levava nos ventos
rastos de ventura brilhante
incessantemente maculada,
porquanto a prosápia frustrada dos receosos
se fazia ouvir cada vez mais. Demais.
Atordoados, um pretenso casamento
implicaria grave desordem
e, sucumbindo às mil preces,
viu-se que o régio tormento
acabaria com morte presta.
Encomendada a tarefa assassina,
e caçando o infante na floresta,
lançaram-se a cumprir a missão
três submissos executores;
1355, a dama galega apunhalada
na Fonte dos Amores
deixou que a vida extinta
cravasse na rocha lembrança imortalizada,
o derradeiro suspiro
perpetuamente inscrito em sangue
nas águas de uma quinta profanada.
Coimbra enublou-se pela mágoa do amado,
a fúria consumiu-o
entre as lágrimas negras do desgosto alucinado
e a demência da condenação
tomou-lhe, impetuosa, o ânimo magoado.
O sangue derramado seria vingado
mas nem mesmo a morte
condenaria em justiça tamanha crueldade.
Uma paz selada com o pai,
meses após austera separação,
não impediu a vingança, sua plena necessidade.
Perseguidos dois dos carrascos da paixão,
e posto que lhes fosse arrancado,
pelas costas e pelo peito,
o coração desapiedado,
assistiu Pedro,
já Rei, mas sem rainha,
à execução desejada,
enquanto se banqueteava
consolando a morte daquela
que a paraíso, afortunado, tinha.
Num instante de miserável compaixão,
o último celerado,
antes fugido com pavor da retaliação,
acabaria por ser etereamente perdoado.
sem antes refazer o divino passado
que deveria ter existido,
sem antes garantir à bela amada
o que lhe era inteiramente devido.
Convocando toda a corte,
impôs o enlace que lhe fora roubado
e nem mesmo a morte o detinha
para, beijando a fria mão,
honrar quem depois de morta foi rainha.
No ano de 67, Alcobaça experimentou enfim
o auge da felicidade desfeita.
Aos amantes esperava-lhes
nas grandes alturas o êxtase perene
de uma imortalidade perfeita.
jazem no mosteiro frente a frente,
para que se amem e se adorem
no esplendor do eternamente.
a sorte ilumina-me o rosto,
porque vi e vivi,
sei do desgosto,
sei do que foi d’O Amor da história
da nação lusitana, e da glória,
e da paixão desmedida que ficará
nas palavras, nos ouvidos,
nas lendas,
da pátria que se fez
da esperança do que se provou inabalável,
os laços imortais de Pedro e Inês.
Helena Couto, 11ºA
sexta-feira, 24 de abril de 2009
LIBERDADE

Ninguém sabe o que quero, o que preciso…
O que se dá à vida e o que se pede?
“Faz da tua vida um caminho com sorriso…”
Fácil falar, mas se o tentas dói-te na pele.
E onde quer que eu vá, eu vou inteira:
O corpo em pele, alma e emoção.
Só peço que me aceitem e não me façam prisioneira,
Porque prisioneira, sou só do coração.
Liberdade é sentimento que me orgulha
E não creio que tenhamos bem tão valioso
Dói-me na alma, no corpo a agulha
Mas sei que vale a pena estas linhas com que me coso.
Um dia poderei dizer que sou pobre e nada tenho,
Um dia poderão dizer-me que nada possuo
Mas eu, pelo menos, sei e orgulho-me de onde venho
Corri mundo, vivi e vivo ainda cada gota que suo.
E mesmo que morra vazia, oca e nua
Ninguém me carregue ou me tape…
Não quero saber, sou livre como a lua
Não tenho dono, nem que este me mate.
Tenho no dedo a prova que mostra o meu compromisso
Tatuada com agulhas e tinta preta para sempre.
Casei-me com a liberdade e este é o meu vício.
Olho para trás mas vou continuar em frente.
Kátia Pirata, 10ºC
No dia 25 de Abril de 1974, houve um motim militar. Os soldados portugueses derrubaram o regime de ditadura de Salazar, eram contra a guerra colonial, uma guerra sem sentido que tanto sofrimento trouxe aos portugueses. Os soldados tornaram-se heróis. Libertaram-se a si e a todos os portugueses.
A revolução de Abril, vista pelos portugueses, foi um marco histórico muito importante, foi a conquista da liberdade, “somos livres”, “livres em tudo”, “foi um peso tirado de cima”. Uma nova vida de esperança ia começar. Depressa, porém, se desiludiram, caiu-se no outro extremo – liberdade “a mais”, falta de regras,…
Mas, agora, temos de reparar numa coisa… quem é que festeja hoje o 25 de Abril? São pessoas que o viveram realmente, pois muitos dos jovens de hoje em dia nem sabem o que representa, desconhecem Salgueiro Maia, sabem apenas que é um feriado, ou seja, menos um dia de escola.
Vivemos num país livre há 35 anos, e todos nós sabemos como é bom poder dizer o que queremos, ler e ouvir o que queremos, ir onde nos apetece. Mas seremos realmente livres? Porque nos sentimos tantas vezes presos a condições e preconceitos? Há vários tipos de liberdade: a liberdade de expressão, a liberdade de acção, de pensamento…
A liberdade é uma questão muito relativa, sou livre de ir dar um passeio se me apetecer, mas não sou livre de viajar pelo mundo se não tiver meios económicos para o fazer. Temos, no entanto, a liberdade de lutar pela realização dos nossos sonhos, ainda que nem todos consigam lutar com os mesmos meios. É aquela sensação de que a alguns tudo “lhes cai do céu” e a outros “nada lhes corre bem”.
Sou livre de escolher o meu caminho, mas a minha liberdade termina onde começa a do meu vizinho. Vivemos em sociedade e isso limita-nos as acções. Não podemos fazer tudo o que nos apetece se isso ofende ou prejudica o nosso vizinho, não podemos dizer o que nos vem à cabeça se isso ofende ou magoa alguém. Há regras a cumprir se queremos viver em sociedade, regras relacionadas com o respeito pelo outro.
Deparo-me com muitos casos de pessoas que dizem que não há liberdade. Basta ouvir o noticiário para perceber que liberdade é coisa que não abunda pelo mundo, existem tantos países em guerra, tantos povos oprimidos por líderes tiranos, corruptos que só pensam em poder. Pessoas miseráveis, milhões em campos de refugiados, crianças que morrem de fome diariamente porque os lideres dos seus países preferem gastar em armamento o que poderiam gastar em alimentos e remédios.
Afinal, o que é a liberdade? Estou confuso, podemos pedir ajuda ao dicionário:
“Liberdade, s.f. condição do ser que pode agir livremente, isto é, consoante as leis da sua natureza, da sua fantasia (tempo livre), da sua vontade (decisão livre); poder ou direito de agir sem coerção ou impedimento…
Liberdade de consciência: direito de professar as opiniões religiosas e politicas que se julgarem verdadeiras;
Liberdade individual: garantia que todos os cidadãos têm de não serem impedidos no exercício dos seus direitos, excepto nos casos determinados pela lei;
Liberdade poética: uso de figuras e alterações morfológicas e sintácticas permitidas em poesia.”
Aparecem demasiados “ses”, parêntesis, excepções e permissões a condicionar a definição.
Bom, podemos deixar esta dúvida para a Filosofia, por isso, deixo-vos estas reflexões e o meu voto de um bom 25 de Abril e uma vida com liberdade!
Filipe Marques, 10ºB
A verdade é que muitos são os casos, em que o Homem é privado da sua liberdade. Isto acontece porque existem pessoas que não conhecem limites à sua própria liberdade ofuscando a liberdade dos outros.
Deste modo, é necessário tomar medidas que assegurem a liberdade todos e de cada um. A existência e actuação de instituições com função jurídica (tribunais), que são responsáveis pela aplicação da lei, dão (ou pelo menos deveriam dar) o seu contributo nesse sentido, dado que têm como dever proteger um estado de direito, no qual tem de haver equidade entre os indivíduos da sociedade.
A liberdade é importante, na medida em que dá a oportunidade às pessoas de escolher os ideais a seguir, sejam eles de cariz religioso, político, etc. Contudo, não se deve esquecer que apesar das vantagens que a liberdade nos confere, é importante que a utilizemos de forma consciente, medindo as consequências das nossas acções.
A História Mundial está repleta de casos em que o abuso da liberdade de certos homens trouxe graves consequências para a Humanidade. A repressão sempre foi um modo utilizado ao longo dos tempos para que alguns pudessem fazer valer as suas opiniões, quando estas não eram aceites na generalidade. Assim, muitos foram os povos oprimidos, sendo de destacar o massacre causado pela ditadura nazista, no século XX, do qual foram alvos o povo judeu, mas não só. Este regime exterminava grandes massas tendo por base um preconceito racial, levado ao extremo da desumanidade.
Existiram muitos outros regimes que ameaçaram a liberdade das populações, durante décadas. Nem mesmo o nosso país conseguiu escapar a um período de ditadura. Embora não tenha tido consequências tão dramáticas como aquelas que resultaram da ditadura levada a cabo por Adolf Hitler, na Alemanha, o regime ditatorial salazarista adoptou uma política repressiva, onde não existia liberdade de expressão, uma vez que todos aqueles que se manifestassem contra o regime ou organizassem operações que pudessem constituir uma ameaça, resultando numa eventual dissolução deste, seriam severamente punidos.
Actualmente, o regime político que mais defende a liberdade do ser humano é a democracia. Contudo, a sua aplicação exige cidadãos atentos e com sentido crítico, que não se deixem intimidar face a qualquer tipo de tentativa de opressão, sem temer eventuais represálias por expor os seus pontos de vista.
De um modo geral, podemos concluir que a liberdade é um direito de toda a Humanidade, pelo que devemos lutar, pois o Homem não pode ser privado de decidir livremente, de fazer as suas escolhas, isto é, de pôr em prática e usufruir do seu livre arbítrio. É de notar que tem igualmente de o fazer de forma consciente e responsável, nunca perdendo de vista a liberdade dos outros, que não dever ser subjugada.
Tenho a alma sem punidade
Sem mistérios nem solidão.
Tenho sede da tal liberdade
Quer voar solto meu coração.
Sobre mim paira uma estrela,
Que cintila numa grande constelação,
Dentro de mim trago a certeza,
De que a liberdade não é pura ilusão.
Tiago Ramos, 10ºA
Livre como um pássaro
A voar na floresta
É assim a Liberdade
Que ainda nos resta
Estar preso não faz sentido
Como um medo que se sente
Tal como um pedaço de nós que está ferido
A ferver em água quente
Não existe equilíbrio
Nesta balança pesada
Sê livre como um rio
Que corre na madrugada
Ser livre é ser feliz
Estar preso é ser frustrado.
Anaísa Jorge, 10ºB
Hoje todos dizem que vivem em liberdade e eu gosto da liberdade!
A liberdade de ser, a liberdade de dizer, a liberdade de fazer, a liberdade de escolher, a liberdade de ir ou ficar…
O homem é livre porque pode escolher. Quando dizemos sim, no lugar de não (ou não no lugar de si) fazemos escolhas que decidem a nossa vida. Mas a liberdade está cheia de restrições, de sinalização, de rectas, de curvas. Se não aceitarmos tais restrições, em nome da nossa “liberdade”, não tardaremos a descobrir que esse nosso conceito nos levará a cair no fundo do precipício ou a ficar num beco sem saída.
Então, será que a liberdade existe? Por mais que tome as minhas decisões, elas são sempre influenciadas pelo fim que pretendo obter. Tudo influencia tudo. Nada parte do zero absoluto.
A liberdade é um conceito inatingível na plenitude da sua definição porque no dia em que o Homem deixar de procurar, a sua liberdade morre para a vida.
No entanto, gosto e quero pensar que sou livre. Faço o que quero. Ninguém me pode dizer o contrário. Até me podem castigar que eu fujo através dela. Liberdade, que seria eu sem ti? Seria um escravo de alguém egoísta, alguém “armado” em imperador, ou até em Deus.
Liberdade, nunca me abandones. Nunca te escondas de mim. Nunca me pregues uma partida. Fica comigo para sempre. Vive os meus pesadelos e transforma-os em sonhos.
Liberdade, Liberdade, Liberdade...
Ana Margarida Silva, 10ºA
Para a maioria das pessoas, a liberdade é definida como viver sem limites, não sofrendo nenhuma consequência das suas acções. No entanto, a sua verdadeira definição não existe. O conceito de liberdade varia de sujeito para sujeito, sendo assim considerada indefinível.
Na minha opinião, liberdade é não viver dependente de alguém e não ser influenciado de maneira alguma, o que não significa que não se deva tomar a responsabilidade dos próprios actos. O humano, por mais que queira ser livre, nunca o será. Estará sempre dependente dos seus sentimentos, da sua educação, dos seus valores, dos seus actos. Estará sempre dependente de tudo. Estará eternamente dependente da vida.
Se o Homem quisesse ser livre, implicaria que este não sentisse, não se arrependesse, não amasse, não se magoasse, não se desiludisse, não se importasse, não vivesse.
A liberdade total jamais será completamente atingida. Iremos viver sempre influenciados por algo, ou seja, por mais que não queiramos, estaremos sempre dependentes da nossa consciência e limitados ao nosso valor como pessoa.
Apesar disto, várias pessoas consideram-se livres ao compararem a sua liberdade com a dos outros. Têm liberdade de expressão, têm autonomia e impõem os seus próprios limites, conseguindo atingir os seus fins à sua maneira, e para eles, esta “liberdade” é suficiente para se sentirem “livres”.
A liberdade irá sempre ser definida como indefinível.
Beatriz Prates, 10ºB
A liberdade é livre. É impossível de prender. No entanto, poucas pessoas a têm. Ter liberdade significa não ter preconceitos, não ter regras, não ter impedimentos. Ter liberdade implica ser livre.
Por mais que os homens se amem, por mais que os homens queiram ser felizes, nunca irão ter liberdade. Eles estão presos. Estão presos à guerra, ao ódio, àdor, à tristeza… E porque não ao amor também?
Ter liberdade implica não estar preso. Ter liberdade implica não ser homem. Ter liberdade implica não sentir, implica não ter sentimentos. Ter liberdade implica ser capaz de ir contra tudo e todos para atingir os seus fins.
Ninguém possui liberdade, todas as pessoas têm o seu medo, o seu capricho, o seu amor. Todas as pessoas estão dependente de algo para serem felizes. Todas as pessoas necessitam de algo para estarem bem consigo próprias.
Ter liberdade é sair sempre vencedor de tudo, estar sempre de cabeça erguida e estar consciente de que o mais importante é a nossa felicidade e não a felicidade dos outros. Ter liberdade é… difícil, acima de tudo.
Miguel Marmeleira, 10ºB
A nossa liberdade
Não depende da verdade,
Depende da nossa força
Depende da nossa vontade!
Somos livres de pensar,
Andar, respirar, decidir.
Somos livres de escolher
Qual o caminho a seguir
É tão livre quem aceita
Como aquele que enjeita
A liberdade não é abusar
É saber viver e respeitar.
Cláudio Mira, 10ºA
Actualmente, damos pouco valor à liberdade politica, uma das conquistas do 25 de Abril. Hoje em dia podemos votar livremente, sabendo que o nosso voto contribui realmente, ainda que em pequena escala, para a tomada de decisões e, mesmo assim, temos vindo a assistir a taxas de abstenção na ordem dos sessenta por cento. A que se deve então este desinteresse por algo que tanto custou a ganhar como a liberdade? Por um lado, do ponto de vista de quem vota pode haver um sentimento de impotência perante a insignificância do seu voto em relação aos outros milhares de votos. Ou então, simplesmente, as pessoas interessam-se cada vez menos sobre a vida política do país. Nos dias de hoje, fazemos um mau uso da liberdade, que é um privilégio que nos foi dado e esquecemo-nos que por muito tempo não a tivemos e de como foi duro viver sem ela.
Mas a liberdade política também tem os seus contras. Ela própria permite que ideias que advogam a não existência de liberdade subam ao poder, com a consequente suspensão da mesma. Falo de ditaduras, do comunismo, da monarquia e de tantas outras formas de opressão. O que levanta um grande dilema: se um sistema que se diz livre não permite todas as facções políticas não é um sistema livre, mas se é completamente livre e permite todas as facções corre o risco de se tornar uma ditadura.
Gustavo Galveias, 10ºA
Em todo o Mundo, a liberdade é um tema abordado com insistência, pois graças às diferenças culturais existe essa necessidade. Uma necessidade de oposição de regras que contrariam, nalguns casos, a liberdade, e a possibilitam noutros.
A sociedade precisa de regras. Como sociedade organizada (cada vez menos) e hierarquizada têm de existir formas para que não desabe. Assim, a liberdade tem de ser condicionada de certa forma, visto que, por vezes, não pode haver a hipótese de se fazer o que se quer, quando se quer. As pessoas nunca são totalmente livres, mas também não o podem ser; o caos iria ser ainda maior.
Quanto à liberdade que temos exigimos, temo-la como indispensável, apesar do facto de que, quanto mais possuímos, mais desejamos. Agora queremos ter a liberdade de agir e de escolher independentemente dos nossos pais; queremos expressar as nossas opiniões numa tentativa de mudança. Mas é a maioridade legal que vai definir o momento em que podemos ter essa liberdade que ansiamos.
Para que sejamos livres, temos de ter também consciência das responsabilidades que isso acarreta; ao seguirmos qualquer conduta a responsabilidade e as consequências recaem sobre nós e temos de as aceitar.
Neste nosso lado do Mundo, temos geralmente a possibilidade de escolher como queremos viver, quase todos temos as mesmas oportunidades que nos permitem sermos livres de uma ou outra forma, seguindo por um ou outro caminho; mas essa é uma batalha nossa.
Beatriz Ropio, 10ºB
quarta-feira, 18 de março de 2009
Uma incursão ao mundo da fantasia

Helena Herrera, 10ºA
“João Aguiar deve ter quilos e quilos de imaginação para ter fantasiado toda esta história. Não é apenas um conto de fadas normal com a fantasia a que estamos habituados, o autor tentou misturar essa fantasia com traços e acontecimentos do mundo real, resultando numa história fascinante recheada de aventura, acção, imaginação, bom humor, nomes bastante extensos e criaturas que enchem a história de fantasia e magia e, claro, com o típico final feliz que nem João Aguiar pode retirar.”
Jorge José, 10ºA
“É um livro muito fantasioso, e que refere ainda a filosofia entre o Bem e o Mal… É um livro que nos põe a pensar sobre esta contradição.”
Luís Filipe Matias, 10ºA
“Eu gostei muito de ler a obra porque me transportou para o mundo da fantasia e fez-me voltar a ser criança. O livro é rico em linguagem criativa e actual, despertando a atenção do leitor e ajudando a imaginar os espaços fantásticos representados na história.”
Soraia Marques, 10ºB
“ O Sétimo Herói é um livro de fantasia, é dos poucos livros que consegue levar o leitor a um mundo diferente, um mundo completamente imaginado, cheio de fantasia.”
Diogo Teixeira, 10ºA
“Em toda esta história, verifica-se sempre a presença da fantasia (…) desde as viagens efectuadas entre o mundo real e um universo paralelo (Ogláglah), os castelos dos seres maléficos, os nomes “gigantescos” das personagens, seres vivos e criaturas nunca antes vistas, práticas de feitiçaria e, até, a aprendizagem de uma língua chamada “gudruthi”.
Na obra O Sétimo Herói , o escritor João Aguiar apresenta ao leitor um mundo paralelo com novas normas, novos povos, com uma realidade à parte, constituída por elementos inverosímeis, imaginários, distantes da realidade do Homem. Apesar do escritor apresentar um mundo diferente, em muitos aspectos é semelhante ao nosso, mas sem avanços tecno lógicos.”
Luís Ferrolho, 10ºA
“A entrada de Jorge num universo paralelo faz-nos pensar na fantasia, faz-nos querer conviver com criaturas mágicas e maravilhosas. O aspecto positivo do livro é precisamente o facto de o autor nos mostrar a coragem de Jorge, de nos fazer pensar que também nós podemos ser heróis. (…)
Com O Sétimo Herói ficamos a pensar que, mesmo num ambiente diferente do nosso, conseguimos vencer e ser tudo aquilo que desejarmos. Basta acreditar que somos capazes.”
Jessica Lage, 10ºC
“Com esta história aprendi que nada é impossível e, quem sabe, se um dia destes alguém virá à nossa casa para nos levar a um mundo desconhecido , diferente do nosso, mas fantástico, a fim de termos uma aventura inesquecível. Você recusaria? Eu não."
Filipe Margaço, 10ºB
“A meu ver, a história é muito interessante. Inicialmente, pensei que seria como as outras, que me tinham mandado ler em anos anteriores, pouco interessantes e com uma linguagem muito informal e pouco adaptada à minha idade. Esta obra, pelo contrário, talvez por se inserir muito no campo da fantasia, tem um registo linguístico informal e é muito divertida. A história está envolvida em mistério, facto que me deu vontade de continuar a ler, com gosto, e não por obrigação, com o intuito de ficar a conhecer o seu desenlace. O factor surpresa também é um aspecto muito positivo, pois não estava à espera do que ia acontecendo, e isso torna a leitura muito mais entusiasmante e agradável. Este livro, sem dúvida, uma belíssima incursão no campo da fantasia."
Marina Pereira, 10ºC
"João Aguiar transmite não só uma lição de coragem e perspicácia como também nos transporta para um mundo mágico. O leitor vê-se, desta forma, a viver todos os desafios, todas as vitórias e medos com o herói."
Nuno Oliveira, 10ºC
"Pessoalmente, gostei muito deste livro, pois adoro histórias de fantasia que nos fazem “viajar” e sonhar. Esta é uma dessas histórias.
Gostei bastante dos nomes das personagens e da criatividade do autor.
Trata-se de um bom livro, pelo que recomendo a sua leitura."
Verónica Rijo, 10ºC
"Na minha opinião, este é um livro com algumas passagens marcantes e que podem influenciar a vida de alguns jovens."
João Marques, 10ºB
"Voltando ao tema da fantasia, o livro é de ficção científica e remete para uma área medieval de magos, cavaleiros, reis, trolls, duendes, fadas, dragões, enfim, uma infinidade de personagens que fazem o conto ficar mais vivo e rico. Na minha opinião, O Sétimo Herói é quase um Senhor dos Anéis, ou então, o Anders."
Filipe Marques, 10ºB
"Apesar de achar o livro repetitivo, considero-o um bom livro, pois, por mais livros de fantasia que leia, vão ser sempre mágicos, vão ter sempre algo de novo a contar, a decifrar. Ajudam-nos a sair da rotina, a viajar para um mundo diferente e a pensar como seria a vida no nosso mundo, se fosse tudo no campo da fantasia, talvez fosse… MÁGICO!"
Alexandra Carvalhão, 10ºC
"Trata-se de um livro interessante, no qual podemos dar largas à nossa imaginação e fazer uma distinção entre o bem e o mal…”
Elisabete Prudêncio, 11ºC
"Penso que o autor deste livro ter-se-á inspirado na fantasia criada pelos livros de Harry Potter, mas criando um Harry Potter aportuguesado.”
Miguel Marmeleira, 10ºA
"O poder da mente não tem limites! E João Aguiar provou-nos isso ao escrever este livro.
Cheguei à conclusão que fantasiar sobre fantasia dá uma grande “dor de cabeça!..."
Miguel Brilhante, 10ºB
"Todas as situações do livro, das mais sérias às mais hilariantes, têm sempre uma moral. Todos os elementos extraordinários que aparecem nesta história encontram-se integrados de forma a dar consistência aos acontecimentos, fazendo-nos compreender e aceitar a sua existência numa outra dimensão. A incursão na fantasia neste livro é feita de forma divertida, despertando o interesse à medida que a trama da história vai avançando, transmitindo uma certa cumplicidade e uma forte carga afectiva que nos leva a querer fazer parte daquele local fantástico e a querer participar naquelas aventuras, tentando ajudar a resolver os problemas que aparecem, transformando-nos numa espécie de ajudante do sétimo herói, ou mesmo, num oitavo herói. Quem sabe? No mundo da fantasia tudo é possível, que o diga Jorge “Olhos-Duplos”…
Ana Margarida Oliveira, 10ºA
"No mundo de Ogláglah, a fantasia não é fantasia; para os habitantes desse mundo, a fantasia é algo banal, pois seria como acharmos fantasia os animais do nosso mundo. No entanto, Jorge nunca tinha visto criaturas assim e, para ele, elas são fantásticas. As criaturas de Ogláglah são personagens de lendas e histórias do nosso mundo, como os elfos, os duendes ou mesmo os dragões. O autor explica isso como sendo os relatos de viajantes do nosso mundo que foram a Ogláglah e que, ao voltarem, contaram as suas histórias que se transformaram em lendas."
Gustavo Galveias, 10ºA
"Infelizmente, penso que no nosso mundo existem cada vez menos heróis dispostos a cometer tais actos para nos livrar do mal e dos problemas que existem actualmente na nossa sociedade. Assim, penso que este livro nos faculta uma lição moral sobre o que andamos a fazer com o nosso planeta, assim como algumas soluções possíveis para que possamos corrigir a nossa maneira de agir e de pensar hoje em dia."
Jessica Rodrigues, 10ºC
"Como em todos os livros de magia, é inevitável fazer a comparação com a saga Harry Potter, e aí, penso que, apesar de tudo, a história mágica de J.K. Rowling leva clara vantagem na forma como descreve os cenários de fantasia, que estão sempre muito presentes neste tipo de livros."
Rui Poeiras, 10ºB
"É uma história em que o fantástico nos maravilha, prende a atenção e permite a nossa imaginação voar…mas que também nos remete para uma reflexão sobre o futuro do planeta e nos leva a pensar que na defesa da natureza todos podemos ser também heróis!"
João Pedro Sousa, 10ºB
"...aquele mundo é, em muitos aspectos, diferente do nosso, mas num deles é igual: está em completa desordem e precisa de um herói para se encaminhar. Herói esse que já havia sido procurado, mas todos os escolhidos foram derrotados, até chegar Jorge.
Este era um herói diferente dos outros; sem ter boa aparência, como costumam ter os heróis comuns, era bastante inteligente , factor que influenciou a sua vitória face ao raptor da princesa. A Jorge foi-lhe dado o devido valor, ficou conhecido como o Sétimo Herói de Ogláglah."
Beatriz Ropio, 10ºB
terça-feira, 17 de março de 2009
A POESIA A PARTIR DE PINTURAS FAMOSAS– 8º B
Uma aldeia,o convívio de uma família.
Um mundo maravilhoso,
Uma flor que murchou,
No cair da noite…
No cair da noite…
Um céu cheio de estrelas.
Num prédio muito alto
vejo a tempestade.
É Inverno!
Há muita cor.
Tudo se torna estranho!
No cair da noite…
tudo se torna
abstracto.
Ana Roberto
Estranha gente no café
Nessa noite estranha e escura
decorre uma reunião na esplanada.
Muita gente com camisolas de várias cores,
parecendo um vitral de rectângulos tortos…
rodeado de folhas brancas.
Afonso
Na igreja há um vitral.
No circo vejo palhaços.
Um desenho confuso,o deserto…
Várias pessoas
na rua da cidade,no café…
No oceano,um barco
a sofrer com a tempestade.
No chão, cabeças aos quadradinhos,
num quadro com várias cores.
Luís Modesto
No quadro vi um relógio,
um naufrágio,
rabiscos nas paredes,
pintura de um vitral.
Quadrados,
rectângulos,
num desenho confuso,
onde as pessoas voam pelo mar
enquanto no café as pessoas tentam respirar…
Carlos Damásio
O tempo passava rapidamente.
Como uma mistura de cores
Fazia manchas em toda a parte
Como se fosse obra de uma pessoa cheia de imaginação.
Toda a gente em sociedade
Formavam um grupo unido
Não conseguiam sair daquele labirinto
Estavam perdidos no meio daquela tempestade…
Mas a luz entrava pelo vitral da igreja,
assim as pessoas sentiam a realidade,
a grande confusão das suas vidas,
quando chegassem a casa…
José Piteira
No fundo da rua branca,
passa o barco de atracção
que contém um monstro
que gera confusão.
O desfocado da noite
cria pintas no céu e mosaicos no mar,
onde passam peixes,
pássaros
e cavalos a relinchar.
Entre a cor e a vida
não existe diferença,
existe apenas,
a confusão
da troca de pensamentos.
Sofia Torneiros
Na esplanada estavam pessoas
que jogavam às cartas.
O céu estava coberto de estrelas
imitando pássaros,
fazendo figuras geométricas.
Na praia, a água batia nas rochas
e as nuvens tinham cores azuladas.
Os peixes brincavam como as crianças
e a praia ia enchendo com a chuva de pessoas.
André Vilelas
parecido com um mosquito.
Durante a ceia, a chuva caía,
criando grande euforia.
Pelo café da esquina
passou um estranho, cheio de riqueza,
que vivia a vida
rodeado de muita beleza.
A neve cobria os vitrais,
mas reflectia um belo cavalo
que passava entre cristais
numa noite de regalo.
O naufrágio do veleiro
escondido num belo quadro,
antigas lembranças,
da vida de um marinheiro.
Camila