segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A minha irmã

As dores e as más disposições começaram há cerca de dois meses. Ao início pensei que fosse cansaço devido ao esforço físico que faço desde que comecei a praticar natação, mas entretanto as dores não passaram. Dores terríveis, daquelas que não me deixavam dormir a noite inteira seguida. Foi então que decidi contar à minha mãe, pois já não conseguia esconder mais o mal que me sentia. Assim que a minha mãe soube fez questão de marcar, logo nessa tarde, uma consulta no médico de família. E assim foi, dois dias depois lá estava eu, cheia de medo e insegura.
Depois de uma examinação pormenorizada, de vários exames e de umas análises descobriu-se o que eu mais receava. Tenho um problema nos rins, problema esse que é grave e só pode ser resolvido com um transplante.

Quando os meus pais souberam da notícia ficaram desolados e quiseram saber logo se o seu sangue era compatível com o meu. Infelizmente não era.
A partir desse dia comecei a pensar no pior. Tinha tanto medo de morrer e de deixar os meus pais sozinhos. Eles necessitavam de mim, da sua única filha. O ambiente estava péssimo em casa. Tristeza, angústia e medo eram as emoções que se faziam sentir. Eu só pensava no dia em que receberia uma chamada do hospital a dizer que tinham encontrado um dador compatível para mim, mas esse dia não chegava.
No meio desta crise que se instalou em minha casa, a minha mãe descobriu que estava grávida. Pensei logo que esta podia ser a minha oportunidade de vida.
Depois de alguns meses e da minha irmã já estar com algum tempo de vida descobrimos que ela tinha o sangue do mesmo tipo que eu.
A minha irmã foi a minha salvação.
Ana Nascimento, 11.º A

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