segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cidadania

A cultura de massas obriga, hoje em dia, a um culto do egocentrismo. Este facto está a tornar a sociedade num conjunto de "eus", completamente independentes entre si, destruindo qualquer conceito de cidadania e associativismo.
A participação na vida em sociedade e, principalmente, nas decisões e opiniões nacionais, é cada vez menor. Todos se demitem dos seus deveres (e também direitos) de contestarem o que não concordam, tanto pelo facto de, para isso, terem de se mexer, como pelo medo das represálias. Assim, as relações interpessoais degradam-se, pois se não existem opiniões, não existe mudança, só gente que cala e consente, "não vá o outro pensar que eu...".
Ninguém se revolta contra nada: sistema educativo, de saúde, política, justiça. Mas, nas costas, todos reclamam. E sempre que alguém se "chega à frente" para alterar seja o que for, acaba por, a qualquer momento, dar um passo atrás.
Tenho uma leve sensação que estamos a ser governados por gente algo ignóbil, talvez até estejam à procura dos piores para chegarem mais alto e terem mais responsabilidades. Porquê? Não sei. Talvez aos bons dê muito trabalho.
Beatriz Ropio, 12.º A



Ser cidadão implicava, na Grécia Antiga, intervir na vida da cidade, não só intervir como também participar activamente na legislação e noutros assuntos essenciais para a sociedade. Contudo, nos dias de hoje, com as dimensões actuais dos países e a atribuição do termo cidadão a qualquer pessoa, independentemente do seu sexo, da sua raça, condição social, isso tornou-se praticamente impossível, pois para que todas as pessoas pudessem dar a sua opinião sobre, por exemplo, as leis teria de existir um constante referendar de todas as propostas.
Assim, e numa tentativa de democratizar a intervenção popular na gestão do seu país, foi criado este sistema de participação indirecta no qual, de quatro em quatro anos, escolhemos quem nos vai representar. Ora isto impede que uma pessoa em particular possa apresentar propostas, pois imagine-se como seria se os senhores deputados tivessem que ouvir todas as ideias de toda a gente que considerasse ter boas propostas para o país.
Vivemos num país democrático, mas é extremamente difícil sermos ouvidos. E, pior que isto, é o facto de muitas pessoas renunciarem ao seu direito ao voto, deixando assim que as restantes decidam por elas. É que quem não vota, também não se pode queixar.
Gustavo Galveias, 12.º A

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