quarta-feira, 14 de abril de 2010

Descrição


E a brisa fresca que soprava com grande intensidade parecia caducar todo aquele arvoredo secular. As folhas que outrora resplandeciam e reflectiam a luz do Sol, eram agora coisa nenhuma. Chegava o Outono e o mar agitava-se como se estivesse irritado, demonstrando toda a sua fúria. As ondas sucediam-se e o mar revolto adquirira um tom mais escuro e mais intenso. As gaivotas que habitualmente pairavam no ar, esperando eternamente pelo marisco, tornavam-se agora a maior presa das águas irreverentes mas belas. O cheiro a maresia aguçava o esplendor de toda aquela paisagem rejuvenescida, jovem. O farrapozinho de névoa, ao longe, formava um contraste surpreendente de cores e engrandecia o cenário de fundo dramático. O céu azul estava agora, lentamente, a ser preenchido por um conjunto de cores quentes e frias, dotando a imagem de um colorido fantástico e enternecedor. Era o arco-íris, um espectáculo só observável nesta fase do ano. A luz, não muito intensa, penetrava no arvoredo, clareando-o e esverdeando-o. Os pássaros chilreavam, os cães ladravam e os gatos miavam, compondo uma melodia sem igual no panorama nacional de música animal.
Filipe Margaço, 11.º B

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