sábado, 7 de março de 2009

TEXTO VENCEDOR DO CONCURSO LITERÁRIO JOÃO AGUIAR - CATEGORIA DO 3º CICLO

O Tesouro do Alentejo

Ainda não eram oito da manhã do primeiro dia de férias de Natal e pela casa já se ouviam gritos:
- Carlos! Carlos! – gritava Álvaro.
-Deixa-me dormir... – respondeu Carlos, muito ensonado.
-Carlos, acorda!
-O que foi Álvaro? Que agitação é essa logo pela manhã?
Álvaro tinha uma novidade para Carlos: tinha acabado de ouvir o Tio João contar à sua mãe que tinha uma proposta irrecusável para passar uns dias numa terra no meio do Alentejo. Era a oportunidade dos quatro amigos terem umas férias inesquecíveis. Álvaro não se continha de felicidade, queria acordar Carlos à força e conseguiu, depois de tanta gritaria, também o irmão mais velho estava empolgado.
Já na sala de estar, ambos suplicavam ao Tio João para que os levasse. Este, depois de citar algumas das suas frases, concluiu:
- Se assim querem, venham, meus jovens, à terra das passagens!
-Ahhh? Onde?! – perguntaram em coro.
O que o Tio João queria dizer era que iam passar uns dias a Vendas Novas, localidade conhecida pelo Palácio Real ou Palácio das Passagens. De imediato, Carlos pensou que onde há um palácio há um mistério. E assim a novidade foi transmitida aos amigos Frederico e Catarina que também queriam conhecer as paisagens alentejanas.
Passadas algumas horas, os quatro amigos rumaram, com o Tio João, para a cidade de Vendas Novas. O Tio João pretendia comprar umas terras no Alentejo, para cultivar. Quando chegaram a Vendas Novas, dirigiram-se à Albergaria para passarem lá a noite, mas, como ainda havia tempo antes do jantar, o Álvaro perguntou ao Tio João:
- Oh Tio João, será que não podemos fazer uma pequena visita ao Palácio antes de jantar? - O Tio João pensou e disse:
- Claro, meus jovens infantes... Como sei, estão ansiosos por um mistério, mas o tempo que estiverem sob a minha guarda, não se metam em sarilhos. Entendido?
-Sim. - respondeu a Catarina com ar responsável.
Chegaram ao Palácio e começaram a visita. O Álvaro estava visivelmente aborrecido. Aquelas visitas nunca tinham sido o seu forte, então separou-se do grupo e começou a investigar. Sem querer, tropeçou numa das protecções e deparou-se com uma porta muito estranha. Toda em ferro, apenas com uma janelinha pequena em cima e uma maçaneta redonda muito grande. Muito curioso, decidiu espreitar, e, para seu espanto, viu, em cima de uma mesa de madeira, um anel muito bonito, porém, não era um anel qualquer, tinha um rubi vermelho, muito brilhante e certamente muito valioso. Pensou:
-Um anel tão bonito e valioso não deveria estar exposto? E porque estaria ali?
Começou a ouvir vozes, decidiu ir embora e contar tudo aos outros. Após ter contado o que vira, decidiram que, no dia seguinte, iriam os quatro tentar averiguar o que se passara, pois já era tarde.
Na manhã seguinte, ansiosos por desvendar o mistério, chegaram ao palácio e dirigiram-se para a porta de ferro. Espreitaram e, como viram que a costa estava livre, o Frederico fez um sinal e entraram. A Catarina ficou deslumbrada com o anel e disse:
- É mesmo bonito! Mas viemos aqui para investigar. Todos ao trabalho.
Subitamente, ouviram-se vozes:
- Não podemos deixar aqui o anel!
-Eu sei, mas se formos vender isto, “topam-nos” logo. Que tal desfazê-lo e vendê-lo ao quilo?
Os quatro ficaram pasmados, tinham de fazer alguma coisa. Saíram dali e o Carlos, como já tinha uma ideia, decidiu gravar a conversa dos homens e mostrar ao Tio João. Este, depois de ouvir a história, foi directo para a polícia. Tinha de os travar, não podiam vender o rubi. A polícia, o bando dos quatro e o Tio João prepararam uma emboscada aos ladrões. Quando estavam a tentar fugir, apanharam-nos. O polícia reconheceu-os e disse:
-Este é o assistente do dono do Palácio. Queria ganhar dinheiro ao vender o anel e arranjou um cúmplice: o segurança do Palácio.
Porém, o Frederico perguntou:
-Sim, mas afinal de quem é o anel? De onde veio? – O Tio João respondeu:
- É o anel que o príncipe do Brasil deu à Princesa das Astúrias quando ficaram noivos. É um rubi lindo, puro e valioso. Uma verdadeira relíquia. Irão receber uma recompensa pela vossa acção. O dono do Palácio irá oferecer-vos uma medalha como agradecimento.
O bando dos quatro disse em coro:
-Mais um mistério resolvido pelo bando dos quatro.
Helena Lavado, 7ºA

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