Dois livros à conversa
- Olá, tudo bem?
- Olá. Está tudo bem, mas quem és tu?
- Eu sou um livro de ficção científica.
- Isso é engraçado. Eu sou um livro de aventura. Como é ser um livro de ficção científica?
- Bem... Eu gosto porque nas minhas páginas tenho personagens que saem do planeta Terra numa nave espacial e vão até à lua. E tu?
- Eu, nas minhas páginas, tenho personagens que conduzem carros a alta velocidade. Tenho cá dentro muita violência e muitos tiroteios. É muita adrenalina e eu gosto disso.
- É engraçado ser um livro, não é?
- É, bastante! Queres ir almoçar comigo?
- Adorava! Vamos àquele restaurante novo que abriu ali na segunda prateleira à esquerda!
Fábio Prates, 10.º B
O Livro de Ponto
Eu sou aquele livrinho cor-de-laranja que os professores utilizam para escrever os sumários e para tramar o pessoal que se porta mal nas aulas.
Sou aquele livrinho que põe tudo a partir o caco a rir por causa das fotografias ridículas dos outros com quatro ou cinco anos a menos.
Sim, sou eu, o temível livro de ponto!
Não é o melhor emprego do mundo, mas com a crise que aí anda até não é mau de todo. E ao menos sou usado quase todos os dias! Mas é um pouco cansativo... O meu dia é sempre o mesmo: prateleira - trabalho, trabalho - prateleira.
O problema é que a tecnologia está a avançar e qualquer dia passo à história. E a culpa é toda dos computadores portáteis!!! Acham que podem fazer o trabalho dos outros. Só porque são todos tecnológicos, não sei quantos gigabytes de memória, e tal...
Eu sei que estou um bocado velho e que estou a ficar démodé. Também sei que a minha memória não é tão boa como a dos computadores. A verdade é que, por vezes, já nem me lembro do que me escreveram no dia anterior, mas mesmo assim não é razão suficiente para me substituírem!
Mas enfim, por agora ainda tenho trabalho, e sempre me divirto um bocado a ver aquelas fotografias...ridículas.
João Bentes, 10.º A
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