domingo, 14 de dezembro de 2008

O Direito de não acabar de ler um livro



Que direito tão “porreiro” para utilizar em alturas em que já vamos na página vigésima do livro e já passaram três meses. Não há coisa mais enfadonha que um livro de que não gostamos e que temos de acabar de ler. Bom direito, principalmente porque me dá jeito.
Pedro Madeira, nº15, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
A meu ver, é um direito que todos os leitores têm. Por exemplo, quando uma pessoa está a ler um livro e se dá conta de que não está a gostar, ou porque o tema não é tão interessante como esperava ou porque não gosta da maneira de escrever do autor, tem todo o direito de não acabar de o ler!
Alexandra Costa, nº2, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Diferentes gostos, opiniões, sentimentos… Tudo nos caracteriza, todos temos o direito de ler ou não, de escolher o que lemos e de ler ou não ler um livro até ao fim. Há livros melhores que outros e livros que são ou não de acordo com os nossos gostos. A maior parte das vezes, conseguimos perceber isso pela capa, pela sinopse, ou até mesmo pelo título, mas, muitas vezes, isso não acontece e é aí que entra o nosso direito de não acabar um livro!...
Alexandra da Costa, nº1, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Todos temos o direito de não acabar um livro! Se o livro parecer interessante no início, ou até porque lemos o resumo, depois no meio não despertar aquele interesse ou sentimento que esperávamos, é normal que deixemos o livro a meio.
Não há nada que diga: “Ângela, tens que ler o livro até ao fim!”, ainda na semana passada deixei um livro a meio!
Ângela Mendes, nº6, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Quando estamos a ler um livro que achamos intragável, podemos usufruir do direito de não acabar de o ler. Contudo, que seja notado o esforço que o leitor utilizou para tentar ler todo o livro, apesar de não lhe ter servido de muito….
Elisabete Prudêncio, nº9, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Este é um direito que é usado por muitos leitores com certeza!... Pelo menos por mim é! Se estou a ler um livro e não o acho interessante, não o acabo! E acabo por emprestar o livro a alguém para ver esse mesmo alguém gostar do livro.
Marco Pirata, nº13, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Por vezes, há livros cansativos, “secantes”, como os adolescentes dizem hoje em dia. Podemos ter o direito de não acabar um livro se não gostarmos, ou o acharmos cansativo. Acho um direito pouco impróprio, porque estou sempre curioso sobre o que o livro nos reserva.
João Louro, nº11, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Este direito demonstra ser um bom direito para aqueles livros bem grandes e bem “seca”… Neste tipo de livros, talvez valha a pena não os acabar, mas quando se trata de um livro pequeno, deve-se ler até ao fim, porque, por vezes, o começo pode ser chato, mas o fim é totalmente diferente, por isso vale a pena continuar a ler.
António Santos, nº7, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Todos temos o direito de não acabar um livro; pois pode ser desinteressante e maçudo. Um livro tem muitas páginas, por isso não precisamos de as ler todas para percebermos o fundamental.
Rute Galinha, nº17, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Cada pessoa pode escolher ler um livro, mas está no seu direito de não acabar de o ler. Cada indivíduo manda na sua vontade, não existe nenhuma lei que obrigue uma pessoa a ler um livro até ao fim.
Neste momento, a nossa sociedade é muito pobre em leitura, muitas das pessoas que lêem um livro é por serem obrigadas, por diversas razões, por exemplo, por contar para a nota, pois têm que apresentar um trabalho sobre esse livro. Outras pessoas lêem, mas, a certa altura, não estão a gostar do que estão a ler e desistem da leitura.
Raquel Cirne, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Este direito é muito utilizado principalmente pela camada mais jovem da nossa sociedade. Muitos adolescentes, ao lerem um livro por obrigação, na escola, por exemplo, não têm tanto interesse pelo livro, pois, geralmente, são livros antigos e com uma linguagem um pouco diferente daquela a que estão habituados. Logo, ao não gostarem do de um livro, não têm interesse em acabá-lo.
Realmente, alguns livros são um pouco aborrecidos, mas é porque não os entendemos e, quando nos explicam de outra forma, até se podem tornar mais “apetecíveis”. Acho que o programa de Língua Portuguesa deveria ter não só obras clássicas, mas também algumas de autores mais recentes, escolhidas pelos alunos…
Márcia Dorotea, nº12, 11ºC
------------------------------------------------------------------------------------------------
Toda a gente tem o direito de não acabar um livro, porque, suponhamos que a pessoa em questão começa a ler um livro mas, no decorrer da leitura, o livro revelou-se algo que não estava à espera, ou algo que a decepcionou bastante, ou simplesmente não jantou!... Então, nesse caso, estou de acordo de que devemos exercer o direito de não acabar um livro.
Carlos Dias, nº8, 11ºC

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Natal... Uma Época de Consumo



O consumismo é uma tentação à qual todos fazemos por resistir… uns com melhores resultados do que outros! O Natal é apenas mais uma época em que realmente se vê a fraqueza do ser humano face aos “brilhantes” anúncios, brilhantes não só por nos levarem a comprar o que não devíamos, mas também por nos fazerem lembrar Las Vegas em versão “vermelho e verde” (nunca lá fui mas, pelo que vejo na televisão, de facto, é parecido!).
Há também as músicas natalícias depressivas que nos relembram do “Salvador”, do “presépio” e do sofredor “Menino Jesus” e nos fazem ter vontade de chorar, não tanto pela letra dos cânticos natalícios mas sobretudo pela música (porque, efectivamente, nunca ouvi uma música de Natal que me desse vontade de rir!...) Pergunto-me se essas tais músicas não serão, elas também, uma estratégia de marketing: ficamos tristes, logo temos vontade de comprar mais e mais para apagar todas as tristezas…
Alexandra Costa, 11ºC

NATAL. Uma palavra que, quando ouvida, nos transmite harmonia e felicidade.
Infelizmente, hoje em dia, o Natal já não é como era antigamente!...
No tempo dos meus avós, no Natal, quase nem se davam presentes, o que era importante era passar a noite de consoada com a família. Mas, actualmente, tudo mudou: a ceia natalícia tornou-se numa troca interminável de objectos comprados sem amor nenhum! O português quer dar prendas a toda a gente e isso nota-se, depois, nas carteiras de cada um. Os portugueses compram tanta, mas tanta coisa desnecessária, que só visto!... E não dão só uma prenda a cada pessoa, claro que não! A megalomania lusa obriga a oferecer, pelo menos, duas ou três prendas a cada familiar, amigo ou conhecido… É claro que gastam dinheiro à toa!...
Os portugueses têm de interiorizar, de uma vez por todas, que o que conta é a intenção! Face a isto tudo, no Natal há centenas de famílias incapazes de pagar as suas dívidas. Graças à “generosidade” portuguesa (ou será mesmo a “mania das grandezas”?), o português não se contenta com pouco: há que oferecer muito e o melhor possível (leia-se: muito caro)!
Marco Pirata, 11ºC

O Natal é, cada vez mais, uma época de consumo. Parece que é obrigatório as pessoas oferecerem presentes inúteis a todos os membros da família!...
É como se gostássemos dos familiares consoante os presentes que nos dão, como se quiséssemos que as pessoas gostassem de nós, dando-lhes presentes caros… Há mesmo pessoas que pedem créditos para comprar presentes.
E as crianças? Cada vez mais, o Natal significa para elas a altura em que recebem prendas.
Embora eu não seja tradicionalista, acho que se devia voltar ao antigo espírito do Natal, quando bastava às pessoas passar algum tempo com a família para ficarem felizes, sem ser necessário dar prendas para mostrar que se gosta dos que nos são próximos.
Gustavo Galveias, 10ºA

A época natalícia é sinónimo, muitas vezes, de excessos e gastos dispensáveis, sobretudo nas prendas de Natal e na mesa da consoada, onde se reúne toda a família.
Mas, no meio de todo este aparato, por vezes, esquecemo-nos de que a maioria dos presentes que compramos nem serão alvo de grande valor por parte de quem os recebe e nem se dá grande importância ao dinheiro que neles foi gasto. O mesmo ocorre em relação à mesa da consoada, para a qual se compra imensa comida e, no dia seguinte, coloca-se no lixo a maior parte, pois não foi consumida, e nem nos lembramos de todos aqueles que passam fome!...
Helena Herrera, 10ºA

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ser Livre...


"Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode."

Jean-Paul Sartre

"Não estou de acordo com aquilo que dizeis, mas lutarei até ao fim para que vos seja possível dizê-lo."

Voltaire

Muitos filósofos debateram-se sobre a questão da Liberdade e da Justiça. A afirmação de Jean-Paul Sartre é, no fundo, uma definição de Liberdade. Este filósofo argumenta que nunca se possui uma liberdade total, mas antes uma liberdade regrada. Concordo com ele, pois se alguns de nós (bastava alguns!)possuíssem uma liberdade total, os outros deixariam de ter liberdade. Imaginemos, por exemplo, dois vizinhos. Se um tivesse mais "liberdade" que o outro, poderia muito bem invadir a casa do lado porque era livre de fazê-lo e o vizinho visado nada poderia fazer contra ele, perdendo assim toda a sua liberdade. Ora, este exemplo, mostra-nos que o conceito de liberdade está intimamente relacionado com o conceito de justiça, pois sem justiça a liberdade de uns iria "sugar" a liberdade de outros (como no exemplo que anteriormente referi).
Neste contexto, entra de certo modo, a afirmação de Voltaire. "Não estou de acordo com aquilo que dizeis, mas lutarei até ao fim para que vos seja possível dizê-lo." É justo que todos possuamos liberdade (desde que a nossa liberdade não vá contra a dos outros), logo é um dever que todos lutemos por ela. Deste modo, mesmo que não concordemos com o "uso" que os outros fazem da sua liberdade, devemos sempre prezá-la como um bem maior.
Embora pareça antagónico, as regras existem para permitir, ou melhor, para garantir o usufruto pleno da Liberdade. Graças a elas, podemos ter a certeza que ninguém irá "subjugar" a nossa liberdade. Para isso, devemos também fazer a nossa parte: agir de acordo com aquilo que podemos de facto fazer, sem prejudicar a liberdade dos outros, ou pegando na frase de Sartre, "querer-se aquilo que se pode", ao invés de "fazermos aquilo que queremos". Assim sendo, devemos sempre lutar pela causa da Liberdade, tal como Voltaire, que apesar de não concordar com algumas pessoas, lutou sempre para que elas tivessem direito à Liberdade (no seu caso particular, a liberdade de expressão).

Gabriela Calção, 12ºA


Muitas vezes é necessário recorrer à reivindicação, ao protesto como forma de construção da Liberdade e da Justiça.
Para Ricardo Reis, o Homem não era livre, apenas possuíndo uma liberdade ilusória, submetendo-se à vontade dos deuses.
Na minha opinião, a nossa liberdade existe, mas também é verdade que não a podemos considerar uma liberdade absoluta, sem limites, nem restrições. A nossa liberdade é relativa, na medida em que Liberdade não significa fazer tudo aquilo que queremos, como afirma Jean-Paul Sartre, mas sim agir de acordo com a nossa consciência, dentro dos limites do possível.
Neste sentido, a nossa liberdade é possivel até ao momento em que interfere na liberdade do outro. Por isso, ser-se livre deve ser um direito universal, porém, também implica alguns deveres, tal como a responsabilidade que devemos assumir pelas nossas acções.
Toda a Humanidade tem direito à liberdade de expressão, a manifestar os seus pontos de vista e, por isso, também tem que existir respeito pelos outros e pelo seu livre arbítrio; cada um deve ter liberdade de escolha: a nível religioso, político, social, etc.
Mas nem sempre isso acontece. Por exemplo, muitas são as notícias relativamente aos conflitos religiosos existentes na Irlanda, devido à não aceitação da diversidade de religiões aí existentes, ou nos países muçulmanos, em que não é dado o direito à liberdade de expressão à mulher, por não ser considerada a igualdade de direitos.
A verdade é que só se construirá um mundo mais justo se não houver discriminação e se se respeitar o livre arbítrio, a liberdade de escolha de cada ser humano, permitindo um dos mais importantes tipos de liberdade - a liberdade de expressão.
Contudo, muitas vezes, não é dada essa oportunidade de expressar livremente as nossas ideias ou opiniões, como acontece em países onde a ditadura e o autoritarismo reinam, como já aconteceu em Portugal, durante o Estado Novo.
É, então, de notar a importância do protesto, da manifestação, da reivindicação para fazer valer os nossos ideais e os dos outros.

Joana Aldeias, 12ºA

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Consumismo na época de Natal


Na minha opinião, o consumismo é cada vez maior, pois existem cada vez mais famílias endividadas.
Com o passar dos anos, dou conta que nas televisões e nos supermercados a época natalícia começa cada vez mais cedo. O objectivo dos comerciantes e directores de superfícies comerciais é que os consumidores comecem a comprar cada vez mais cedo e que comprem mais.
Na minha família mais próxima (pais e avós), não existe muito esse hábito e não estou sempre à espera de receber prendas, mas vejo que, por exemplo, no resto da família, a mais afastada, acontece o contrário.
Os números assustadores, que passam nos telejornais nos dias seguintes a esta época, são um bom exemplo de como existe cada vez mais um endividamento das famílias. É esta a consequência principal deste consumismo exagerado. Já tentei perceber o que se passa na cabeça das pessoas para isto acontecer, mas não consigo perceber! Será que não percebem, à primeira, que ao comprarem cada vez mais, ficam com cada vez menos dinheiro no bolso? Não sei! Sinceramente não compreendo!
É uma situação triste, visto que está a ficar cada vez pior. Vamos ver o que nos espera estes anos e se as pessoas tomam consciência dos seus actos de uma vez por todas.
Alexandra Costa, nº2, 11ºC

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Direito de Saltar Páginas


A electricidade vertiginosa do pensamento escorre-lhe pela ponta dos dedos enquanto folheia. Um personagem às portas da morte e a pressa cega-lhe a obrigação de ler ininterruptamente. A leitura enfeitiçada despreza o cheiro do mar, as cores da paisagem e os infinitos horizontes enumerados. Adiante, adiante…Os sons de um quase fim-do-mundo quebram o silêncio da mente, agitada; camuflam o virar frenético das páginas. O encanto em estilo de torpor de um quase lá, quase lá. Saltar mais algumas. Mais mar. Outro dos infinitos horizontes. O chato. Os dois chatos. Andando, andando. Saltando mais. A revolta da urgência arranca-lhe a percepção de ordem e quebra a quietude do livro. O poder arrogante do enredo não o deixa continuar. Uma página folheada, quase quase, outra pagina, oh!, outra ainda e a descoberta por fazer, já feita, entreabriu nova urgência. Saltem-se várias de uma só vez. Porque o herói prestes a morrer, o reencontro prestes a fazer-se, a intriga quase divulgada imploram pelo fim, um quase fim. As que ficaram para trás serão decifradas mais tarde [talvez nunca], quando a electricidade tiver sugado irreversivelmente o desassossego, quando a curiosidade se tiver afogado no gosto prazenteiro mas calmo da leitura, mais uma vez, e restem apenas sobras do desejo sereno de continuar a ler, sem saltá-las. Até que tudo recomeça. E o quase-quase do só-mais-esta volta a ser tão legítimo como antes. E saltam-se mais páginas.
Helena Couto, 11ºA

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ser ou não ser aceite pelo outro


Durante dias e dias, o mundo elogiou a eleição do novo Presidente dos Estados Unidos da América, principalmente pela sua raça. Finalmente a euforia parece ter esfriado.
Existe na nossa sociedade um fenómeno que não é de agora, mas parece estar preso à condição humana: a rejeição. Todos os dias pessoas são rejeitadas por causa da sua cor, da sua raça, das suas crenças ou valores. Tal fenómeno não deveria acontecer numa sociedade justa. Talvez por isso, a eleição de Barack Obama tenha tido tamanho impacto entre aqueles que defendem uma sociedade de iguais direitos e deveres.
O acto de rejeitar implica um sentimento de superioridade ou de ignorância. Rejeita-se o que se teme, o que se desconhece, o que não se entende. Alguns rejeitam apenas porque lhes ensinaram a rejeitar. A aceitação do outro passa pela aceitação de um mundo que não é feito à nossa medida. O nosso umbigo não é o centro do mundo.
O aceitar significa conhecer os nossos limites, assim como os dos outros. Significa também reconhecer as nossas fraquezas e aceitar um mundo sem horizontes. Somos apenas uma das migalhas de um bolo feito com muitos e variados ingredientes.
Se não houvesse (ainda) racismo, não teria sido dada tanta importância à raça do novo Presidente dos Estados Unidos da América. Se não houvesse ainda machismo, talvez pudesse ter sido eleita uma mulher. As diferenças aceitam-se mas o certo é que nem deveriam ser consideradas diferenças.

Marco, 10ºE